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Enzo Giaquinto

umgrunge@yahoo.com.br

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alguma notícia da autora:


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Poesia: 


Fortuna crítica:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Culpa

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

Enzo Giaquinto

 

Soares

Li a tua entrevista e adorei! Me simpatizei bastante! Aquilo que diz "o que só uma carta de papel tem" é realmente a verdade! Sou um apaixonado por cartas! E sinto o mesmo em relação aos poemas! Vender poemas!? VAMOS DÁ-LOS!!! Para ser mais exato, sinto isso com minhas bandas, sempre que me apresento fico aborrecido com o fato de pessoas que não para ver o show terem de pagar, fico realmente aborrecido! 

Mas é isso 

Obrigado pela resposta 

Abraços 

Enzo

 


Faltava uma hora para o crepúsculo. O frio anunciado pelo confortável vermelho do céu, já se materializava em meus pés. Era um lindo céu... mas eu não vi. Estava só na sala. Sofá, janelas fechadas, perna esticada, coluna torta. Encontrava-me com Dante e Virgilio por algum lugar do purgatório quando um empoeirado envelope interrompeu nossa caminhada. 

Não era um envelope silencioso como de costume, este fazia muito barulho, era baixo, quase surdo, mas barulho. E a poeira... não... nem de perto a poeira preta da cidade grande, era de terra, encardia, terra do sertão. Jogaram-me, Dante e Virgilio caíram, aberto, sobre minha coxa. 

Apenas ao tentar largá-lo percebi que estava envolto em grude, invisível, apenas em mim funcionou. Um poema, neste, o grude era tão forte, que foi necessário relê-lo várias vezes para que algum, também invisível, removedor fizesse efeito. 

Curioso, abri. Pelo lado errado. Confesso.

 Uma simples dedicatória no alto. Nunca me chamaram “poeta”, quase chorei, não é para mim, pensei, mas havia meu nome, era meu, e o “poeta”, para mim.  

Sem mais pestanejar, li. Não entendi. 

Tudo bem... estou mentindo a mim mesmo, eu entendi. Mas não queria nem pensar em sair daquela poeira. Já estava empoeirado, encardido, não minhas roupas, minhalma. Reli. 

O que era aquilo? Um simples prefácio? Não... Lembranças, jogadas ao mundo paralisando o tempo, causando inveja, saudade, emoção, choro, calma, poeira. O que eram aquelas palavras? Percepções, imperceptíveis a olho nu, visíveis apenas com a grossa lente de um poeta. Logo a frente, elogios. Corretos. Todos! Falta o meu. Não do eu que por outra missiva eletrônica lhe falou. O novo eu. Um novo poeta, um novo fã.

Parabéns. Que vulgar continue sendo apenas uma palavra para você.

Abraços.

Enzo Giaquinto

 

   

 

Francisco Perna

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Maria da Conceição Paranhos