Francisco Brennand
Biografia
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand foi um artista plástico brasileiro.
Desenvolvia seu trabalho com diversos suportes, tornando-se notório como ceramista.
Foi autor de dois importantes espaços culturais da cidade do Recife: a Oficina
Cerâmica Francisco Brennand e o Parque das Esculturas Francisco Brennand.
Em 2017 foi agraciado com a Medalha do Mérito Guararapes - Grã Cruz, a mais alta
honraria do Estado de Pernambuco.
Nasceu em 11 de junho de 1927 nas terras do antigo Engenho São João, na cidade
brasileira do Recife, filho de Ricardo de Almeida Brennand e Olímpia Padilha Nunes
Coimbra. É descendente de Edward Brennand, originário de Manchester, na Inglaterra,
que veio para o Brasil em 1820 para trabalhar em uma empresa ferroviária inglesa.
Em 1917, o pai de Francisco Brennand, Ricardo, criou a primeira fábrica de cerâmicas
da família — a Cerâmica São João — nas terras do antigo engenho do bairro da Várzea,
no Recife, herança recebida de D. Maria da Conceição do Rego Barros Lacerda, uma
prima de sua mãe.
Durante o ensino médio, após conhecer o trabalho do escultor Abelardo da Hora,
Francisco Brennand desenvolveu seu interesse pelo desenho e pela literatura. No mesmo
período conheceu Débora de Moura Vasconcelos, sua futura esposa, e Ariano Suassuna,
seu colega de classe, com quem produzia um jornal literário, encarregando-se de realizar
as ilustrações para os textos e poemas de Ariano.
Inicialmente, Brennand acreditava ser a cerâmica uma arte utilitária, menor, e por
isso dedicou-se sobretudo à pintura a óleo. Entretanto, ao chegar à França, em 1948,
deparou-se com uma exposição de cerâmicas de Picasso, e descobre que muitos dos
artistas da Escola de Paris haviam passado pela cerâmica: além de Picasso, Chagall,
Matisse, Braque, Gauguin, e sobretudo o catalão Joan Miró.
Já no início da década de 1950, de passagem por Barcelona, Brennand descobre Antoni
Gaudí, cujas obras — com suas formas sinuosas e o uso do trencadís, tradicional técnica
catalã — causam-lhe forte impressão. Após o seu primeiro período na Europa (1948–1951),
Brennand retorna ao Brasil mas, logo em 1952, decide aprofundar-se no conhecimento das
técnicas da cerâmica, iniciando estágio em uma fábrica de majólicas na cidade de Deruta,
na província de Perúgia, Itália. Durante esse estágio, Brennand inicia suas experiências
com o uso de esmaltes cerâmicos e queimas sucessivas da peça, em temperaturas variadas.
A cada entrada da peça no forno, é aplicada uma camada diferente de esmalte, o que dá
à superfície uma grande variedade de cores e texturas.
Na década de 1970, Brennand participa do Movimento Armorial, juntamente com Ariano
Suassuna, seu principal idealizador.
No seu ateliê, instalado nas terras do antigo Engenho (depois Cerâmica) São João,
no bairro da Várzea, no Recife, estão expostas muitas de suas obras, parte delas
dispostas à céu aberto, em um grande jardim central.
|