Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Oscar Dantas

Email 

 

 

Thomas Cole (1801-1848), The Voyage of Life: Youth

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia:

  • Um pequeno bloco de poemas


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 

  •  


Alguma notícia do autor:

Oscar Antunes Pimentel Dantas nasceu em Salvador (BA), em agosto 1954. Reside em Aracaju, SE. Publicou MURAL DE POEMEUS, edição do autor, 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

Elaine Pauvolid

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

Um esboço de Leonardo da Vinci, página do editor

 

 

 

Oscar Dantas

 

 

 

Sob lençóis

 

Tudo começa na observação,

Como um acidente de percurso

Ou aquela paixão...

São olhares, palavras, fatos, fotos,

Movimentos momentâneos,

Que nos levam a ação...

É o cheiro, é a atração, é o sexo,

É o estado animal, é a tal da sedução...

São alguns tantos fatores

Que não nos damos conta do seu início,

Da nossa tomada de decisão...

Quando vamos tomar consciência

Já estamos lá...

Na cama, na lama, no sofá, no mar,

No ar livre, em qualquer lugar...

Só nós, nós dois em estado de êxtase,

De purificação...

A pressão aumenta, a libido aflora,

O sangue renova, e a pele expele o seu odor,

O seu cheiro, o seu perfume, o seu sabor...

Apesar de não se escolher o lugar,

O local inicial para se amar,

- Pois em qualquer é essencial para a inicial -,

O que conta na principal é a aventura,

A loucura, a excitação, o tesão sedento,

O estado animal para acasalamento.

Só que, só somente só, é sob lençóis,

Que encontramos a paz, o calor natural,

O habitat fundamental, o lugar ideal,

Para concretizar o ato de fazer amor.

 

 

 

 

À deriva

 

A bombordo vejo tormentas

A boreste desilusão,

Sigo o rumo da proa

Nesta oceânica indefinição.

 

Sem sol, sem lua, sem vento,

E sem estrelas para testemunhar,

Sou nau à deriva

Com coração a naufragar...

 

Navego em mar revolto

Sem instrumentos de navegação,

Procurando porto seguro

Para minha embarcação.

 

Quero encontrar uma infante,

- Amante das coisas do mar -,

Para que possa guiar este coração

E n’um rumo lhe orientar,

Pois a mulher que o comandava

Desembarcou a beira mar.

 

 

 

 

 

Copo de Leite

 

 

Um copo de leite quente

Antes de deitar,

Aplacará a fome e a sede,

Amargamente sentida,

Neste quarto vazio,

Por sua ausência temporal.

 

Ele me manterá alimentado,

Hibernando silenciosamente,

Com a minha solidão,

Até o amanhecer de um amanhã,

Quando iluminaras com sua presença

A minha escuridão.

 

Assedia-me um vigoroso desejo

De ser prisioneiro dos seus braços

E no colo dos seus seios me refugiar...

O pior é que as horas não passam

E a espera é secular,

Para me libertar dessa prisão

E matar de vez esta fome de você,

Nestas semanas de reclusão.

 

   
 
Culpa

 

William Blake, Death on a Pale Horse

 

 

 

 

 

 

 

 

21.2.2009