Tiziano, O sagrado e o profano

Renato Suttana

 

Sent: Sunday, July 25, 2004 11:56 AM
Subject: A entrevista...

Prezado Soares:
 

Apreciei demais a entrevista concedida ao André de Sena. Você sintetizou, numa conversa descontraída, todo o espírito desse grande empreendimento cultural que é, hoje em dia, naRenato Suttana Internet brasileira, o Jornal de Poesia.

Há muitas passagens que eu poderia comentar, mas destaco esta, em que você disse que (copio suas palavras) "o JP não é um sítio de achamentos, mas de perdição, onde o leitor vem buscar Maria e encontra Joana, troca por Joaquina mas não desgruda de Tereza. A verdadeira apologia do 'serendipty', o achamento do não buscado, melhor que o buscado" e que "um índice detalhado poria abaixo esse risco, esse prazer". Mostrou, com quase nenhum dispêndio verbal, o quanto uma percepção de poeta é capaz de iluminar as coisas, quando elas tendem a se tornar obscuras e já não podem ser apreendidas pelo exercício - a cada vez mais desgastado - de perseguir o seu sentido prático ou técnico. E não devem estar a técnica e a tecnologia (se houver alguma diferença entre elas) a serviço do espírito?

Então, longa vida para o JP!

Abraço, do

Renato Suttana

 

 

 

Maria Lilia Martins Carneiro

 

From: Maria Lilia
Sent: Sunday, July 25, 2004 8:48 PM
Subject: Re: Abril
 

Meu Deus que coisa boa receber notícias suas neste frio dia de domingo. Adorei ler a entrevista, o JP é realmente o lugar de perdição, inúmeras vezes entro para procurar alguma coisa encontro outras, me perco por seus fantásticos labirintos, fico presa nas maravilhas das descobertas mais recentes e esqueço o que me motivou a entrar por aquela porta do paraíso. E assim começo tudo de novo.

E o Salomão, como vai? O bode, a dona onça, a rede, a rapadura e você, como vão?

Saudades e grande abraço

Maria Lilia

 

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Luizir de Oliveira

Sent: Monday, July 26, 2004 11:11 AM
Subject: Entrevista ao André de Sena

Querido amigo Soares,

Estive descansando um pouco antes da retomada das atividades do segundo semestre. Fugi um pouco da Paulicéia Desvairada e fui aquietar o espírito nas Minas Gerais. Uma conferência na UFMG para arejar um pouco a cabeça, porque não consigo ficar um dia sequer sem uma leitura, uma reflexãozinha, uma discussão...A volta me revela seu e-mail, e aproveito para ler sua entrevista.

Como é bom ler você, meu caro. Suas idéias são refrescos para almas sedentas!!! Você é capaz de dizer tudo de uma forma tão natural que sempre me divirto com suas observações. E o mais interessante é que subjaz a elas uma seriedade e uma percepção tão agudas do que merece ser dito/escrito (sua bissetriz me fez pensar um bocado!!!) que me sinto um felizardo de poder partilhar deste espaço - diria mesmo desta encarnação -  com alguém como você. E olhe que sou um cara bastante chato e crítico com o que leio e escrevo!

Você afirma que o filtro para a qualidade do que se escreve tem sido deixado ao seu leitor. Apesar de sabermos que há leitores e leitores, concordo no que diz respeito à poesia especialmente. Acho que ela requer um certo traquejo do espírito, que não é lá muito fácil de se adquirir no primeiro contato. Lembro-me quanto estive no Ceará e tentaram me ensinar a "forrozear". Desajeitado como sou - acho que para a dança tenho dois pés esquerdos, chatos e só com os dedões!!! - fiquei ali fazendo um papel meio cômico, que só não foi pior porque a instrutora era muito simpática e preparada para enfrentar esse tipo de falta de jeito  (eufemizando um pouquinho...). Associo a leitura da poesia um pouco a essa experiência. A gente vai tentando aqui, pegando ali, revendo, retomando. Parece mesmo uma daquelas conquistas de adolescência, a paixão pela professora, a quedinha pela colega de cabelos escuros e sorriso matreiro. Quando menos percebemos estamos visceralmente apaixonados, e o casamento torna-se uma delícia inevitável...

Outra das suas falas que subscrevo integralmente é sobre a navegabilidade do JP. Seu sítio é altamente produtivo nesse quesito também. Nada de frescuras tenológicas. A gente entra ali para ler, embebedar o espírito da forma mais alucinantemente poderosa que existe. Não há necessidade de nada além do que lá se encontra para nos divertir-distrair-instruir por anos a fio. Acredito que muitos dos seus seguidores/ colaboradores/ admiradores devem concordar com isso.

"Desculpe-me, mas não consigo ser modesto: o Jornal de Poesia é bom de navegar! — imenso e rápido". Não tem mesmo de ser modesto! A verdade é sempre preferível aos rodeios para agradar. O JP é excelente, arejado, exagero talvez, mas acho que o único que consegue aliar "o bom senso e o bom gosto" (perdão, mas foi inevitável não lembrar do Quental...).

