Elidia Maria Franzim
Fui eu, de Soares Feitosa
Que a Poesia lhe dê (para sempre) esse “sol se rasgando nos jatobás que se
explodem de amarelo em borboletas amarelas”, e toda a água das cacimbas
claras do Ceará. Abraço e beijo de novo
Elidia
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Fui eu
Relato de uma peregrinação adolescente, de Soares Feitosa
Querido poeta, me perguntas quando volto. Mas se nunca saí?! E não só. Meu coração
lateja aí por dentro, no peito do JP. Outro dia, os três goianos contigo e eu,
juntos duas vezes, mais de uma hora cada vez, que gosto devagar. Depois peguei-me
no Zé Alcides, de coração pendido, acho que os dois, e ficamos em ménage à
trois, bastante. E tem que te falo a todo mundo, essa oferenda que me
transborda e passo adiante. Te louvo a poesia, homem-poema inusitado,
cinquenta anos sob sete chaves até explodir assustado, fagulhas por
todos os lados. Hoje, emocionada, fiz a noite de Catuana à Nova-Russas.
De início, receosa, enfrentara o sol, tua poesia, depois, a bagagem,
imaginei teu peso interior. Não tentei mudar de ombro. Resignei. E então
caí em grande espanto ao ver que tuas estrelas não tinha pontas, só muita
luz nos olhos e boca. Seguimos. Tentei prolongar a noite, ou o caminho, que
fosse, sem preocupar de encontrar meu animal. Estava abismada num rei,
teoricamente reinava nele, com posse de sua água, com tempo de sobra no
Rio Acaraú, um banho longo. Foi nesse instante. Poesia e poeta, um ponto
único. Nem aves noturnas, nem estrelas cadentes, nenhuma palavra mansa.
Em voz grave, solo, o Magnificat! Meu querido poeta, tem sim quem ande com o
sol. Ou o sol, te vai no rasto? Grande beijo. Elidia
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