Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Francisco Perna Filho 

framper@terra.com.br

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia :


 Ensaio, resenha, crítica & comentário:


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Rafael, Escola de Atenas, detalhes

 

Michelangelo, 1475-1564, David, detalhe

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

Francisco Perna Filho


 

From: Framper
Sent: Saturday, May 04, 2002 11:37 AM
Subject: Uma vida -ensaio poético

A menina afegã, de Steve McCurryCaro Feitosa,

 

os olhos estendem os passos da alma: às vezes dilacerada pela luz incandescente da áspera solidão que nos abriga. Senti, no seu ensaio, os olhos do nosso tempo, um tempo de imagens e perplexidades.
 

 

Abraçodo amigo

Chico Perna
Goiânia, 04 de Abril de 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), Girl, detail

Francisco Perna Filho


 

Bio - Bibliografia

 

 

NOME:
Francisco Perna Filho
Nasceu no dia 24/11/1963, em Miracema do Norte, hoje, Miracema do Tocantins-TO. Filho de Francisco Nolêto Perna e Adalgisa Nolêto Perna. Casado com Rosana Carneiro Tavares; tem 01 filho: João Pedro Tavares Perna; espera, para Janeiro de 2002, Maria Júlia.
 

 

FORMAÇÃO:

Letras Vernáculas, Universidade Católica de Goiás, Goiânia, agosto de 1991.
Letras e Lingüística - Estudos Literários: Teorias Críticas/Universidade Federal de Goiás, Goiânia 2001.
 

 

PROFISSÃO:

Professor de Língua Portuguesa e Redação Expressão Oral Cursos de Comunicação Social: Publicidade e Propaganda; Administração em  Comércio Exterior - Faculdade Cambury – Goiânia – Goiás.
 

 

ENDEREÇO:

Rua 90, 1117, Ed. Sagarana, Ap. 407-B, Setor Sul  - Goiânia – Goiás.
CEP 74.093-020
Tel.: 0xx(62) 241- 1557 – E-mail.: framper@terra.com.br 
 

 

ARTIGOS

  • Grito de Alerta. Palmas: Jornal do Tocantins. Junho de 1992.
 

 

ENSAIOS:
  • Dissertação de Mestrado: Criação & Vanguarda: Bopp e Barros. Goiânia:  UFG/2000
  • Ensaio: Abrindo fendas com o corpo (o erotismo na poesia de Manoel de Barros.   Goiânia Jornal Opção (Caderno Cultural) ,maio, 1998.
  • Ensaio: João de Deus: uma hesitação dos diabos. Goiânia: UCG (Revista Estudos)  1997.
  • Ensaio:  Para  uma  Teoria  do  Estranhamento.  Goiânia: UCG.  (Revista  Pré - Textos –  Caderno de Área – Letras),  2000.

 

LIVROS:
  • Livro de Poemas Refeição. Goiânia: Kelps (120 páginas), outubro de 2001.

 

POEMAS:
  • Poema: Destino. Goiânia: O Popular, setembro de 1987.
  • Poema: Sono. O Popular. Outubro de 1987.
  • Poema: Montanha. Revista Eletrônica Proa da Palavra. proadapalavra.terra.com.br
  • Poema : Desconforto: Revista Eletrônica Blocos/blocos.terra.com.br 
  • Poemas: Eros érat;  Trânsito  e  Fotografia. Goiânia: Jornal Opção  (Caderno Cultural), junho/97.

 

EXPOSIÇÕES:
  • Exposição de pinturas (óleo sobre tela). Goiânia: Restaurante Aroeira. Janeiro/fevereiro/2000.Agosto de 2001.

 

APRESENTAÇÕES:
  • Participação (como  ator- personagem Chico Cordel)   na   Peça  Sob  o  Sol  de  Canudos. 
  • Grupo Artes & Fatos. Direção: Danilo Alencar. Goiânia: Teatro Goiânia – 1991.° Idem. IX Mostra de Teatro de Anápolis-GO., 13 de julho de 1991.
  • Idem. Festival Universitário de Ponta Grossa-PR./1991.
  • Idem. Teatro de Arena, Universidade Católica de Goiás. set. de 1991
[Dados de nov/2001]
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), A Classical Beauty

Francisco Perna Filho



Cafarnaum
 

 

Para Jádson Barros Neves

 


velhos armários,
guardando nas suas gavetas
o cheiro aveludado de tantos invernos,
esculpidos em retratos sonâmbulos,
carpidos no ranger de redes
e no murmúrio oblongo de potes de barro.
Nada há de velho que não enterneça.
nem o mofo,
nem o lodo,
nem os anos embotados no imaginário humano.
Nada passa que não nos faça avançar para antes,
para uma anterioridade lírica,
sob a luz das lamparinas
talhadas em ausências e muita solidão.
Nada há de novo que não nos mostre o velho,
o passado,
o que fomos nós,
nos passos tênues dos nossos avós,
                               no lastimoso grito memorial
                               dos nossos corpos na dança secular;
dos nossos corações empedernidos
pelas inúmeras cicatrizes
que clamam refeição.
O que há em nós
é um imenso desejo de reconstituição
de refazimento.
Um desejo
de saciar a nossa fome ancestral,
agora, no presente futuro.
 

   

 

José Saramago, Nobel

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Sebastião Uchoa Leite

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

Francisco Perna Filho


 

Montanha

 

 

Mostra-me, ó Javé, os teus caminhos
ensina-me os teus roteiros.
Salmo

 


A palavra pesada
persegue a pedra,
revela o austero pulsar do silêncio
e, com ele, inaugura um olhar de montanha.
Do alto, a alma encanta-se
e o olhar precipita-se em direção ao luzir da cidade.
Do baixo, o corpo, enfermo, claudica
e os braços perdem-se na impotência primordial
de uma escalada.
A montanha é sentida
e nela diviso o inferno e o paraíso
da Babel recriada.
Estando no centro,
a minha alma assesta a caverna
na recomposição do paraíso Dantesco.
Dessa forma,
a montanha enternece o poeta
e a palavra mais leve
revela a montanha/palavra
Refletida no olhar.
 

   

 

Leonardo da Vinci, Embrião

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Sébastien Joachim

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Francisco Perna Filho



Navegante


I


Meu coração é um navio azul,
alimentado de velhas caixas e revistas.
Nas pulsações mais fortes,
mergulha nos tomates podres das feiras
e velhos mercados.
Compraz-se nas garrafas abandonadas
de molhos e cervejas.
O mar que o transporta tem cor de chumbo.
Possui salas radiantes
que a ele não são dadas conhecer.
Meu coração navega nesse mar de coisas.



II


Navio azul


trazendo a dor de longínquas cidades.
olhar de descobrimentos.
Plúmbeo mar!
conduz esta minha embarcação
pelos portos tremeluzentes de orgasmos e discórdias.
Pelos asilos, presídios e manicômio.
Grande mar!
daí a esta embarcação
um pouco da tua força,
um pouco da tua alma
para um aprendizado de maresia
 

   

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), girl

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Maria da Conceição Paranhos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

Francisco Perna Filho



Silêncios
 

 

Silenciar como pedras,
tornar imóvel o distante,
pura embarcação.
A rede,
a vela,
a curva e a canção
caminham e me enfunam.
Morrer nas pequenas coisas:
no papel amassado da não inspiração,
na toalha embotada de Toddy e pão,
no candeeiro sem lume e sem esperança.
O gume mata o sono e o sonho.
Tudo se desbota.
 

   

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Reflexion

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Alberto da Costa e Silva

 

 

 

 

 

 

03.11.2004