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Sérgio Marques Velloso

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Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Blake, Death on a Pale Horse

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Victor Mikhailovich Vasnetsov, Rússia, 1848-1926, The Knight at the Crossroads

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

Sérgio Marques Velloso

 

 

 

Depressão

 

Quem me dera poder esculpir

Em ti o que esperas

Tudo que te afasta

Do que realmente

Queres ser.

Ou ter.

Ser a espátula perfeita

Do melhor escultor

Mas, bem sei,

Que terminado o oficio

Teu querer

Longe estaria

Insatisfeito e mórbido

Pois é impossível

Esculpir

Teu coração

 

 

 

 

 

 

juventude

 

Deste dentro

Encontro-me em sonhos

Desenho

Passo velhos filmes

Invento cenas

Deste dentro

Ponho-te

No papel principal

Inventando vidas

Ricas e perfeitas

Deste dentro

Te amo demais.

 

 

 

 

 

 

Anima

 

 

Me acode

Me acorda

Tira meu corpo desta inércia infame

Traz a luz

Traz estradas

Lidas

Estrelas brilhantes

Da vida a minha

Me faz sentir,

Entender,

Me faz ser.

Da sentido a esta estrada

Mais nada

Nada além.

 

 

 

 


 

Deusdete

 

 

Toda tarde,

Após o dia de trabalho,

Deusdete senta-se em um banco da praça,

Reza uma prece em gratidão por seu dia.

 

No fundo, bem sabe,

Deste

Resta ainda boa parte,

Pois as tarefas de casa,

Aguardam-na inteiras.

 

Deusdete tem suas manias,

E entre elas, a mais bonita,,

É a de rezar,

E oferecer seu dia a um ou dois amigos,

De sua enorme lista.

 

Diz ela, que agindo assim,

Dá ao dia um motivo especial.

 

Faz esta oferta muda

Invisível

Uma doação de espírito a espírito

Um correio sem fio

No qual acredita

Sem nunca ter lido a respeito.

 

Perguntei-lhe uma vez

Onde aprendera tal prática

E ela disse

Meu coração me ensinou.


 

 

 

 

 

Momento

 

 

O mundo ferve,

As pessoas

Qual serpente

Enroscadas

Uma as outras,

Em cálculos,

Acordos,

Dívidas e concessões.

 

Sinto o ranger de seus dentes,

Traduzido em slogans

E grandes ofertas.

 

Me imagino

Longe.

Numa planície calma,

Atiro-me em vôo rasante,

Driblo meus medos,

Preconceitos

E vôo.

 

Fundo,

Reinvento a alegria

Nem ato simples

De êxtase

E gratidão.

 


 

 

 


 

Ó ser bendito...


 

                                          Para Soares Feitosa

ó ser bendito,
és tu,
homem urbano,
que perdido na neblina
insólita deste progresso(?)
humano buscas
no sujo do asfalto
o perfume da flor.

Extraindo do vento úmido e longínquo
o sabor da goiaba da pitanga de tua infância(?)
ou quem sabe da de teu avo,
uma vez que,
vives do sabor enlatado
e da beleza de ontem
fotografada e filmada.

velho jovem
bendito sejas
inventando poesia
dia a dia
dia a dia
dia a dia
 

 

O anjo partiu enrolado na rede.
Cruzes entoam rosário de preces.
Reses perdidas procuram pastores.
Alma penada suplica por hóstia,

 

 

 

 

 

 

Poesia

                 
ora?
bom dia!
amada
poesia
sem jeito
me sinto
diante
de ti
ora!
bom dia!
motor
de meu ser
meu oxigênio.
inútil
pensar
sem ti
viver.

 

 

 

 

 

 

 
Conceição Paranhos

Início desta página

Ana Guimarães

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Soares Feitosa, editor

Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta