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Emerson Damasceno 

Titian, Three Ages

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


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Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Emerson Damasceno



Pequena biografia


Advogado há mais de 20 anos, com experiência internacional com direito desportivo e na luta pela inclusão, Emerson Damasceno é pessoa com deficiência há quase uma década - após um atropelamento que o deixou paraplégico - com intenso ativismo além de sua atuação jurídica na luta contra a discriminação, preconceito e pela inclusão.

Já participou de diversos eventos no Brasil e no exterior, atualmente tem foco no direito antidiscriminatório, direito à educação e saúde das pessoas com deficiência. Atua também no direito digital e no direito desportivo.

(Texto redigido em 14.09.2023)

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

Emerson Damasceno


 

Espasmos. É essa a conclusão a que chego em meio às divagações noturnas do último dia do ano. As reminiscências do passado me provam de forma insofismável que somos pequenos átimos de luz na história. Percebo que um punhado de anos são somente dias atrás. Fatos acontecidos há algumas décadas parecem-me semanas apenas. Tudo tão vívido e próximo. Imerso nessas reminiscências nostálgicas. Vidas que transcorrem em alguns meses. Frágil tempo, o que dizer-lhe colosso? E nessa ode ao passado morto, tão vivo, eu pensava nesse diletantismo notívago, o que dizer sobre o tempo. Eis que recordo da ímpar poesia de Soares Feitosa, mentor do instigante “Jornal de Poesia” amigo e poeta. Um cronômetro para piscinas, onde percebo que a arte liberta! Talvez mais do que o desabrochar dos grilhões que nos solapam os devaneios. A arte materializa o encontro que não tive, os caminhos que não percorri, este beijo que eu não te dei. Nesse ambiente cujo ilogismo é concreto, o tempo se arrasta sofregamente. Um cronômetro para nossas vidas, o tempo nem sempre rege a razão no que a arte não lhe permite. A arte não cria, apenas materializa ao agregar letras, a dor lancinante do poeta. E dor é também o prazer infinito, como diria Schopenhauer. E percebo que quando o Poeta Feitosa estava a agrupar as letras que deram causa a “Um cronômetro para piscinas”, no alfarrábio de sua escrivaninha, trazia consigo um sorriso nos lábios, murmurando à cumplicidade alguns arremedos que lhe ditava o Coronel, que balançava-se sentado na cadeira de balanço ao seu lado. E quando lhe faltavam palavras era ajudado pelos seus cúmplices de poesia. E vejo que o Poeta fazia do imaginário esse mundo maravilhoso que só a arte liberta. Assim vivemos no Século Cem de Ésquilo. E agora enquanto digito estes últimos suspiros de palavra, o Coronel me chega e brada, açoitado com a paráfrase – eu ousaria chamar licença poética – desautorizada, um plágio esdrúxulo dum fato que nunca se deu, mas antes que puxe o gatilho da Lugger que sacara da bainha dos algozes da cultura, ele sorri com os lábios cerrados e me diz: “É, doutor, só mesmo a Arte, só ela...”.

Clique e acesse o texto Um cronômetro para piscinas

 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

14.09.2023