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Vera vouga 

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Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leonardo da Vinci,  Study of hands

 

Aurora, William Bouguereau (French, 1825-1905)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vera Vouga


 

CARTA-APRESENTAÇÃO

 

 

Em se tratando de prefácio em forma de carta, remetido por e-mail, entendemos que se devia preservar a ortografia lusitana.

A autora é professora de Teoria Literária da Universidade do Porto. (N. da E.)

 

Querido Pedro:

Pediu-me, de Paris, por um e-mail que marcava um novo encontro após separação de voz, de escrita e de lugar, que fizesse uma apresentação deste seu livro. Respondi – o que sempre acreditei e ainda acredito – que um bom livro não precisa de prefácio, que o tempo (cronicamente!) me faltava e não sabia se deveria ser eu a apresentá-lo.

O livro veio, por e-mail, com sua enormidade de apóstrofe ao divino, com sua dimensão desmesurada (1) de livro muito extenso, sua dedicatória às meninas dos blogs por quem será, imagino,Pedro Lyra devorado, na sequência da descoberta da poesia e do amor que uma feliz escolha escolar lhes ofereceu. E trocámos mais mails, sinceros e amigos, e assim crescia em mim a vontade de agradecer tão grande confiança e aceitar o que de planos, a meu ver superiores, era proposto.

Ainda não lhe disse isto: foi nas meninas dos blogs que pensei. Propus-lhe até publicitar alguns excertos e esperar pelas leituras delas. Deveriam ser múltiplas, espontâneas e limpas, claras, curtas, leves e eficazes. O Pedro achou que não. O seu livro era um todo e como tal o queria editar. Pensei ainda nas meninas. O que achariam desta desesperada interpelação na “última praia”, suspensa neste “plano inclinado”, deixando-as “para sempre suspensas numa espera”. Que partes as tocariam mais? Que excertos iriam ser citados, ao infinito potenciados no espaço imediato e volátil deste voo recente? Que ondas de pensamento geraria o seu livro?

Foi nas meninas dos blogs e no mundo, mais do que no amigo, que pensei. E aqui vai o que, no meio de tantas outras inadiáveis coisas e muito sofrimento pelo atraso da minha escrita (sofrimento que totalmente lhe reencaminhei, por ser palavra requerida e duramente adiada, como também real atraso para o livro) o que queria dizer sobre Confronto – Um diálogo com Deus.

“Em suma: prosseguimos”. É com este fabuloso início in media res que Pedro Lyra começa este longo e poderoso poema, espécie de epopeia em verso livre e branco cujo herói é, aos olhos contemporâneos, mais elevado do que algum outro, como em breve veremos. E se é verdade que o começo in media res é coordenada da epopeia canónica, esta dicção enxuta e seca é surpreendentemente nova e eficaz.

Mas quem diz que prossegue? E quem prossegue o quê? Precede o início uma belíssima página de epígrafes sobre Deus, cujo meridiano de convergência é o da inquirição e paradoxo. Delas prosseguimos. Precede ainda o início uma pequena nota explicativa sobre o que de si próprio, em outros textos, o autor aqui aproveita. Delas igualmente prosseguimos; mas, indirectamente, com mais ampla focagem, de toda a obra do autor, concretamente, também, de Desafio e de Contágio. Além desses fragmentos e das epígrafes citadas, é de todas estas obras e pensadores, nomeados ou só implícitos que partimos. E é já claro que o caminho é o da humanidade em geral, uma humanidade sofrente e longamente interpelante, sujeito, objecto e enunciador da epopeia das epopeias, que engloba todas as outras, só parcelares e já escritas, a epopeia da humanidade.

