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Cíntia Eleonora 

cicica@terra.com.br

Titian, Three Ages

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Cíntia Eleonora


 

A história mais uma vez se repete.


Vi homens caminhando em direção a uma triste história.
Vi homens em aviões,
transportando armas e sendo transportados.
Vi homens navegando em seus navios,
à procura de alvos, sendo eles os próprios alvos.
Vi homens em tanques-de-guerra,
percorrendo quilômetros de areias,
perfazendo acúmulo de gente.
Vi homens caminhando em terra,
e pisando em suas próprias sepulturas.
Vi homens caminhando em direção a uma triste história.
Vi o começo do fim.
Vi líderes proclamando a paz,
mas, declaravam a própria guerra.
Vi povos morrendo com medo de lutar,
e guerreiros morrendo lutando.
Vi o fim se aproximando.
Ouvi os gritos transformando-se em silêncio.
Vi povos e palavras se miscigenando.
Vi frases se dispersando nos ares.
Vi inocentes gritando por paz,
e desumanos gritando por guerra.
Vi a guerra entre os homens.
Vi o reinício da guerra.
Vi a disputa e a impura inconsequência causada pelos homens.
Vi a escuridão nos céus,
iluminada por clarões de mísseis.
Vi o início do nada.
Vi a paz pela manhã,
e o medo pelo silêncio.
Vi ruínas e gente morta,
mas, rumores diziam-me que não havia nada.
Vi gente isolada e inconsolada por tragédias futuras,
relembrando explosões passadas.
Vi o lobo existente em cada homem.
Vi homens gritando por glórias,


e outrens gritando por misericórdias.
Senti o vento através das areias,
tapando corpos desfigurados,
de todos os tamanhos,
de todas as cores,
de todas as idades.
Somente os reconheci,
porque gritos ouvi,
e esses, as areias não conseguiram esconder-me.
Vi o Holocausto do futuro.
Vi líderes gritando vitoriosos,
e sobreviventes pranteando por suas existências.
Vi líderes das grandes potências,
impotentes de sentirem - amor.
Vi a destruição que o homem destruidor pode provocar.
Vi infinidades de cousas,
que infinitas tornam-se as palavras.
Tragédias, mortes, guerras...
Tudo isso existiu - isso tudo existe.
Outrora contaram-me,
outrora eu lera em prosas e versos,
na Bíblia, até, encontrara.
Mas, o que eu não soubera,
que a história renasceria,
e que renasceria de homens sanguinários.
Não vi a guerra do Vietnã,
mas, vi a guerra do Golfo.
Não vi, os heróis do Vietnã,
mas, vi os mortos e sobreviventes de uma geração em início de extinção.
Não vi a origem da criação atômica,
mas, conheço "A Rosa de Hiroxima de Vinícius de Moraes".
Vi e não vi partes de guerras - passadas e futurísticas,
mas, o que eu vi,
somente eu sei,
somente eu sinto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Cíntia Eleonora


 

Femina, de Soares Feitosa


 

Ilmo.Sr.
 

Soares Feitosa

 

Belíssimo, doce, encantador....e, poucas seriam as palavras para expressar o quão maravihada fiquei ao ler o teu poema.

É de um requinte, duma qualidade e sutileza incomum.

Estava fazendo uma pesquisa relacionada ao saudoso e eterno Castro Alves, quando encontrei a "Femina" e, apaixonei-me por sua criação.

E, refleti o quanto foi difícil o trajeto da sua carreira e, o prazer que está sendo ao ler os teus mails - pronunciados por tantos elogios.

É desnecessário desejar-lhe sucesso, pois o brilhantismo pertence a poucos. Porque o sucesso, nada mais é que o reconhecimento dum talento. E, talento não falta ao escritor - em questão. Tenho um projeto de um livro de poesias, quiçá possa ter os meus poemas lidos e admirados por muitos - assim, como os teus!
 

Atenciosamente,
 

Cíntia

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata

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Carlos Nóbrega

 

 

 

 

18.10.2005