|
Ana Vidal
Sent: Sunday, August 19, 2007 1:12 PM
Subject: Hanna
Estava a ler o seu conto (e a gostar muito do que
lia...) quando alguém chegou e disse, olhando também
o computador por cima do meu ombro: "Olha, essa mulher
do quadro é muito parecida contigo!"
Não sei se foi o nome, a magia do quadro ou a beleza da
história, mas fiquei tão feliz como se me tivessem feito
um elogio directo.
Naquele momento, meu amigo, não desejaria parecer-me com
mais ninguém a não ser com Hanna, a mulher-mistério.
E ser ela, até, se possível. Para que Teófilo tivesse o
gosto de saber que o seu sonho se materializava e que
tinha, afinal, dois braços e duas pernas.
Mesmo estando longe, com um oceano de permeio...
Link Para Hanna
|
Sent: Friday, September 01, 2006 6:30 AM
Subject: Catálogos
Que boa sensação é receber,
aqui na minha casa do Estoril, os seus deliciosos
"catálogos"!
A palavra está entre aspas
porque estes mimos literários dificilmente se podem chamar
de catálogos, nome que costuma atribuir-se àquelas listas
secas e impessoais de livros saídos e a sair do prelo,
geralmente com informação técnica e alguma crítica sobre
os mesmos.
Não, isto não são catálogos,
definitivamente. São pérolas!
O que fizemos nós, escritores
da lusofonia, para merecer tamanha dedicação e cuidados de
sua parte?
Porque será que temos direito
a um anjo-da-guarda-poeta, de nome Soares Feitosa, que cuida
dos nossos interesses e nos facilita a vida, nos divulga,
nos informa?
É um mistério, e, como todos
os mistérios, valiosíssimo! Resta-nos agradecer, e nunca o
faremos de forma suficiente.
Para acabar, agradeço ainda
uma outra curiosidade: não fui "menina da cidade grande",
graças a Deus a minha infância passou-se no campo, à beira
do Tejo. Além disso, o meu pai (que era veterinário e
agricultor) criava cavalos, tinha um "Haras", como se diz aí
no Brasil. Essa coudelaria era a "menina dos seus olhos" e
eu era a filha preferida por ser uma maria-rapaz (éramos
quatro meninas), adorava montar a cavalo e ganhei até alguns
prémios. Por isso me é tão familiar o ritual da ferra dos
animais, acompanhei sempre de perto o trabalho minucioso do
apuramento de raça, classificação e selecção, etc. Lembro-me
de que era sempre eu que ajudava o meu pai a escolher os
nomes para as novas crias todos os anos, seguindo critérios
intrincados de conjugações de letras e sílabas que
significavam a leitura imediata da idade e filiação do
animal, além da marca comum (o ferro).
Vendo tudo isso agora, à
distância de muitos anos, chego à conclusão de que talvez
esse primeiro exercício rudimentar com as letras me tenha
feito apaixonar definitivamente por elas. O meu pai um homem
sábio e poeta também, e a sua influência em mim ainda hoje
está presente.
Tudo isto para dizer-lhe que
os seus "catálogos" me trouxeram evocações gratas, sabores e
aromas de uma infância feliz.
Obrigada, também por isso.
Mando-lhe o meu livro "Seda e
Aço" em versão impressa, na volta do correio. É o mínimo que
posso fazer para agradecer todos estes mimos. E mando-lhe
aqui também um poema que fiz há muitos anos, sobre um
escritor que aprendi a amar desde muito cedo: Jorge Amado. É
um presente para o Jornal de Poesia.
Saravá, meu amigo, e até
sempre.
|
Link para Catálogos
|
|