Mario
Cezar
A tarde finda. A
liberdade dos pássaros escolhe o galho seco da mancambira para
o pouso das asas.
O
vaqueiro encosta o algibão no pé do
alpendre e ainda rumina o aboio da lida.
No
pé dos olhos há pétalas de mandacaru.
O dia se entremeou de garranchos e as
montarias são lembranças vivas.
Enquanto
as estrelas querem alvejar o céu,
o cabra Soares Feitosa teima em espreitar
o mugido do sol para inventar o signo das
cantorias incandescentes. Eita cabra
que ainda minino arrancou a dor'd-olhos
com o ferrão das abelhas italianas, espiar
o prefácio do livro do Virgílio é como segurar
uma cuia de mel, é como receber a herança
dos ventos.
Diga,
cabra Feitosa, ao Virgílio Maia que espiei o livro dele
numa livraria da Paulista (aqui em Sampa)
e o chão tremeu com a valentia dos garrotes
um grande abraço do
Mario Cezar
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