|
Marcelino
Botelho
Decodificação
da oficina
A
poesia a tudo pode haver-se estática,
Paralisada;
no sem-sentido
Habitar-se
por longos anos. De tudo
Desentender-se,
a poesia
Eclode
do confins da dinâmica
Entre
o ser e o nada.
E
se existe literatura no nada,
Nem
tudo é literatura, palma , poesia,
No
entremundo das palavras, do sentido:
Fases
múltiplas, som/ante-som: tudo
Que
é viva ou morta estática
Do
antivir da coisa dinâmica.
Louca
ou acrobata é essa dinâmica,
E
não sendo exata, exatamente como tudo
Que
é humano, transpira de sua estática
O
que lhe é próprio, diante do nada.
De
que outros motivos o ser sentido
Faz-se
palavra que cimenta poesia?
Quase
sentido? Ou não é sentido o que diz poesia?
Nada
mais que formigamento? De nada
Serve
impedir a pena à dinâmica
Do
dia colhido em corpo e estática
E
sombra humanos; que nos serão isso tudo?
Lição
ou poesia? Serventia do sentido?
Revira-se
o código, a poesia, e o sentido
Que
lhes damos(litterae nom estática),
Aos
poucos se desencanta, e nada
Mais
ocultamos, por sentido: a dinâmica
Se
vai acionando com/sem poesia,
Arqueológica
no seu nada: quase tudo.
Nunca
conseguimos dizer-nos(tudo
Mesmo)
por mais que esteja a dinâmica
Da
máquina, da oficina, da alargança da poesia,
Impregnadas
de motivos; sem sentido
Capto-a
desorbitada, como que o nada
De
palavras provesse sua estática.
|