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Regina Lyra
[cinco poemas do livro
Atos e Arte,
Scorteci, 2006]
SENTIDO INCOMPREENDIDO
O perdão que envio
Talvez não encontre fio!
Mesmo sendo assim,
Perdoado está!
Atos
Provocam dores
Vazias!
Encontro frio,
Desajuste climático
Dentro dos Eu's...
Arte provoca desafio.
No contexto imaginário,
Mente insana!
Em terra semeada
Amor atraca!
Nasce a flor do
deserto...
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CHAMADO
Não sentes,
Amor chamando?
Não sentes,
Mágoa instalada?
Sem perceber,
Fenece ao teu lado...
Amor...
Via de mão dupla,
Quando um fraqueja,
Outro ajuda!
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DISFARCE
Se encontrares uma flor no caminho,
Não passa sem vê-la!
- Recado do pensamento...
Se uma rajada de vento
Refrescar-lhe o rosto
Pela mão da natureza,
Deposita carícia,
Sem malícia,
- Sua face trigueira.
Aceita-a sem desgaste,
Mesmo desfeita...
Se o sol queimar a pele,
Bronzear rosto,
Chama!
Clama!
— Não disfarça! |
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POEMA SEM RUMO
Desaparecido
Tira tapete,
Pés reagem!
Chão foge...
Rapto,
Terra longínqua!
Morre a míngua...
Ver água pelo ralo,
Noutros regalos.
Manjar de estalos
Inútil momento,
Procura estéril!
— É o deserto da sala!
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AMEAÇA
Naquele instante,
Loucura vã,
Impropérios ditos,
Sentimento triste.
Empalidece, ameaça!
Crueldade humana...
Solta, às traças!
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