Donizete Galvão
Perfil biográfico
Donizete Galvão nasceu em Borda da Mata, pequena cidade do Sul de
Minas, em 24 de agosto de 1955. Filho de Sílvio Abel de Souza e
Maria Aparecida de de Souza. Os pais eram modestos sitiantes e a
família não tinha qualquer envolvimento com atividades artísticas ou
literárias. Nem mesmo uma Biblioteca Pública havia naquela época na
cidade. A avó, Ana Marques Moreira (Anita), fluminense vinda da
cidade de Conservatória, foi a figura mais marcante de sua infância.
Aos 18 anos, perde o pai que morre aos 49 anos. Esta ausência marca
definitivamente sua vida e sua poética.
Seu primeiro contato com a poesia foi a leitura do poema Infância
de Carlos Drummond de Andrade no segundo ano primário. Mais tarde
descobriu a poesia de Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, João Cabral
de Melo Neto. Admira desde então a poesia de Dante Milano e do poeta
mineiro Emílio Moura.
Fez o curso primário, ginasial e de segundo grau no Colégio Nossa
Sra. do Carmo dirigido por irmãs dominicanas. Estudou administração
de empresas em Santa Rita do Sapucaí, também no Sul de Minas.
Enquanto estudava, exercia a atividade de professor. Em 11009,
muda-se para São Paulo e cursa a Faculdade de Jornalismo Cásper
Líbero. Começa a trabalhar como redator de publicidade na Editora
Abril.
Nessa época, participa da antologia Veia Poética, editada por
Wladir Nader, com os poetas que estavam começando nos anos 80.
Publica também em antologias do Grupo Poeco da Universidade
Mackenzie e no Suplemento Literário do Minas Gerais. Traduzidos por
Paulo Octaviano Terra poemas seus saem também no Mariel, em
Miami, um tablóide editado por escritores cubanos como Reynaldo
Arenas e Juan Abreu.
Em 1988, publica Azul navalha ( T.A. Queiroz, Editor). Graças
ao empenho de críticos como Leo Gilson Ribeiro e Nelly Novais Coelho
é premiado pela APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte - com
revelação de autor. O mesmo livro é também indicado para o Prêmio
Jabuti em 89.
Em 1991, publica As faces do rio ( Água Viva edições) que tem
prefácio do poeta, crítico e tradutor Paulo Octaviano Terra e
apresentação do crítico e professor Carlos Felipe Moisés. O livro
foi comentado na época pelos críticos Fábio Lucas e Fernando Py.
Do silêncio da pedra (Arte Pau-Brasil), terceiro livro de
poesia, é editado em 1996. Foi resenhado por Augusto Massi, na Folha
de S. Paulo, Floriano Martins na revista Poesia Sempre, por
Miguel Sanches Neto na Gazeta do Povo e por José Paulo Paes, em O
Estado de S. Paulo. A resenha de José Paulo Paes foi incluída no
livro Os perigos da poesia (Topbooks) editado em 100. O
professor e tradutor Paulo Vizioli fez a apresentação e a artista
Renina Katz cede uma de suas litografias para ser usada no livro.
Em 100, lança A carne e o tempo (Nankin Editorial) com
apresentação do jornalista Humberto Werneck. Três dos poemas desse
livro foram publicados pelo jornalista Elio Gaspari em sua coluna na
Folha de S. Paulo, O Globo e outros importantes jornais do país.
Este livro está entre os indicados para o Prêmio Jabuti 98 da Câmara
Brasileira do Livro.
Em 96 e 100, Donizete Galvão participa do Ciclo Poesia iniciativa da
Secretaria Municipal da Cultura, coordenada por Claudio Willer e
Eunice Arruda, fazendo leituras no Centro Cultural de São Paulo e na
Casa de Cultura do Butantã. Lê também seus poemas na Livraria Duas
Cidades, tradicional reduto de escritores em São Paulo.
Em 99, publica Ruminações pela Nankin Editorial que teve
resenhas na Folha de S. Paulo (Regis Bonvicino), Gazeta do Povo (Miguel Sanches Neto) e revista Cult (Ivan Marques), entre outros.
Durante os últimos 10 anos publicou em jornais e suplementos
literários como Nicolau, O Galo, Poiésis, Livro Aberto, Babel
(revista de poesia editada na Venezuela), Blanco Móvil
(México), Suplemento Literário do Minas Gerais, A Tarde
(Salvador), tsé-tsé (Argentina), no caderno Mais (Folha de
S. Paulo) e na coluna de Elio Gaspari publicada nos mais importantes
jornais do país.
Está presente na Nova Antologia da Poesia Brasileira,
organizada por Olga Savary. Em 98, são publicados poemas de sua
autoria em uma antologia da poesia brasileira traduzida por Isabel
Meyrelles para o francês, Anthologie de la Poésie Bresilliene,
Editions Chandeigne. Também está incluído na Antologia da Poesia
Mineira do Século XX, organizada por Assis Brasil. No mesmo ano,
colabora com as revistas Cult, Medusa, Orion e Anto (editada
em Portugal).
Tem inéditos dois livros de poemas infantis: Olha para esse azul
e A menina dos olhos e os olhos da menina. Em 2001 estão para
ser publicados trabalhos seus nas revistas Babel, Santos,
Sebastiana, São Paulo e um ensaio sobe sua obra assinado pela
professora Ivone Daré Rabello na revista Rodapé.
Avesso a participação em grupos, tem procurado uma trajetória
independente. Trabalha com publicitário na Editora Abril. É casado
com Ana Tereza Marques e tem dois filhos Bruno (nascido em 84) e
Anna Lívia (nascida em 92).
Entre suas preferências, além da presença magna de Carlos Drummond
de Andrade, estão os poetas Kafávis, W.B. Yeats, Octavio Paz , Jorge
Luis Borges e Elizabeth Bishop. Na poesia brasileira contemporânea
tem admiração pelo trabalho dos poetas Ivan Junqueira, Armando
Freitas Filho, Hilda Hilst, Sebastião Uchoa Leite entre outros.
Aponta também como exemplo da vitalidade da poesia brasileira as
obras de Ruy Proença, Fábio Weintraub, Heitor Ferraz, Ronald Polito,
Sérgio Alcides e Iacyr Anderson Freitas.
(Faleceu em 30.1.2014).
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