Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), The Grief of the Pasha

 

Da Vinci, Madona Litta_detalhe.jpg

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

César Coelho


 

Sobre a poesia

 

A poesia de Soares Feitosa é forte, bela, autêntica e encantadora. Fico empolgado quando passo a ler e reler seus magníficos poemas. De repente, luz; entro no mais elevado clima espiritual. A sua poesia vem do êxtase mais profundo. O poeta é iluminado e mágico em todos os temas da vida.

A alma sertaneja, de modo especial, é retratada por inteiro, da maneira mais fiel, no verso fascinante de Soares Feitosa. Penetrando agora nos segredos e mistérios desta poesia, vejo com maior clareza, porque Gerardo Mourão ficou tão intensamente encantado com o fantástico autor de pérolas poéticas como “Convite à Saudade”, “Panos Passados” e “Convite à Flor”.

O destino de Soares Feitosa veio bem traçado: ele nasceu para ser poeta. Ou mais precisamente, trouxe-lhe o destino as medidas exatas, perfeitas para ser um grande poeta. Agora, é seguir e viajar em sua poesia deslumbrante.
 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Empire of Flora

 

 

 

 

 

César Coelho


 

Lagoa da Maraponga


A lagoa tinha seus encantos
E seus fantasmas.
A velha que morreu em suas águas
Vinha sempre de madrugada
E lavava roupas brancas
Como o luar.
O menino afogado
Tinha asas de anjo
E era visto à meia-noite.
A lagoa guardou minhas alegrias,
Meus sonhos, minha infância.
A lagoa ficou na minha vida
Pois nela purifiquei
Meu corpo e minha alma.
A lagoa vive em mim
Com seus encantos
Com seus fantasmas.


 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

César Coelho


 

Barra do Ceará


Uma onda chorou no mar
Um poeta diz versos
Um velho conta estórias
Um boêmio canta no bar.
Há um mistério no luar da praia
Uma sereia chama o pescador
E um sonhador vê peixes
Com olhos de fogo
E escamas de estrelas
Nas ondas do pensamento
Um carro passa levando
Gritos da madrugada.
Uma criança nasceu ali bem perto
Um homem morreu de saudades
Uma mulher vive de amores
E a vida canta
Na canção dos ventos....


 

 

 

 

 

 

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Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

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