A brava equipe do Jornal de Poesia e seu operoso Conselho Editorial |
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Uma pequena justificação: a mancha branca, como se fora cal, se não farinha ou até mesmo algum "cisco" dos pássaros na sobrancelha do velhote, deve-se ao reflexo da luz. Está branca, sim, mas não tanto. A foto, batida pelo filho mais novo, Cristiano, em 17.8.2003, em Paracuru, praias do Ceará. Lá, um modesto criatório de pitus nada modestos. Cristiano, Kiko, Kikinho, e a nora, a bela Cláudia. Veja agora o tamanho dos pitus de lá. |
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É um belo exemplar, há maiores... muito mais! Foi pescado na rede que está no chão, mas rasgou-a inteira. Fez-se com a fera um arroz-de-pitu, uma delícia! Comeram 37 adultos e 12 crianças e ainda sobrou para a janta. Repare bem, o bicho está no baixo-ventre do garoto e lhe vai até as orelhas... Quase metro! O pitu-em-chefe, dito também pai-de-chiqueiro (ou seria pai-de-represa?), vez por outra aparece aos incautos, mas só de noite. Bota-os para correr com uma lanceada de direita. O Monstro do Lago Ness? É fichinha! Vou tentar fotografá-lo. Temo que arrebente a tela do computador. Se o leitor ainda tem dúvidas que o bicho é grande, compare com os chinelões do pai do menino. Sim, o pai do menino, cadê o pai do menino? Por que só as chinelas, sem o pescador em cima delas? Não, ninguém sabe dele. Só das chinelas. E da rede, toda rasgada. No chão.
E, finalmente, esta foto do criatório de pitus:
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As origens, os sertões do Ceará |
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SOARES FEITOSA, Francisco José, 19.01.1944, Ipu, CE. Infância em Monsenhor Tabosa, CE. Ingressou no jornalismo, ainda menor de idade, repórter no jornal Gazeta de Notícias. Aos 20 anos, concurso ao Banco do Brasil e Fiscal do Consumo, atual auditor da Receita Federal, de que se aposentou depois de 35 anos de serviço. Trabalhou no Recife e em Salvador. Até os 50 anos, não se envolveu com Literatura, nada tendo escrito até então. Publicou um único livro, Psi, a Penúltima, em 1997, esgotado, com ampla repercussão à crítica especializada. Mantém na Internet o Jornal de Poesia, imenso, inesgotável, autêntica Biblioteca de Alexandria, milhares de poetas e, segundo o Google, o mais visitado endereço de poesia de língua portuguesa em toda a rede mundial de computadores. [Foto setembro 2005]
Do lado materno, os avós:
A avó, Nazária Soares de Nazareth, prima legítima de meu avô, o casamento parental no Brasil de antanho, ambos do mesmo tronco Soares Gondim, dos sertões de Independência. Atente para a "religiosidade" do nome, Nazária de Nazareth, o que veio produzir, no meu caso, o nome Nazareno ao filho mais velho e Nazária, prima do lado materno. O avô, José Soares Gondim (Godinho), pequeno proprietário rural em Pedra Branca, sítio Andresa, aqui já passado dos 90, com muita saúde, mas caduco total. Viúvo, a turba multa da feira o atentava com noivas e bilhetes de loterias; bonitas e premiados, é claro. Fugia de casa, tangendo essa bengala imensa em suas chinelinhas de cabresto, para longas viagens, Quixeramobim, Acre, Manaus… como se fosse ali na esquina. Soares Feitosa, uns onze anos, ganhou a tarefa de "vaqueiro de vô", a vigiá-lo para não fugir e buscá-lo quando fugia, com um ajuntamento, a trazê-lo nos braços. O vô danava-se! Claro que era uma farra, o velhinho, esbaforido e… teimoso. Na minha aldeia não havia fotógrafos. Apareceu um por lá. A mãe imediatamente aprontou o vô para uma foto. Desgosto total: as calças ficaram puxadas, mostrando os mocotós, "pegando marrecas", o que, à época, era um terror. Pior, o lençol