Jorge Tufic
A poesia de Soares Feitosa
1 - Psi, a
penúltima:
Fortaleza, 26.3.1996
Prezado amigo Soares Feitosa
Réquiem em Sol
da Tarde, 722 páginas, é um desses livros que dispensam maiores
esteios de proteção: ele veio para ficar de pé, como a “Divina
Comédia” e as obras completas dos mais famosos autores universais.
E não me refiro
apenas ao seu volume físico, ao continente das metáforas, senão
também ao conteúdo poético e à qualidade do acabamento gráfico.
Bem aja,
portanto, o amigo Soares Feitosa, que faz seu começo literário por
onde poucos terminam. Já diziam, por outro lado, os clássicos dos
primeiros lustros do nosso século que um bom livro deve ficar em pé
na prateleira de uma estante.
“Réquiem em Sol
da Tarde” não cumpre simplesmente esta missão de volume: ele cheira,
resplende e transfigura os leitores na matéria do seu canto.
Pequeno exemplo
do que lhe digo é o fragmento (haikai) que abaixo transcrevo, do
poema Femina:
"Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo."
Eu daria um
bocado de versos de minha lavoura por este simples relâmpago de
azulados e carnais reflexos, nos confins desta tarde e deste sol que
nos banha, redime e fortifica. Um forte abraço do
Jorge Tufic
2 - Os poemetos:
Fortaleza, 25.10.1996
Grande Poeta
Soares Feitosa
imensíssimo
amigo:
Grato, mais uma
vez, pelo indispensável apoio internetiano. Fico deveras orgulhoso
de contar contar com tanta gentileza e sincera amizade, sobretudo
quando se trata de quem se trata, um dos poucos e raros poetas
capazes de operar um instrumento eletrônico, mas precisamente, um
computador, coisa ainda estranha para mim.
Agradeço também
pelos dois exemplares - perfeitos, como sempre - de "Poemetos" e
"Talvez outro salmo": você, aqui, aparece de novo inteiro,
magnífico, assustador (no melhor sentido de quem olha e soletra a
divindade).
Jorge Tufic
Leia Soares Feitosa
|