Paulo Torquato Tasso
Da caixa postal aos corrós de açude de Soares Feitosa
Soares, eu só queria saber como se aprende a escrever assim.
A música do Gonzagão a que você fez referência é essa: Quando eu voltei lá pro sertão eu
quis mangar de Januário com meu fole prateado. Só de baixo, 120, botão preto, bem
juntinho, todo nele pareado. Mas antes de fazer bonito, de passagem por Granito,
foram logo me avisando. De Taboca a Rancharia, de Salgueiro a Bodocó, Januário é
o maior. E foi aí que me falou meio zangado o Véio Jacó:
Luiz, respeita Januário,
Luiz, respeita Januário!
Luiz, tu pode ser famoso mas teu pai é mais tinhoso e com ele ninguém vai.
Luiz, Luiz, respeita os oito baixo do teu pai, respeita os oito baixo de teu pai!
Grande poeta, o Gonzagão. Grande filósofo também. Aparentemente, nessa vida, toda a
real diferença entre as pessoas está em ser mais mais ou menos “tinhoso”. É engraçado
como essas pessoas tinhosas parecem ter uma espécie de aura reluzente, muito evidente
para quem tem olhos para ver e que deixam o restante das gentes com a sensação de estar
na presença de algo superior e totalmente fora da compreensão. Uma besteirinha: o nome da
praia onde Ascendino mora deve ser Tambau, com acento no a, não Tambaú. Já andei por lá,
eras atrás. Paulo
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Sobre Nunca direi que te amo de Soares Feitosa
Fiquei horas tentando descobrir de onde vem a intensidade que “Nunca direi que te amo”
transmite. As palavras são conhecidas, as expressões também. Acho que a coisa tem mais
a ver com a estruturação das frases e com o uso das preposições em sentidos não
convencionais. A propósito, o que vem a ser um “porto de nenhum aviso”? O porto
de destino da morena que navega? E o que são os “contrastes” de um aviso?
Contradições, surpresas?
Abraço.
*Link para Nunca direi que te amo, de Soares Feitosa
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