posto à parede como tela de fundo, ficou torto, um martírio; ela, perfeccionista como ninguém. A foto mesma está torta, como se o vô num despenhadeiro, caindo de banda. «Um desastre!», dizia a mãe. Bom, o fotógrafo, metido a namorador, não sei o que andou aprontando com as moças do trecho, anoiteceu e não amanheceu. E agora, cadê o fotógrafo para corrigir a foto do vô?! Em homenagem à mãe, estou aqui "tratando" a figura, meio século depois, com tintas & pincéis eletrônicos, a colocar o beiral das calças do vô poisando por sobre as chinelas, como convém. Mas a foto primitiva há de permanecer. O lençol da parede, também; do jeito que sempre esteve: torto. [Ah, mãe, a senhora quer demais!] E cá para nós, se ela estivesse por cá, claro que haveria de exigir sapatos no vô. Engraxados, meu filho! Ou, quem sabe, botinas rangideiras iguais às do Jeca Tatu, o meu primeiro "livro", fazenda Bom Jardim, in illo tempore. Um leitor amigo, o Raimundo Netto, conseguiu desentortar o lençol. Fiquei muito feliz, mas o vô vai ficar como sempre esteve: fujão e torto. Eu também, a procurá-lo e tangê-lo de volta, nos braços, para casa. |
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Do lado materno, dois tios e o primo
No Sertão, a lei era assim: «bença, pai!», «bença, mãe!», chamando "senhor", chamando "senhora". Tomava-se a bênção de manhã bem cedo, ao acordar; e de noite, como última palavra do dia. Se depois de todos abençoados, faltasse o sono, iniciando-se alguma palestra, ou algum acontecimento extraordinário os acordasse, quando encerrados os assuntos, tomar-se-iam outra vezes todas as benças. Aquele ritual da bença era a hora de algum afago. Ou das reprimendas de praxe, que só seriam dadas antes da bença, por mais grave que fosses, ainda que do tipo «estou avisando» ou o sinistro «bem feito». A bença, pois, encerrava o dia. Isto mesmo, ainda que debaixo de pau, choro e pranto, o dia havia-se de encerrar sob o imperioso bença-pai, bença-mãe, quando havia pai e se houvesse mãe. Presentes os tios e padrinhos, a eles também tomava-se a bênção. Beijavam-se as mãos, tanto o abençoado como o abençoante. A expressão "bença, mãe!" é o equivalente à "abençoe-me, mãe!", que, de forma mais simples, diz-se "bença, mãe!" É o trivial do dia a dia, pois há uma outra outra bênção, de poucas vezes na vida, casamento, migração distante, hora da morte — segredos, crenças, descrenças —, mas aí o termo é oxítono, benção. O vocábulo benção é vernáculo, a forma clássica da língua. Também é da lei, no sertão daqui, que os mais novos tomem a "bença" aos mais velhos. Os tios afins são tão respeitados quanto os diretos. O tio-segundo (tio-avô) goza do mesmo status. Primos? Primo-legítimo, primo-segundo, primo-terceiro... Fazem-se longas genealogias... até...?! Bom, por aí vai; aliás, ia, que os costumes são outros. Aquele ritual de «benças» e «bençãos» é religioso sim; mas, e sobretudo, um estreitar de laços à intempérie garantida — a seca, a pobreza. Algo muito muito marrano, essa origem cristã-nova que permeia todo este Nordeste escondido. Tanto do lado mãe, como do lado pai, venho desses rituais, selvagens para alguns, absolutamente corretos para outros. Mas nada sei de origens marranas, mesmo porque isto sempre esteve nos limites do oculto. À esquerda, no alto, o padre-tio, que, a rigor, não era tio, apenas primo, o vigário de Nova-Russas, Francisco Soares Leitão, o Padre Leitão, o Pa'Leitão: os estudos, a casa, a comida, o colégio, o aprendizado, a estima. Esta dívida. À direita, o tio mais novo do lado mãe, Adaucto Soares Gondim, o tio-poeta, um grande amigo e três estantes de livre acesso, entupidas de livros em sua casa da Rua Major Facundo, 1389: mais esta dívida. À