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Jorge Tufic

Sena Madureira, AC, 19.08.1930 - São Paulo, SP, 14.02.2018

Sandro Botticelli, Saint Augustine, Ognissanti's Church, Firenze

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica:


Alguma notícia do autor:

 

Jorge Tufic

 

William Blake (British, 1757-1827), Christ in the Sepulchre, Guarded by Angels

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova. 1864.

 

 

 

 

 

Caravagio, Tentação de São Tomé, detalhe

Jorge Tufic


 

Nota biográfica:

Jorge Tufic Alaúzo foi um poeta e jornalista brasileiro.

Proveniente dalguma tradicional família de comerciantes libaneses, Tufic iniciou sua educação em sua cidade de origem, transferindo-se posteriormente para Manaus, onde concluiu os estudos. Em 1976, foi agraciado com o diploma "O poeta do ano", prêmio concedido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, em reconhecimento à sua vasta e intensa atividade literária. Tem seu nome inserido em várias antologias, entre as quais destacam-se "A Nova Poesia Brasileira", organizada em Portugal por Alberto da Costa e Silva, e "A novíssima Poesia Brasileira", que Walmir Ayala lançou na Livraria São José, no Rio de Janeiro, em 1965. É sócio-fundador da Academia Internacional Pré-Andina de Letras, com sede em Tabatinga, no estado do Amazonas. Fez várias conferências literárias e é membro efetivo de algumas entidades culturais, tais como: Clube da Madrugada, Academia Amazonense de Letras, União Brasileira de Escritores (Seção do Amazonas) e Conselho Estadual de Cultura. Pertenceu à equipe da página artística do Clube da Madrugada, "O Jornal" e do "Jornal da Cultura", da Fundação Cultura do Amazonas. Colabora em vários órgãos de imprensa, com especialidade no Suplemento Literário de Minas Gerais. Jorge Tufic é o autor da letra do Hino do Amazonas, contemplado que foi com o primeiro lugar em concurso nacional promovido pelo governador José Lindoso em 1980.

Faleceu em São Paulo em 14 de fevereiro de 2018, vítima de câncer de pulmão.

 

 

 

 

 

 

Frederic Leighton (British, 1830-1896), Memories, detail

Jorge Tufic


 

Comentário sobre Estudos & Catálogos - Mãos:

 

Jorge Tufic Jorge Tufic

 

Recebi, ainda sob o foguetório de ontem, o Jornal de Poesia, contendo a saga introdutório de uma outra saga, esta de Virgílio Maia, encimada pelo título Recordel. Agradeço-lhe por tudo. Você tem linguagem própria, cultura sertaneja visível, ensinada com apuro.

Na paisagem urbana, eu não sei recortar o Vigílio sem ter na mente um sertão de paletó e gravata. Nem de ver Soares Feitosa sem lembrar um peão da caatinga educado em Paris.

Com todo o respeito, portanto, eu me curvo diante de ambos como quem se curva a um remanescente pajé das águas pretas, guardador da sabença amazônica.

Meu grande abraço

Jorge Tufic

[Nota do editor: Soares Feitosa nunca muito mais longe do que a Cidade da Bahia]

 

 

 

 

 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), Girl, detail

Jorge Tufic



Vênus


Dá-me, Apeles, o sangue dos teus dedos
e as cores deste mar, espuma ardente
em que Vênus ressoa e se reparte
entre deuses e bichos, céus e terras,


para que a louve, prostituta imensa
feita de orgasmo e sol. Pombos e cisnes
a conduzem nos braços da Volúpia
onde ela exerce, pleno, o seu domínio.


Mas, de repente, queda-se cativa
de um mortal como Adônis. Tão completa
me parece esta deusa que seu brilho


tem, sobre nós, a calma perspectiva
de uma fúria saciada: um simples nome
que a eternidade rútila consome.

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), A Classical Beauty

Jorge Tufic


 

Restinga's Bar


Sou tão frágil, meu bem, que um som, de leve
pode ser-me fatal como o teu beijo:
qualquer música brega, qualquer frase
pode ser-me fatal. E, assim, não deve


a brisa andar tão próxima à tormenta,
como não deve o ritmo da valsa
transformar-se em punhais; a vida é breve
e aquilo que é demais logo arrebenta.


Sou tão frágil, meu bem, que nada pode
separar-me de ti. Teu nome é um sonho
que navega em meu sonho. Tenho pena


de tudo, algo me aflige e me sacode.
Desliga esse Gardel, bota um canário
em vez do som, da voz que me condena.

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

Jorge Tufic



Voragem


Rostos que nunca vi, jacintos murchos
cujas sonatas frias me tocaram,
estes rostos não quero: eles são breves
no desfile das pálpebras cerradas.


Penso naqueles outros, familiares
rostos de toda a vida. Cataventos
da rua ainda sem nome, alagadiço
porão da infância, arpejos e trigais,


dai-me a ver novamente ou mesmo em sonho,
estes semblantes nunca repetidos,
graves alguns, mas todos inseridos


na memória dos dias voluntários.
Cemitério, talvez, dessas lembranças,
todas, em mim, são rosas e crianças.

 

 

 

 

 

 

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