Aproveito para uma perguntinha. O que você achou da premiação do Alexei Bueno? Ele foi uma das minhas descobertas recentes. E o rapaz tem fôlego, concorda? Achei merecida a oferta do "quelônio" para ele!!

De resto, agradeço muitíssimo você continuar me incluindo na sua lista de merecedores de receber suas dádivas literárias!

Abraços fraternos do Sudeste gelado neste momento!!!

Luizir

 

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Hélio Schwartsman

Sent: Monday, July 26, 2004 1:19 PM
Subject: Re: Ursas contra os carecas

Soares Feitosa,
 
Mas corremos o risco de um dia nos tornarmos carecas. Então, foi duplamente bem feito. Muito simpática a entrevista. Perfeito o argumento para não contar Page Views.
 
Abraço,
H.

Nota do editor: 

A resposta acima diz respeito ao email em que Soares Feitosa comenta um artigo Hélio sobre o abordo de fetos deformados. No artigo, Hélio Hélio Schwartsmanconta com fino e cortante humor uma passagem de 2-Reis em que Elias, profeta, careca, é zombado por uma turba de moleques e, imediato saem do matagal duas ursas que devoram (a mando de Deus, naturalmente) 42 deles. Eis o email de Soares para Hélio: 

Hélio, amigo,
reparei em sua foto, que a minha cara eu sempre vejo por aqui. Estamos a salvo: não somos carecas. Achei um primor aquelas ursas comendo moleques a mande de Deus. Bem feito!
 
Sim, o tema é sério. E, em teoria política, hemos de ter um marco inicial. Para o tirano, qualquer hora é hora boa de matar. Mas se dermos, religiões à parte, o direito absoluto à vida, aí a coisa complica. Não sou religioso e tudo faço para pautar minha idéia nalgum princípio que possa defender independentemente de qualquer crença. No caso, opto pela vida. Do Homem, evidentemente, que os bichos estão aí para lhes passarmos a faca! Não, ao Homem, não. Em nenhuma hipótese. Que garantia terei eu de que não serei morto? Só se eu (e todos) fizer(mos) o pacto de que não matarei(emos).
Contudo, todas essas coisas são ótimas de resolver se a pimenta estiver bem distante dos nossos olhos...! Ótimas de resolver, digamos, para o marido que viaja e encontra a esposa grávida de um estupro. Ou a filha.
Com o abraço,
Soares
Em tempo:
Espie nisto aqui, plis:

 

 

 

Jason Carneiro

Sent: Monday, July 26, 2004 5:36 PM
Subject: Entrevista

Meu Caro Soares,
 

Sua riqueza, bem se vê, é a Literatura e os amigos que ela lhe deu. Vai daqui o meu abraço e os meus melhores votos.

Do amigo

Jason

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Elaine Oliveira

 

From: "Elaine Oliveira" <lahyaoliveira@hotmail.com>
Sent: Saturday, July 24, 2004 1:50 PM
Subject: entrevista

Caro Soares

 

Preferi mandar o comentário por aqui mesmo. Gostosa, muito gostosa mesmo a entrevista. Estou tentando fazer um livro de contos, contos curtinhos, da vida diária, onde gente do dia a dia possa dizer: podia ser eu. Escondi alguns porque achei que eram bobos até que alguém que disse que não eram e que coisas simples também são gostosas de ler. Quem sabe, um dia não te convido para o lançamento do meu livro, sem vc precisar comprar nenhum. rs

Até a próxima.

Elaine

Ruy Vasconcelos

 

From: "Ruy Vasconcelos" <ruyvc@bol.com.br>
To: "Soares Feitosa" <soaresfeitosa@uol.com.br>
Sent: Monday, July 26, 2004 6:31 AM
Subject: Entrevista
 

Jornal de Poesia, um espaço democrático no melhor senso da palavra. Vem, pioneiramente e ao longo destes anos, desempenhando um papel de pedra angular. Algo que nenhum organismo oficial poderia desempenhar com o rigor afetivo dos grandes colecionadores brasileiros. José Mindlin coleciona
livros raros. Nirez arquiva a memória de Fortaleza. Soares Feitosa coleciona poetas, amigos e o estímulo à conversa mais ampla e plural. A figura do editor do Jornal de Poesia é já quase um folclore. Soares é da cepa desses visionários incorrigíveis, que o Ceará produz com marcante regularidade. Tais como Alencar, Capistrano, os Padeiros Espirituais, o Conselheiro, Farias Brito, Herman Lima, o Padre Cícero, Patativa do Assaré.

Parabéns ao Soares Feitosa, o virtual editor de todos nós, do Joãozinho que arriscou seus primeiros versos, e de um tal Luís de Camões!

 

 

Continua

 

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