esquerda, o primo-poeta Juarez Leitão. (Há um ramo, digamos, distanciado (por meras geografias) e ilustre: os Petrolas (o finado reitor Paulo Petrola) e os Jorges (o jovem juiz Nagibe de Melo Jorge, dentre outros), parentesco em sétimo, décimo grau, lá pelos calcanhares do Judas, que, na cidade grande, nem existe, mas lá no sertão é-era muito forte. A bisavó do juiz Nagibe é irmã de vô José, para orgulho meu, evidentemente). No pessoa deste primo, o Juarez, a homenagem a todos os outros primos do lado mãe. Alguma notícia sobre ele, é só clicar: Os órfãos. |
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Do lado paterno, os avós e o tio, colega de Heitor; ambos, domadores de cavalos
Francisca Souto Teixeira e Joaquim Alves Feitosa, os avós paternos, pequenos proprietários rurais dos sertões de Tamboril. A foto é no pátio da fazenda Bom Jardim, quando Soares Feitosa, três meses de casado, foi-lhes pedir a "benção" para si e a esposa. Repare na sequidão da paisagem. Soares Feitosa vem mesmo de uma raça de poetas!, está mais que comprovado. Como foi que o vô Joaquim teve a coragem de batizar um sequidão destes de Bom Jardim!? Jardim de onde, meu Deus? Nos olhos de vó, belíssima, é claro! Repare nas chinelas de ambos, o popular cabresto, tudo muito modesto. E na burra selada, pronta para um bem ligeiro "vai ali, menino!". E o sequidão! Uma serrania de pedregulhos lá na frente. À esquerda, vó Francisquinha, oitenta e tantos, porém lúcida; o vô Joaquim, beirando os 90, caducando a mil. Atrás (excetuando as crianças), a mãe, o primo José Ulisses, SF, o tio Vicente e esposa, nossa prima, Edite. Na foto da direita, os mesmos personagens, menos SF (que bate a foto), e sua jovem esposa, Glaucineide, de blusa vermelha. Com a criança pequena nos braços, Vicente, o irmão mais novo do pai, domador de cavalos, a patente mais alta do sertão, indaguem de Heitor, Ílion, Tróia. Clique aqui para conhecê-lo] |
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O meu Compadre-primo e nele todos os outros primos do lado pai É valioso esclarecer que a pança (indecente!) é anterior ao insulto cárdio de 2007, carnaval inteiro na UTI, com o coração todo espetado de molas e arames. Agora, 20 kg a menos, o filho de dona Anísia está outra vez novinho em folha. Vou pedir ao Diego para atualizar a foto, cós 56 para 42! Redução de estômago? Não! Boca fechada, só isto. |
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Os filhos |
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Nazareno, Maria Carol e David. Filhos |
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A filha Heloísa, embarque para Novato, Califórnia, foto de 26.10.2005, casamento e mudança. |
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Cristiano, filho mais novo |
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Dois meninos, pai e filho
Do lado esquerdo, chinelinha branca, o David, filhodo meio. Do lado direito, também uns quatro anos, SF, o pai do David. |
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O casamento
A foto da direita, uns poucos meses antes do casamento. O coqueiro tem atualmente (2005) uns 20 metros de altura... Ela, filha de Tomaz Ferreira de Aguiar e Raimunda Vasconcelos Frota, pequenos proprietários rurais (Tianguá, Ceará), das mesmas tradições «bença-pai», «bença-mãe». |
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«Lavro para
ti os sons,
Lua de Março: — Trint'anos anos, quero outros trinta! —,
o jovem casal, bem jovem mesmo, ela 20, SF 22, é só clicar na foto |
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O menino |
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O menino |
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