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Regine
Lima Verde |
Que
encanto de poesia Feitosa. A fumaça é um pano de
fundo para os sonhos.
E
o chocolate é doce na nossa boca. A paquera é
áçucar para nossa alma.
Que
lindas pontes você faz entre o gesto e o ato , entre
o pensar e o agir, entre o olhar
e o sonhar. Gosto de sua poesia.
Regine
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Nei
Duclós |
Um
dia, o barro
(Achitectura)
Amor, risco
de areia.
Casa, futuro
suor.
Poema: pássaro
virá do vento
soprar o barro.
O traço em busca
do próprio torso
Depois de breve
mergulho
a palavra
cala
A palma toca telha
e tijolo.
O dedo molhado
sonda o deserto.
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Maria Azenha |
Que as lágrimas
levantem vôo
(A
lágrima súbita)
agora
mesmo
és
um cisne.
os
teus lagos são jardins do Nada
há
pássaros infinitos à revelia e
cultivas laranjas em varandas
de fogo
secretos
vasos
desço
então pelas tuas asas
de lágrimas:
de
neve
e
ouro
depois
nada mais faço
que
as lágrimas levantem voo
da tua
infinita
face
(maria
azenha)
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Elíude
Viana |
Architectura
ou "Gênesis", Poeta?
(Achitectura)
Pois não haveria melhor resumo à primeira parte da
literatura bíblica, Profeta, que esse teu poema. Porque
nele, além da presença, quase palpável, do amor, que não
foi explicitado no livro da criação, ainda teríamos o
resgate da figura da mulher-protagonista-cúmplice,
alijada (pois "culpada") no relato da construção
do mundo primeiro.
Teu louvor sensual ao companheirismo enternece, Poeta. E
nos enobrece, a nós mulheres.
Elíude Viana.
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Eduardo
Diatahy Bezerra de Menezes |
Dom
Feitosa:
Acabo
de ler o seu poema (Achitectura)
nesta madrugado do dia 20, que ainda só nasceu no
quadrante do relógio.
O
que me encanta é essa loucura da cinestesia criada pelas imagens,
que só a língua do poeta é capaz de criar. Por isso ele é
perigoso e merece ser perseguido pelos poderosos do momento: ele
anuncia mundos virtuais que, no entanto, existem em nossa
sensibilidade.
Vate, vade rectro!
Diatahy
Feitosa,
Acabo
de ler sua lavra nova (Nunca
direi que te amo).
O
poeta é um observador terrível e subitâneo.
De
repente, sua fala é dominada pela sensação inesperada e ele diz
coisas antiqüíssimas, porém inéditas.
Gostei.
Diatahy
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Paulo
Torquato Tasso |
(Achitectura)
Achitectura
cheira a terra, cheira a origem, cheira a mato, cheira a primórdio,
cheira a raiz. As pessoas se deslumbram com isto por estarem, talvez,
em busca de algo que não encontram no nosso mundo. O que parece é
que você também não está encontrando, haja vista a emoção
concentrada em dose cavalar que conseguiu colocar em apenas duas dúzias
de palavras. Contudo, traduziu não só sua agonia, mas a de milhares
de pessoas: daí a magia do artista.
Se
realmente existirem neste país poetas, intelectuais e críticos que
mereçam estes nomes, tua obra será leitura obrigatória para os
vestibulares do próximo século (existirá este diabo então?).Você
seria sempre artista, independentemente do instrumento de expressão
que utilizasse.
Fiquei
horas tentando descobrir de onde vem a intensidade que Nunca
direi que te amo transmite. As palavras
são conhecidas, as expressões também. Acho que a coisa
tem mais a ver com a estruturação das frases e com o uso
das preposições em sentidos não convencionais. A propósito,
o que vem a ser um "porto de nenhum aviso"? O
porto de destino da morena que navega? E o que são os
"contrastes" de um aviso? Contradições,
surpresas?
Abraço.
PAULO TASSO
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João
Barcelos |
Soares
Feitosa e sua poesia universal. Que belo! Dá-me vontade
de viver mais a Vida! A vivência literária de Soares
Feitosa (Psi, a Penúltima, Ed. Papel em Branco,
1997/Salvador/BA) é telúrico-cósmica na sua refrescante
dramaturgia pelo qual nos é dado o Saber humanizante.