“Em suma: prosseguimos”. E somos nós que, por alargamento, também aqui estamos, que “meditamos, meditamos, meditamos” “E seguimos sozinhos”. “Dispomos da Lei, da Ideia e do Dogma”, da prova, do paradoxo e da contradicção. Como todos os séculos que deste modo interpelaram Deus, deste modo brilhante e nobremente irado, continuaremos a repetir a incessante pergunta: “Quem és tu?” “E nós?”. “E seguimos sozinhos” pois só acompanhados pelas brilhantes mentes que antes de nós o perguntaram. E aqui Pedro Lyra, tanto quanto nos cerca de um dizer abrangente, igualmente nos solta para uma resposta outra, que não a sua nem a predominante nos séculos que foram. Ele próprio o escreve: “Não: por essa via/ não acendemos a luz”. Fitando “o céu com olhos terrenos”, ele escreveu apenas, “um pedido/ um incrédulo pedido de clemência”.

Parece altura de falar ao Pedro, bem como aos descendentes da brilhante argumentação humana com que os poetas, os filósofos e os teólogos de linhagem argumentativa, desesperados pela ausência da resposta divina, interpelaram Deus. Deus não responde ou não podemos captar qualquer resposta alta se a nossa vibração for escura e sombria, como necessariamente é a relativa a todos os estados de tristeza, de revolta e de zanga. (E o da argumentação e discussão teórica, no remoto limite é, como permitem ver, no plano materializado do visível, os dados da prosódia e da fonética articulatória, quase sobreponível a um certo tipo de cólera). Esses estados afastam-nos dos planos superiores, criando fechamento e opacidade onde deveríamos criar sintonia. Por isso, por clarabóias de uma luz justíssima, houve poetas que falaram da “rosa impura da tristeza” (Albano Martins) ou da “dor, essa falta de harmonia” (Camilo Pessanha). Pois só a vibração de júbilo e gratidão nos aproxima de Deus e nos permite que intuição e razão de novo se conjuguem, após a era do desenvolvimento separado, da lógica disjuntiva e do inevitável desespero humanista.

Afirma Schiller: “Outrora, naquele belo despertar das energias intelectuais, os sentidos e o espírito não possuíam ainda um domínio estritamente separado; porque nenhuma cisão os tinha ainda tentado a fazer partilhas hostis e a definir a sua demarcação (…). Por mais que a razão se elevasse, ela transportava a matéria amorosamente consigo, e por mais fina e aguda que fosse a forma que usava para separar, ela nunca mutilava” (2). “Foi a própria cultura que abriu esta ferida na moderna humanidade (…). O entendimento intuitivo e especulativo repartiram-se então com hostilidade pelos seus campos distintos, tendo principiado a vigiar as suas fronteiras com desconfiança e inveja” (3). “A cultura, longe de libertar-nos, apenas desenvolve (…) uma nova carência” (4). E recomenda: “Ousa ser sábio” (5). Libertando-te dos que “preferem o brilho crepuscular de conceitos sombrios (…) aos raios luminosos da verdade (…). Teriam de ser já sábios para amar a sabedoria: tal verdade já foi sentida por aquele que deu o nome à filosofia” (6). Por isso o grande obstáculo à vibração do amor divino é decerto a nossa falta de amor. Como chegar, então, a esse primeiro umbral? Ou como reavê-lo, depois de ser perdido? Não há resposta fácil, embora certos dados se apresentem como reconciliadores com o inexplicável: mal e miséria de uma aparente sem razão como passagens do repetido trânsito da reencarnação, amplo processo de experiência e crescimento. Será então talvez mais fácil ser mais dócil, como os lírios do campo. Virados para o alto, recebem facilmente as vibrações do alto. Enquanto muitos homens, de há muito congregados no Panteão da cultura e do conhecimento, se mostram incapazes de harmonia. Assim os vê Jorge Luís Borges, considerando Pascal “uma das figuras mais patéticas da história da Europa” (7). E continua: “Não é um místico. Pertence àquela classe de cristãos, denunciada por Swedenborg, que julgam ser o céu um galardão e o inferno um castigo e que, acostumados à melancólica meditação, não sabem falar com os anjos. Importa-lhes menos Deus do que a refutação de quem o nega” (8). 

Não é este o caso de Pedro Lyra, poeta e claramente teólogo no profundo sentido que Borges lhe atribui: “porque todo o homem culto é um teólogo, e para o ser não é indispensável a fé” (9). E Pedro Lyra é-o, na sua infatigável e ardente travessia da memória da humanidade, das ideologias, das linguagens e dos discursos, não desdenhando nada do que é humano e nobre, mas não temendo as novas utopias que foram carne e sangue de quem ousou atravessar as ardentes estepes do século XX. O que ainda (e já tão pouco, creio) o detém, à entrada da cidade, é a resistência a não resistir, abrindo-se para a mesmo que pálida, ainda cheia de dúvida, promessa mais que aurora, vibração da paz. A luz, que sempre em formas várias, variamente buscou, assim a formatava em Decisão: “Uma arma./ Decidi/ construir uma arma (…) E construí: um revólver de luz”. Entretanto pensou, viveu e foi escrevendo. Sobre o homem das neves e sobre o amor. E globalmente transformava a circunstância e o concreto em pródiga e abrangente declinação ontológica. Veja-se, como exemplo, a transformação, quantitativa, é certo, mas qualitativa até à evidência, dos sonetos de amor de Musa lusa para Desafio – Uma poética do amor.

 Repare-se na dimensão teológica (ainda que ortodoxamente herética) do “génesis” do livro, seu início:

 

 

SONETO DE CO0NSTATAÇÃO – I

 

Do barro

pelo hálito de um deus,

num salto

 pela mão da natureza,

o universo nasceu:

nasceu o homem.

 

Vinda do nada

para os infinitos,

vinda de uns antropóides

para o nada,

a espécie

– esta parábola

no tempo.

 

Ou seja terra

ou ar

ou fogo

ou água

foi a necessidade que a moveu

foi a satisfação que a sustentou:

 

sob uma lua virgem

– entre névoas –

sobre um leito de folhas

– entre nuvens –

o primeiro casal nos garantiu.

 

Por nós

nos afirmamos

por nós mesmos

pois foi o sexo

– o Amor –

quem nos gerou.

 

 O livro abre-se epifanicamente para a deflagração e contemplação do transcendente no seu apogeu, ainda pessoal (o amor), mas que promete ou aproxima ou vagamente prenuncia o estado de contemplação e união absolutos a que menos pessoas têm acesso e costuma ser dito místico. Este estádio de contemplação, ainda que não se alçando a alturas tão únicas, Schiller caracteriza-o como essencial ao ser humano. Cito: “Enquanto o ser humano, no seu primeiro estado físico, apenas apreende de modo passivo o mundo sensível, enquanto apenas sente, ele forma ainda um todo único com o mesmo (…). Só quando o coloca fora de si próprio ou o contempla, é que a sua personalidade se destaca dele e lhe surge um mundo, uma vez que ele cessou de perfazer um todo com o mesmo. A contemplação (…) é a primeira relação do ser humano com o universo que o rodeia. Se os apetites se apoderam directamente do seu objecto, a contemplação afasta para longe o seu, fazendo dele a sua propriedade verdadeira e inalienável precisamente ao salvá-lo da paixão. A necessidade da natureza, que no estado de mera sensação o dominava com poder indiviso, abandona-o na reflexão; nos sentidos sucede uma paz momentânea; o próprio tempo, esse elemento eternamente mutável, permanece quedo, enquanto os raios dispersos da consciência se juntam e uma imagem do infinito, a forma, se reflecte no solo efémero. Logo que se faz luz no ser humano também deixa de ser noite fora dele, logo que tudo nele acalma também se apazigua a tempestade no universo e as forças litigiosas da natureza encontram a paz entre limites estáveis. Daí que não seja de surpreender que os textos poéticos mais antigos falem deste grande evento no interior do ser humano como sendo uma revolução no mundo exterior, figurando o pensamento que vence as leis temporais sob a imagem de Zeus que põe fim ao reino de Saturno” (10). Daí, ainda, que no encontro final da trapezista com o anjo encarnado em As Asas do Desejo (11) de Wim Wenders, Peter Handke, autor do guião, lhe endosse um longuíssimo monólogo em que a protagonista, a um palmo do abraço mais adiado do cinema, se diz finalmente um ser solitário, solidário, completo (12).

