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Remisson Aniceto

Poussin, The Empire of Flora

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


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Ruth, by Francesco Hayez

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Remisson Aniceto


 

Bio-bibliografia


Remisson Aniceto nasceu em Nova Era (MG), cidade vizinha da Itabira de Carlos Drummond de Andrade. Sonhava conhecer o famoso poeta e quando estava com 15 anos resolveu contornar as montanhas pra chegar até Itabira, mas Drummond mandou avisar que “tinha uma pedra no meio do caminho”.

Poeta, cronista, contista e divulgador cultural, com textos em revistas de cultura e educação, jornais, rádios e livros didáticos, Remisson escreve para todas as idades.

É autor de Poesia para o mundo (Bubok, 2016), Leva-me Contigo – A Senhora S & Outras Histórias (Editora Penalux 2016 e 2021), Para uma Nova Era, Poesia & Prosa (Editora Patuá, 2019), O indiozinho que se apagava (Editora Coralina, 2019), O riso do Rei (Editora Coralina, 2022) e Felizcidade (Editora Costelas Felinas, 2022).

Em 2023, publica com a Arribaçã o livro infantil “A pirâmide de Gizele”.

(Texto redigido em 21.09.2023)

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Remisson Aniceto


 

Eram os olhos, de Soares Feitosa

 

 

Lindo! Lindo! Lindo, Soares! “[Por todo ano o ano inteiro], [Éramos bem jovens], Separe o de-comer/Separe o de-beber”. E o que teria pra comer e pra beber, que pudesse ser separado? Li, reli e essa meia gota d'água – esse pingo de ouro que secou antes de cair... ou foi desviado, pra onde? Pra outro sertão ainda mais sedento e faminto? E o cão sem vestígios no chão... As aliterações, as alegorias, tudo na tua poesia reverbera para além do tempo e do espaço, da imensidão espacial que ela ocupa em nossa mente. Lembrei da casa de barro, bambu e sapé, onde nasci lá em Minas, e da lata enferrujada com a banha de porco, a branca e endurecida banha que escondia uns poucos pedaços de carne dura, ou de ossos sujos de carne... Isso quando ainda havia carne e ainda havia ossos.
Parabéns, meu amigo!

 

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Adolescíamos, de Soares Feitosa

 

 

POÉTICA me surpreende, como dizem quando nada deixamos escapar, "de cabo a rabo" ou "de fio a pavio". Até mesmo porque após ler "Adolescíamos", creio na impossibilidade de o leitor que tem fome e sede da palavra lapidada e servida com a nobreza que ela merece, não continuar a pedir e a degustar todas as outras porções do livro. Os textos de POÉTICA revelam pra muita gente um poeta que mistura com a sutileza de um gênio a prosa com a poesia, revelando um escritor que não só flerta com a literatura, mas que com ela nasceu casado, vive, convive e a compreende e a respeita. Neste apanhado de textos, Soares Feitosa diz o que sabe e sabe o que diz -- e diz como poucos saberiam dizer sobre a arte da sedução através da poesia, da crônica, da escrita e da leitura na sua melhor tradução. Eu devo admitir que fiquei sim bastante emocionado com a leitura, só não fiquei mais porque já sabia da competência do autor, por tudo que já li dele há muitos e muitos anos, no saudoso JP, jornal com aquela característica faixa vermelha vertical no canto da página. Ah! também preciso dizer da máquina Singer, que me reportou a uma antiga fazenda e a uma pessoa lá nos cafundós de Minas. A fazenda já morreu, nem destroços há onde ela ficava, mas permanece muito real, vivíssima na minha lembrança, por conta da pessoa que, apesar das dezenas de anos passados, permanece a mesma criatura encantadora, jovem e linda, viva e me fazendo continuar vivo. Um abraço, Feitosa. (Face, 01.07.2023)

 

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Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

21.09.2023