Francisco, oi, bom dia,
acabei de ler seu texto,
gostei muito, me remeteu
à própria infância,
quando eu andava uns
três km pra acompanhar
meus irmãos que iam
pegar o ônibus rumo à
escola, e eu ficava
olhando, com inveja,
queria aprender a ler,
mas só tinha 5/6 anos,
então voltava sozinha
pra casa, no sítio,
trazendo o jornal do meu
pai, passando pela
ponte, por trechos de
mata fechada, vendo bois
nos pastos, uma infância
também muito rica nos
contatos com a natureza,
daí que me enfronhei na
sua pele, podendo
imaginar o que o garotão
de 15 anos sentia... E
como você, me espantava
o céu estrelado, queria
saber o que era uma
estrela, perguntava a
todo mundo, ninguém
sabia, até que numa
noite inesquecível uma
amiga mais adiantada na
escola me explicou o
espantoso tamanho, o
sol, uma estrela de
apenas quinta grandeza,
tanta coisa... Jamais
esqueci a emoção daquela
noite, daí que estou
sempre estudando o
universo, vendo-o em
maravilhosas imagens
televisivas, querendo
saber mais e mais...
Gostei muito de
conhecê-lo (nas
entrelinhas do seu
texto), sensível, culto,
inteligente, emotivo,
sou sincera, nos
elogios, quando não há o
que elogiar, eu apenas
me calo.
E gostei da sua
linguagem, do seu
estilo, nada de
modernidades macaqueadas
de G. Rosa, Clarice e
que tais, ou carregadas
de enigmas que cansam,
ou até mesmo afastam o
leitor. Pude ler seu
texto com todos os
sentidos, tateando,
vendo, ouvindo, sentindo
os cheiros, as
expectativas, tudo
fluindo no devido ritmo,
se repetindo na oportuna
enfatização, uma
verdadeira peregrinação
juvenil, pois você
caminhava mesmo para o
mais sagrado da sua
vida, a sua instrução,
os livros, a revelação
que eles lhe traziam....
Haveria muito mais a
dizer, mas não sou
crítica literária, me
faltam ferramentas para
isso. Minha
especialidade é
Linguística.
Um grande abraço, Maria.