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Elídia Maria Franzim
Uma canção distante, de Soares Feitosa
Querido poeta, “Uma Canção Distante” (com os comentários, as torres
gêmeas, a linha de trem/foto) pegaram-me pelos cabelos e me sacudiram
pra valer. Acordei de mim mesma, egoísta imbecil neste casulo de seda.
Acordei e estou pasma diante de seu Poema x Ásia x Salmo 46 x o acertado
que lhe diz Nilton Maciel “... desde a catástrofe eu te vejo sobre as ondas
mais altas e mais rebeldes, cabelos soltos, quase heras, a gritar como só os
poetas sabem gritar”. Mesmo! é impossível ler “Uma Canção Distante” e não
entrever os últimos dias de dezembro. Sob impacto, noite alta, li e reli
o que me remeteu. Chorei. Sua Poesia, além de apocalipse, profecias e salmos,
é Evangelho. Redime. Humilhada te agradeço e amo. Beijo. Elídia
Fui eu, de Soares Feitosa
Que a Poesia lhe dê (para sempre) esse “sol se rasgando nos jatobás que se
explodem de amarelo em borboletas amarelas”, e toda a água das cacimbas claras
do Ceará. Abraço e beijo de novo
Elidia
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Fui eu
Relato de uma peregrinação adolescente, de Soares Feitosa
Querido poeta, me perguntas quando volto. Mas se nunca saí?! E não só. Meu coração
lateja aí por dentro, no peito do JP. Outro dia, os três goianos contigo e eu,
juntos duas vezes, mais de uma hora cada vez, que gosto devagar. Depois peguei-me
no Zé Alcides, de coração pendido, acho que os dois, e ficamos em ménage à trois,
bastante. E tem que te falo a todo mundo, essa oferenda que me transborda e passo
adiante. Te louvo a poesia, homem-poema inusitado, cinquenta anos sob sete chaves
até explodir assustado, fagulhas por todos os lados. Hoje, emocionada, fiz a noite
de Catuana à Nova-Russas. De início, receosa, enfrentara o sol, tua poesia, depois,
a bagagem, imaginei teu peso interior. Não tentei mudar de ombro. Resignei. E então
caí em grande espanto ao ver que tuas estrelas não tinha pontas, só muita luz
nos olhos e boca. Seguimos. Tentei prolongar a noite, ou o caminho, que fosse,
sem preocupar de encontrar meu animal. Estava abismada num rei, teoricamente
reinava nele, com posse de sua água, com tempo de sobra no Rio Acaraú, um banho
longo. Foi nesse instante. Poesia e poeta, um ponto único. Nem aves noturnas,
nem estrelas cadentes, nenhuma palavra mansa. Em voz grave, solo, o Magnificat!
Meu querido poeta, tem sim quem ande com o sol. Ou o sol, te vai no rasto? Grande
beijo. Elidia
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