Voltemos a Pedro Lyra e à paz que verteu sobre o mundo em Desafio – Uma poética do amor e Contágio – Poesia do desejo. O amor redime, transforma, rapidamente eclipsa uma violenta apóstrofe, “Astros malditos”, para fazer-se “limbo”, “anunciação”, noite genesíaca, manhã. “Era uma noite simplesmente noite,/ noite no tempo, noturna/ como qualquer noite no tempo”. (“Parece que é o universo que desponta/ do primitivo caos que nos gerou”). “E a aurora nos encontrou reinventados”, “para colher a manhã em nossas mãos”. Escreve ainda: “Trago-te uma flor,/ para a celebração da descoberta. // Fui colhê-la/ num jardim anterior ao paraíso”. Perante este esplendor, ainda que parcial, o fragmento torna-se todo, por sinédoque, submerge o que ainda questiona e de novo cavalga o dorso da metáfora ditosamente modulada e especular: “…quando raiar em tuas mãos um sol de quinta-feira”, “quando raiar de tuas mãos um sol de quinta-feira”. É a radical experiência amorosa, até este momento, a grande revelação para o poeta. No rosto único, amou “toda a espécie”, fundindo o eu e o mundo por irradiação deste radical júbilo fundente: “Tu estás clara e estás em toda parte:/ na cor no ar na luz – e eu te contacto/ na tua mais compacta claridade”. “Quem nos tocar, também será feliz”.

Ora não é isto que acontece, ou só muito de raspão acontece, em Confronto. Não porque haja propriamente insulto ou desrespeito mas porque, ainda preso neste terreno de experiência e escrita, à tradição argumentativa, o autor acumula súplicas sem solução e sem saída, dolorosamente aprisionado na dignidade veemente de um silêncio interpelante que se confirma “incrédulo pedido de clemência”. Apelos sucessivos e veementes se dirigem, desta “última praia” ao Pai distante, ausente: “Mas volta”, “Volta”, “Desce das nuvens”, “Quem te retém?”, “Então, por que não voltas?”, “Volta”, “Já é hora, vem!” “Por isso, volta”, “Então volta, mas agora”, “Pai não faz isto com filho, aqui embaixo”. E por três vezes o sujeito da súplica abre o espaço para um fugaz clarão de luz:

(De repente, pareceu-me que um sol despontava à meia noite,

redespertando o mundo);

*

(Pareceu-me descer uma líquida luz sobre os campos e as  almas,

refecundando as terras e a esperança);

 *

(Nesse instante, pareceu-me despontar numa penumbra uma lua verde,

reconvidando os viventes).

 

E a luz ainda não se faz, ainda muito presa à retórica da imagem de linha decadentista/simbolista, visando ineditismo e estranhamento. Pelo contrário, a luz desponta onde houver paz, o outro nome, mais breve, da harmonia. E sempre se anuncia e se nos dá, como afago escondido e discreto, quando o poeta permite que atravesse este longo poema em duro verso livre, um qualquer ritmo arquetípico, decassilabo ou alexandrino, quase sempre, instaurando a modulação da lei, a magia da reminiscência e, claro, a abolição das fronteiras do tempo e do espaço: “Só em raros momentos a redime” (“E o mais vivo de todos foi o Amor – o único abrigo/ em que tentaste adoçar a passagem neste exílio”). E “só aqui a seiva germinou”.

Mas germinará mais. Basta que, neste tempo de mudança cósmica, de mais velocidade e mais clareza, Pedro Lyra por momentos se esqueça da tradição lógico-discursiva e se deixe entrever, ainda que dubitada, a harmonia do cosmos. E o que aqui é sonho, enunciado no futuro, começará a sê-lo, em permanência, nesse instante detonador de um outro plano, “com toda a claridade das certezas:/ Eu salvarei a tua Casa e o teu Amor”. Será também preciso abandonar o espartilho das interpretações canónicas prudentes e abrir-se para a profunda e sagrada sintonia com Deus, seja através da tão tocante via das criaturas (13), seja do radical despojamento, ponto fulcral da via mística mais pura em que Deus enche em absoluto o ser em que universalmente se duplica (14). E a parusia é essa presença progressiva, pujante e plena em nós, multiplicados Verbos e Seus filhos. E a partir daqui, não há identidade ou diferença, tempo e não tempo, carne e espírito em risco de litígio. Do Nada até ao Ser é tudo aqui, agora, eternamente. Os planos permanentemente se cruzam e o milagre não é uma excepção à lei mas uma materialização que acontece sempre que a ela nos abrimos e a sabemos conhecer.