Encontro
nesse poeta o som vivificador de uma metalinguagem talvez
ancestral: entre pedras, águas e animalidade,
enraizamo-nos na contemplação própria e das
circunstâncias. E é tão forte, tão social e
filosófica essa poesia! Sim, que me atrevo a dizer dela
uma poética d'inovação.
Lá
de Fortaleza (CE), o autor trata a vida no quebrar das
ondas do Divino Estar, faz-lhe e faz-nos eco humanizando
esse som telúrico cósmico, porque somos a Besta enquanto
queremos ser...
Psi,
a Penúltima, é um talvez novo idioma poético,
metalinguagem sensorial e cibernética. Ler esse livro é
re-aprender a Vida!
[Jornal
das Artes, São Paulo, set/97]
Soares
Feitosa
o poeta
(Nunca
direi que te amo)
E
todos os escritos poéticos de Soares Feitosa sabem-me a néctar
encorpado na delicadeza charmosa das vivências.
Digo,
por isto mesmo, que viva o Poeta!
É
raro, muito raro, em mim, não escrever de imediato o
instante da sensação recebida pela leitura de outros
escritos. Faz tempo que venho lendo Soares Feitosa - o
Poeta, e eis-me diante de um desses instantes que me levam
adiante, fazem-me saborear longamente cada verso, cada traço
poético (como aconteceu lendo Joyce, Adélia Prado,
Octavio Paz, Sá-Carneiro, Quintana)... Soares Feitosa
chega(-nos) com a fragrância de um viver profundo,
meticuloso até, e no entanto, sente-se o desprendimento
nas entrelinhas do seu existir literário.
Que
viva o Poeta!, pois. Porque é desse estádio do
desenvolvimento intelectual que falo, e ao qual poucos
chegam. Sim, a Poesia sublime e profunda e perfumada de
Soares Feitosa bebe-se para se refletir à luz das chamas
da lareira que somos... quando queremos e somos Alma!
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Maria
Cristina |
(Nunca
direi que te amo)
Caro
Soares Feitosa,
De
poesia nada sei; não classifico, não identifico estilos, ignoro seus
aspectos técnicos (admite-se tal?)...enfim, imagino que saibas a
que ordem de seres pertenço; àquela dos que sentem a poesia com o único
recurso de que dispõem - o coração. Talvez ousando uma interpretação
sobre essa categoria de seres, diria que utilizam a alma mas, essa
alimentada pelo corpo aonde estão inscritas, como tatuagens, os
sons e signos da vida.Enfim, sem dar asas à esse devaneio
interpretativo, gostaria de registrar minha profunda admiração pelo
seu trabalho; trabalho esmo...esse de criação de um Jornal da Poesia,
que descobri por acaso há alguns meses...vasculhando os serviços
oferecidos pela Internet; que surpresa, quanto prazer, quantos momentos
maravilhosos sua página já me ofereceu.
Tenho
brindado um grande amor com poetas fantásticos que compõem a galeria
do Jornal. Tenho divulgado entre os que me são queridos seu trabalho.
Cheguei a pouco nesta Fortaleza, ficarei um tempo e seguirei por outras
trilhas. Mas, minha passagem por aqui está marcada por sua "criação"
poética. Confesso que até então, havia percorrido a poesia dos que
lhe acompanham aqui e, hoje, curiosamente fui em busca da sua poesia.
Estou "encantada" com 'Nunca direi que te amo'. O que posso eu
dizer? Criador...Cria dor...alma remexida; fui em busca de mais -
encontrei Femina ...
Sem
palavras. Obrigada,
Maria
Cristina <macbunn@secrel.com.br>
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Hugo
Pontes |
Psi,
a penúltima, Ed. Papel em Branco, Salvador, 1997.
"Nada
define melhor a sensação se abrir um Feitosa: a poesia
invade! Nosso multinordestino — Ceará/ Pernambuco/
Bahia — erigiu um novo patamar literário e arte o
abençoou."
Aproveito
o comentário feito na orelha do livro, por Antônio
Massa, para dizer, que o poeta Francisco José Soares
Feitosa é, sem dúvida, um nome na poesia brasileira por
ser ousado, criativo e inovador.
