Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sandro Botticelli, Saint Augustine, Ognissanti's Church, Firenze

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João de Deus Souto Filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pedro Nunes Filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Regina Lyra

 

[cinco poemas do livro Atos e Arte,

Scorteci, 2006]

 


 

SENTIDO INCOMPREENDIDO

 

 

O perdão que envio

Talvez não encontre fio!

Mesmo sendo assim,

Perdoado está!

 

Atos

Provocam dores

Vazias!

 

Encontro frio,

Desajuste climático

Dentro dos Eu's...

 

Arte provoca desafio.

No contexto imaginário,

Mente insana!

 

Em terra semeada

Amor atraca!

Nasce a flor do deserto... 

 

 

 

CHAMADO

 

 

Não sentes,

Amor chamando?

Não sentes,

Mágoa instalada?

Sem perceber,

Fenece ao teu lado...

 

Amor...

Via de mão dupla,

Quando um fraqueja,

Outro ajuda!

 

DISFARCE

 

 

Se encontrares uma flor no caminho,

Não passa sem vê-la!

- Recado do pensamento...

 

Se uma rajada de vento

Refrescar-lhe o rosto

Pela mão da natureza,

Deposita carícia,

Sem malícia,

- Sua face trigueira.

Aceita-a sem desgaste,

Mesmo desfeita...

 

Se o sol queimar a pele,

Bronzear rosto,

Chama!

Clama!

— Não disfarça!

 

 

POEMA SEM RUMO

 

Desaparecido

Tira tapete,

Pés reagem!

Chão foge...

 

Rapto,

Terra longínqua!

Morre a míngua...

Ver água pelo ralo,

Noutros regalos.

 

Manjar de estalos

Inútil momento,

Procura estéril!

— É o deserto da sala!

 

 

 

AMEAÇA

 

 

Naquele instante,

Loucura vã,

Impropérios ditos,

Sentimento triste.

 

Empalidece, ameaça!

Crueldade humana...

Solta, às traças!

 

 

 

Mantovanni Colares

 

Augusto dos Anjos