Um conto de amor - Tudo foi-se esclarecendo, mas eu não conseguia deixar de lado o preconceito que tinha
Só
agora me permito falar sobre um
acontecimento de determinada
época de minha vida e que
resolvi deixar apenas na minha
memória. Tudo começou antes
mesmo de eu perceber. Como um
romance lírico, um dos dois
sempre ama mais e,
definitivamente, esse alguém não
fui eu.
Apesar de tudo, eu sabia do amor que ele sentia e, de certa forma, eu o amava também, porém devido ao meu orgulho, não pude ver que se tratava de algo além de amizade ou de amor fraterno. Com o passar do tempo, tudo foi se esclarecendo, mas eu não conseguia deixar de lado o preconceito que tinha.
Por fim, acabei dando uma chance a nós dois, e assim pude ver que ele tinha todo amor de que eu precisava. Aprendi a amá-lo e, acima de tudo, deixei de vê-lo como o irmão com quem sempre sonhei. Parecia, então, estar feliz, quando ele me disse que iria embora após receber uma oferta de emprego. Foi então o ponto máximo para descobrir que sempre o amei.
A princípio, foi difícil. As lembranças que tinha me pareciam hostis. A cada dia, culpava-me mais por não ter valorizado seu sentimento e agora eu era a culpada pelo meu próprio sofrimento. Aos poucos, fui aprendendo a conviver com a saudade e com o remorso. Dia após dia, pensava e procurava um motivo para ele ter partido, se dizia me amar tanto!
Depois de algum tempo, o seu retorno. Seus amigos e familiares estavam muito apreensivos com a sua chegada, depois de anos sem vê-lo. Comemorações à parte, ele foi até minha casa me encontrar. A campainha, neste momento, tocou. Da cozinha, ouvi meu nome após a porta abrir-se.
- Sim, ela mora aqui. Sou seu marido.
Carla Freitas - > COLÉGIO
TIRADENTES, PRÉ-VESTIBULAR &
MANHÃ