Sua
obra ganha dimensão do universo pelos variados temas que
aborda com propriedade e numa linguagem poética que
vai do lírico ao épico.
Sem
dúvida, na atualidade, Soares Feitosa torna-se pelo poder
da palavra — que tão bem sabe manejar — e
competência própria o poeta da terra e da gente
nordestina.
Vejam
esta amostra:
Strip-tease
Jamais eu ficaria quieto
sob o teu olhar;
que muito menos quietos,
no direito de ir e vir,
sobre o
teu corpo,
seriam os meus olhos lívidos.
Porque sobre mim,
bastam os sons
dos
teus vestidos:
já me desvestem a alma.
[Coluna
Comunicarte, Poços de Caldas, MG, 14.8.1997]
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Maria
José Giglio |
Seu
livro veio confirmar a indelével impressão que conservo da Bahia.
Uma palavra só a expressa: demasiado. Para minha pele clara, meu
regime vegetariano, minha saúde de porcelana, meu olfato ultra-sensível
que um dioríssimo agride; o sol, calor, a exuberância das frutas,
dos odores, das iguarias baianas, é demasiado. Agora seu livro com
sua capa ensolarada onde floresce um mandacaru grego, suas duzentas
e cinqüenta três páginas com fotos, cartas, epígrafes, prólogo,
apêndices, bíblia, jornal, manifesto, odes e réquiem, formula-um
e prozac, pecados capitais e internet — é demasiado.
Preciso
que você me dê um tempo. Para mim a Bahia precisa ser em
conta-gotas. Por enquanto estou sob o impacto da imburana-de-cheiro.
Eta idéia singular essa de grudar um envelope com pó-perfume num
livro de poesia! Rapé, diz você? Pois, meu caro, é a over-dose
exata para o meu suicídio. E previno-o, antes que você consiga me
enviar as abelhas que dessa vez lhe fugiram — sou alérgica a
picada de insetos. Precisei caminhar quarenta anos pelas trilhas
sinuosas da poesia, para topar com você, Soares Feitosa, navegando
na Internet com uma arca-de-Noé. Assim é impossível não lhe
querer bem.
Li,
com a atenção que merece, seu grande livro. Tudo. Introduções,
cartas anotações, comentários, e seus poemas. Uma primeira
impressão ressalta: a sua dicção discursiva não cansa. E isso
pelo feliz achado de intercalar como pequenas ilhas, ou como aqueles
corredores de pedras que facilitam a travessia, esses versos
explicativos, que aludindo o assunto tergiversam, cortam a corrente,
permitem uma pausa, um respiro alentador. Concordo, você é um épico.
E seu tema vem das origens e irá até quando houver humanidade: a
insuportável percepção da inconseqüência cósmica. Você me
remeteu ao existencialismo, ao absurdo, ao mito de Sísifo, a Albert
Camus.
Enfim,
amei o seu poema Dormências. Tangida por imprevistas circunstâncias
cheguei aqui, digo, em um sítio, antes, “praciana, da cidade
grande”, e durante quatro anos aprendi na escola da terra, a
teimosia das dormências vegetais e humanas. E como se tudo isso, e
muito mais que deixo para as próximas cartas, não bastasse, seu
livro é uma maravilhosa resposta aos apocalípticos do verso,
esses que apregoam, embotados por todos os prós-e-prés da
modernidade, a morte da poesia. Viva!, afinal, esse daimon que o
possui! Está claro o recado: os deuses ainda não abdicaram do
sagrado direito de rir por último. E voilà.
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Edmir
Regis |
Confesso
que foi uma agradável surpresa ler seu poema SIARAH,
explosão telúrica sobre um tema angustiante aos nordestinos: a
Seca. E aqui cabe a observação de Paul Valéry sobre a poesia: “Tentativa
de representar ou de restituir por meio da linguagem articulada
aquelas coisas que os gestos, as lágrimas, as carícias, os beijos,
os suspiros procuram obscuramente exprimir”.
No
seu emblemático poema — testemunho da construção do Canal — a
angústia e a lembrança de pessoas e coisas, profundamente marcadas
pelo social, Soares Feitosa nos faz acreditar em visões, profecias,
cavaleiros e conselheiros!
É
a revelação pela poesia.
|
Continua
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