Dizia Pedro Lyra, anos atrás, em “Anunciação”: “Aqui, eu”. Nesse livro anterior (Contágio), mais teológico do que este que agora se apresenta porque mais luminoso, o autor enunciava o pronome que, ainda segundo Borges, só poderia ser expressão da condição divina e, em última análise, proferido por Deus. “Segundo a teologia cristã, Sou o que Sou manifesta o facto de só Deus existir realmente ou (…) que a palavra eu só por Deus pode ser pronunciada. (…) Sou o que Sou é uma afirmação ontológica” (15). É este o horizonte: o seu, o nosso.

Sabe? Quando passei do documento anexo este seu livro a print, dada a desmesura do texto, pedi à Gráfica da minha Faculdade que me fizesse essa impressão de suporte. Eles aproveitaram o verso de folhas já usadas. Ficou assim impresso: o seu livro é o que é mas é também uma certeza e uma promessa. Todos os versos contêm um outro livro, visível, muito belo, mas secreto, grafado a quadradinhos que vemos mas não sabemos ler ainda. E que já está escrito. Lembraria Pessoa: esse livro é que é lindo. Ele modula certamente e aflora o Livro de que falam os Livros. O que na Bíblia se diz Livro da Vida e no Alcorão se diz Livro evidente. Que habita junto de Deus, como essência. “Deus apaga e confirma o que quer” (16).

É isto, Pedro Lyra, o que, para não me alongar em excesso, me ocorre dizer sobre o seu livro-em-curso. Vou prender a respiração até que diga se terei alguma razão. Peço-lhe, por isso, que não demore muito a responder ao abraço muito grato da

Vera


 

 

NOTAS

 

[1] Já que, por oposição à grande e nobre tradição do grande livro épico a que poderíamos chamar animal de grande porte – de Mahabarata a’Os Lusíadas, da Odisseia à Divina comédia, de Lost paradise a La légende des siècles – certa tradição da modernidade, sobretudo radicada em Poe, tem preferido o poema curto, epigramático. Uma tradição que precoce e ousadamente Pedro Lyra atravessou e recriou, recordemo-lo, com a sua incursão pelo poema postal. Importa apenas perceber aqui, livres de modos dominantes e modas hegemónicas de literatura light, que certos grandes livros são necessariamente livros grandes.

2 Sobre a educação estética do ser humano numa série de cartas e outros textos. Tradução, introdução comentário e glossário de Teresa Rodrigues Cadete. Lisboa, IN-CM, 1994, p.38.

3 Ibidem, p.39.

4 Ibidem, p.37.

5 Ibidem, p.45.

6 Ibidem.

7 “Pascal”, Novas inquirições. Tradução de Gil Nozes de Carvalho. Lisboa, Editorial Querco, 1983, p.115.

8 Ibidem.

9 “O enigma de Edward Fitzgerald”, Novas inquirições. Ed. cit., p.92.

10 Sobre a educação…., cit., p.89.

11 No original, Der Himmel uber Berlin, 1989.

12 Como diz Pedro Lyra, “É a sensação enfim de estar completo/ num mundo que afinal se justifica”.

13 Referiria aqui o legado matricial de S. Francisco de Assis.

14 Referiria aqui o legado de Mestre Echkart, exemplificado em Traités et Sermons. Paris, Aubier, E. Montaigne, 1942. Sugeriria ainda, pelo lúcido cruzamento de dados que encerra, incluindo uma brilhante clarificação da catarse, a leitura do livro de Henri Bremond: Prière et Poésie. Paris, Grasset, 11ª.ed., 1926.

15 “História dos ecos de um nome”, Novas Inquirições, cit., p.188.

16 XIII, 39.    

 

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