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Ana Peluso

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Contos:


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

Jean L�on G�r�me (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Ana Peluso


 

Bio-Bibliografia

 


Ana Peluso, 1966, escritora, poeta, web designer, lançou recentemente o livro 70 Poemas, que integra a Coleção Patuscada da Editora Patuá, premiada com o ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Participou também da antologia deZamores pela Editora Escrituras em 2003, resultado do encontro de alunos de diferentes ficinas literárias virtuais do SESC SP, sob orientação do escritor João Silvério Trevisan. Também participa de diversas antologias do grupo Anjos de Prata, Poetrix, e, recentemente do TOC140. Em 2007 participou da antologia de minicontos MOSCAS, em homenagem ao escritor guatemalteco Augusto Monterroso, com publicação da Edições Dulcinéia Catadora, resultado da oficina literária do escritor Marcelino Freire no centro cultural b_arco. Participa da antologia É que os Hussardos chegam hoje também pela Editora Patuá, 2014, e de Hiperconexões: Realidades Expandidas, primeira antologia poética sobre o pós-humano, com organização do escritor Luiz Bras, pela Editora Terracota, 2014.

Possui publicações nas revistas Coyote e Ciência e Cultura (UNICAMP), e no extinto jornal O Pasquim.

Também possui publicações em revistas eletrônicas, tais como Germina Literatura, Releituras, Cronópios, Musa Rara, Lazanha, Diversos Afins, Fora de Mim etc.

 

Jean L�on G�r�me (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

Ana Peluso


7 poemas de 70 POEMAS

O livro  70 poemas integra a Coleção Patuscada, da Editora Patuá premiada com o ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de

Estado da Cultura de São Paulo
.

 

 

 

Justiça bloqueia bens de envolvidos com a máfia
ante todo o mal que ainda permuta a graça sem vergonha
não é a toa o silêncio da raça da vitória
ninguém traz no peito a esperança enterrada nas costas
esperar é tratado de armadilhas
delírio múltiplo no breu da lucidez insossa
angústia na forma de bandeira ao céu
e zonza
esperar é mais cruel
que toda a inverdade da vilania
junto a queda
a guerra
ao câmbio
a mais-valia


 

*

 

Eu não quero um Mercador de Sereias
para presidente
eu quero um Encantador de Serpentes

*

 

 

Fizeram do poeta uma estátua
parada na orla de uma cidade
que não é Itabira
fizeram do poeta uma pedra
parada numa rua
que não é um caminho
fizeram do poeta um ser calado
como sempre fora
e sozinho
agora repouso metamórfico
metálico
de partículas filosóficas do ar
que o rodeia
ele não ri nem de soslaio
antes odeia


 

*

 

 

 

Eu vi o anjo de deus no meio dos homens
asas insones
serelepes
vi quando ele desceu da nuvem e pisou o barro
as ruas
senti seu perfume quando passou por dentro da vida
e sei que seu lugar é no seu
no céu
vi quando ele olhou por dentro os olhos os homens
fechou atrás de si a passagem de volta
equação
carregou o monumento do mundo
não desfez nem reconstruiu
não habita o momento festivo grave e sublime
nem suporta a insana hipocrisia da avidez da vida
mas existem demônios porcos que condensam fuligem
neles
eu vi
eram lambidos pelo anjo de deus até a última fibra

e aos poucos eu vi o anjo de deus no meio dos homens
e vi que ele me viu quando me lambeu

 

 

*


 

Aprendeu a empacotar o tempo
vendia em saquinhos de cinco minutos

 

quando morreu,
suas vendas contabilizavam milênios

 

 

*

 

 

Existem fatores preponderantes
para que eu pense que o mundo
é um jogo de WAR gigante
onde o exército majoritário
pertence a quem não devia
e o filho da mãe só tira seis
cinco e seis
nos dados vermelhos
e nos amarelos também

 

*

 

 

Muros gelados
como aqueles que separam almas
muros gelados
na polônia gelada
na pelada gelônia
no meio de auxivitiz
no meio de nothingtrix
no meio do nazix
morto – ?
ora, não nos condene por perceber

 

 

[’70 Poemas’, Editora Patuá, 2014]

 

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tintoretto, Cria��o dos animais

 

 

 

 

 

Ana Peluso




Poemas inéditos


Se deixar, eu me apaixono por todo mundo
só que nem sempre minhas paixões envolvem sexo
- quase nunca
e aí é que ninguém entende
É que de onde venho, nós vivemos em estado de graça
uns pelos outros
e só nos casamos quando concebemos um filho
- naturalmente
e nem sempre vivemos embaixo do mesmo teto
é que de onde venho não existe teto
o que coroa nossas cabeças se chama amor

*

Todo mundo vai e eu fico. Olha lá todo mundo indo e eu fico. Todo mundo
vai. Tem, tem assento vago ainda, eu fico. Todo mundo vai e eu fico. Olha lá
o moleque entrou, todo mundo indo, e eu fico. Eu fico porque que de repente
cai chuva grande. Aí você, vai também que é pra cair chuva grande. Vai que
eu fico. Eu fico e todo mundo vai. Eu fico, sempre de olho grande esperando a
chuva. Vendo todo mundo ir. Vai todo mundo. Eu fico.
Ficamos, eu, a chuva que vai que cai, a rodoviária.

[era um céu de Suely]

*

A poesia é um idioma. Cada um tem o seu,
e há quem fale e entenda vários. Qualidade
não conta. Não existe idioma de qualidade.
O valor de um idioma é identificar. Vai daí
que cada um conversa mais com quem fala
a mesma língua.

*

quem
de qual barro
a que molde
quem molda
quais tintas
quantas
qual carne
se tantas
se tentas
quem eras
quais eras
emboras
se tanto
plural
se pouco
afloras

*

Deus me livre de ser o mesmo
hoje amanheci outro
amanhã serei outro outro
depois ainda outro
e além, já outro
Porque vai chegar o dia
em que não me lembrarei
de mim, mesmo
E só então poderei ser todos esses outros
outros
por inteiro

*

 

Tintoretto, Cria��o dos animais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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