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Ruy Proença

Em entrevista ao Jornal de Poesia: 

Rodrigo  - Como encarou a matéria da revista Veja que ridicularizou e ironizou poetas? 

RP  -  É um pouco sintomático ver um jornalista como o Carlos Graieb,  que já fez boas críticas de poesia no tempo  em  que trabalhava  para o Estadão, entre elas da Hilda  Hilst  e  do próprio  Carlito  Azevedo, que aparece na reportagem,  baixar tanto  o nível. Infelizmente algumas corporações hoje em  dia fazem  questão de quebrar a espinha de seus servidores,  para não dizer servos. Quero acreditar que o próprio Carlos Graieb não  acredita  no que escreveu. O termômetro de  uma  revista como essa, que, do jeito que está, está mais para “Ratinho no lixão”, é mercadológico. O que estou dizendo não justifica  a postura  do jornalista e não o exime de sua responsabilidade.  Mas  vamos ao que interessa: nossa melhor resposta para  esse tipo de imprensa é nossa poesia.
 

Cláudio Willer
cjwiller@uol.com.br



Caro SF:
 

        Graieb, autor da matéria, publicou outras mais substanciosas, quando estava no Estadão. Isso reforça minha impressão de que a política editorial, nas revistas semanais, é dar tratamento banal, bem ligeiro, à literatura, em comparação  aos cadernos da imprensa diária. E não é de hoje: basta lembrar, na mesma Veja, duas décadas atrás, Chico Alvim retratado como "princípe dos poetas marginais". Muita gente boa parou de colaborar em revistas e saiu reclamando por causa da superficialidade, das gracinhas e ditadura do copidesque. Entre outros, José Paulo Paes.

        Os três grupos ou tendências examinados em Veja mereceriam até um tratamento melhor (poetas são examinados como periferia lunática, minoria excêntrica, reduto do quixotismo). O problema são as omissões. A revista Azougue é mencionada, mas não são comentadas Medusa, Monturo e tantas outras. Nem essa explosão de sites, Jornal de Poesia, Blocos, Pop Box... Já que foi comentada a antologia de Heloísa, tinham que ser, no mínimo, Outras Praias e Nothing that the sun... Em um provincianismo às avessas, fica parecendo que só há poetas e grupos de poetas no Rio.

        A agitação literária em SP, com as leituras, os poetas ligados à Nanquim, nada??? Não existem? E a equivalente movimentação no Paraná, no Ceará, em Minas, em...? E essa bobagem sobre poesia vender pouco? Prosa também vende pouco, normalmente. A quantidade de poetas lançados por editoras como Topbooks, Record, etc, aumentou. E Fernando Pessoa não vendeu quase nada, em vida, mas o que ele fez é constitutivo do nosso modo de escrever e até de falar e enxergar a realidade, direta ou indiretamente. Desse jeito, fica parecendo que meia dúzia de gatos pingados está sendo publicada. Justifica o que venho reclamando: que há muita gente, hoje, escrevendo, e escrevendo bem, sem que isso seja adequadamente noticiado, comentado, resenhado, criticado. O leitor desavisado, comparando Veja e as matérias sobre a edição de julho, do mesmo mês, da revista Cult, ficaria com a impressão de que se trata de literaturas de dois países diferentes. O país retratado por Cult é bem melhor do que o de Veja. E mais assemelhado à realidade.Agora, quanto à Veja, o que mais criticaria é terem fugido à discussão. Receberam cartas reclamando dessa matéria, mas não as deram, não tomaram conhecimento. Tinham que ter um ombudsman, um departamento de reclamações como o da Folha e outros jornais, para dar as devidas explicações sobre essa fuga da reta.
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Fonte - email ao JP, jul/99




Fernando Paixão


          O que essa matéria fez, na minha opinião, foi tratar a inquietação poética das novas gerações como uma novelinha de personagens intriguentos, cada grupo com a sua "mania". É comum a revista Veja tratar determinados assuntos – sobretudo os de cultura - com o poder de legislar, ora colocando determinado autor/evento nas alturas, ora depreciando o que vem obtendo sucesso. Faz parte da necessidade de afirmação da imagem de uma revista semanal e de massa. Não interessada em digerir para os seus leitores um assunto tão restrito quanto esse, eles acharam por bem ridicularizar os poetas. Mas hoje essa matéria já está embrulhando peixe. Não esqueçamos que os modernistas brasileiros - e não apenas os brasileiros – também tiveram esse mesmo tratamento desmoralizador. Essa é apenas uma batalha da guerra.


Ademir Assunção
<adeassuncao@uol.com.br>

Para: 
SF - Soares Feitosa, Jornal de Poesia" <jpoesia@secrel.com.br>
 
 
 

      Olá Soares: como andas tu?

      Agradeço muito pela entrevista no teu site. .

      Quanto à matéria do Graieb, tudo o que tenho a dizer é que aquilo não vale um cocô de gato.

                                                      Abração
                                                                         Ademir



Assunto: 
         sobre a matéria de Carlos Graieb que deu na Veja sobre a poesia brasileira
    Data: 
         Wed, 3 Nov 1999 21:54:52 -0200
     De: 
         "Elaine Pauvolid" <pauvolid@olimpo.com.br>
    Para: 
         <jpoesia@secrel.com.br>
 
 
 

Amigos,
a questão não me parece restrita ao contra ou a favor a respeito do que escreveu o colunista CG sobre o insosso estado da poesia brasileira. 
Prefiro pensar: precisamos ser todos João Cabral ou Drummond?  Precisamos ser geniais como eles? Ou queremos escrever nossos versos?  Ganha-se mais pensando na poesia do que analisando o nível de genialidade que se alcança a cada rima.  Por isso, leio o que CG escreveu com a consciência clara de que só mais tarde os que escrevem hoje poderão ser apontados como grandes ou pequenos e que não é possível que CG não consiga ver quanta gente boa
anda escrevendo poesia de qualidade num país onde a grande maioria possui acesso limitadíssimo  à cultura, quando possui.
Saudações poéticas!
Elaine Pauvolid


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 Graieb diz que os críticos escrevem bobagens
Graieb ataca novamente


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