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Mário Annuza

marioannuza@hotmail.com

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia:


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Micheliny Verunschk

 

Fátima Irene Pinto

 

 

 

 

 

 

 

Rubens Sanzio de Turbino, Transfiguração, detalhe

 

 

 

 

 

 

Mário Annuza

 


DESORDEM
 
Ai, quem me dera ser milionário
Morar na Avenida Vieira Souto
Ter mais de vinte helicópteros
Não me preocupar com nada,
E viver apenas de renda.
 
Ai, quem me dera ser bacharel
Ser catedrático em Harvard
Falar pelo menos cinco línguas
Ser casado com a Cindy Crawford
E morrer coberto de glórias.
 
Ai, quem me dera ser Ari Barroso
Ser o criador da Aquarela do Brasil
Ficar conhecido como compositor
Mostrar as curvas de uma mulata
E ser considerado um gênio.
 
Ai, quem me dera ser Vieira Souto
Morar na Avenida Cinco Línguas
Ter mais de vinte glórias
Não me preocupar com compositor,
E viver apenas de bacharel.
 
Ai, quem me dera ser helicópteros
Ser catedrático em nada
Falar pelo menos de renda
Ser casado com a Aquarela do Brasil
E morrer coberto de Ari Barroso.
 
Ai, quem me dera ser avenida
Ser o criador da Cindy Crawford
Ficar conhecido como Harvard
Mostrar as curvas de um milionário
E ser considerado uma mulata.
 

 

 

Manoel de Barros

 

Conceição Paranhos

 

 

 

 

 

 

 

20.10.2005, fsf.