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Três jovens poetas goianos conversam com Soares Feitosa

Dos  Leitores

Luiz de Lucca

Sent: Monday, March 14, 2005 12:58 AM
Subject: Re: FESTAS
 

Poeta Feitosa;

"o século XX foi o século do desespero, oriundo da desesperança dos bodelés e dos rambôs, agravada pelo desencanto niticheano para quem legítimo só o super-homem."

Concordo, sem tirar nem pôr. A expressão "Século XX" creio que futuramente poderá ser usada como um sinônimo metafórico de várias palavras, do tipo "desespero", "caos", "turbulência", "confusão", e por aí vai. E, em termos históricos, acredito que estamos vivenciando uma transição de ciclo.

Grande Abraço

de Lucca

 

 

 

 

 

Carlos Fiqueiredo

From: "Figueiredo" <figueiredo@globo.com>
To: "SF Jornal de Poesia" <soaresfeitosa@secrel.com.br>
Sent: Sunday, March 13, 2005 8:51 PM
Subject: Re: Uma pergunta e uma idéia

Querido Soares Feitosa,

Sua entrevista é um tour de force vivificante, igual tomarCarlos Figueiredo da Silva banho de rio. Senti como se tivesse mergulhado na torrente do rio Urubamba (estou voltando do Peru e viajei pela estrada que margeia esse rio, que desce com fúria dos Andes). Cabe-me louvar. 

Só fiquei meio assim pelo que V. disse de A Tabacaria. Talvez eu seja, então, se é que sou, um poeta soturno. Quanta coisa subscrevo!

Gracias.

Um abraço,

Carlos Figueiredo

 

 

 

Elizabeth Lorenzotti

Sent: Sunday, March 13, 2005 1:19 AM
Subject: sua entrevista

Querido poeta

Adorei sua entrevista. Pela teimosia em tempos de barbárie, por seu convívio cotidiano com Ela, a que salva.

(Mas, meu Deus, que horrível história é essa do assassinato do pobre homem? Não, não me conte, que embora jornalista leio e assisto por dever de ofício aos noticiários, mas não quero saber mais.)

Sim, só Ela em tempos de barbárie.

E aproveito para comentar duas coisas:

1- O doutor Cândido, como você diz. Gosto muito dele, primeiro porque é homem de bem e tem bom coração, depois por todo serviço prestado ao país e a literatura etc. E também porque ele morou em Poços de Caldas, MG, minha terrinha, o pai dele foi o primeiro médico das Termas Municipais.

Veja só, por coincidência, concordando contigo, o que ele diz num lindo artigo chamado "O direito à literatura":

"É verdade que a barbárie continua até crescendo, mas não se vê mais o seu elogio, como se todos soubessem que ela é algo a ser ocultado e não proclamado."

E também diz :

"Entendo por humanização(...) o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber,a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nosso problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade,e o semelhante".

E defende o direito à literatura como um direito humano. Não é belo?

Diz que os grandes clássicos ultrapassam a barreira da estratificação social e de certo modo podem redimir as distâncias impostas pelas desigualdades econômicas, pois têm a capacidade de interessar a todos e portanto devem ser levados ao maior número.

Lembra que a Divina Comedia, na Itália, é conhecida de todas as classe sociais, muitos sabem de cor vários cantos. E continua o doutor Cândido:

"Lembro de ter conhecido na minha infância, em Poços de Caldas, o velho sapateiro italiano Crispino Caponi, que sabia o Inferno completo e recitava qualquer canto que se pedisse, sem parar de bater as suas solas".

Bom, querido poeta, isto posto, já é de bom tamanho.

O segundo assunto vou deixar pra próxima, mas é muito interessante. A opinião de um sábio persa do século 19 sobre jornalismo, literatura, etc.

Grande abraço

Elizabeth

PS. Abrindo hoje minha estante à procura de livros escondidos, senti o perfume denunciador do seu Psi, a Penúltima, veja só, e como perdura.

 

 

 

 

 

Belvedere

From: Belvedere
Sent: Saturday, March 19, 2005 3:47 PM
Subject: Re: Um poema triste Belvedere

Soares

Acabo de ler a entrevista e confesso que fiquei impressionada com o alto nível das perguntas e com as respostas brilhantes com que vc nos brindou. Grata surpresa num final de semana calorento. Chegou como uma brisa.... (não é tentativa pra poema, tá? rssssssss)

Muiitos abraços a todos que tornaram possível essa bela entrevista. Adoro o J.P. Estou repassando para os meus amigos poetas, ok?

Belvedere

 

 

 

 

Raimundo Sylveira

From: raysilveira
Sent: Saturday, March 12, 2005 10:37 AM
Subject: Entrevista

Caro Soares Feitosa

Varei a madrugada lendo a tua entrevista e, antes que eu me esqueça, vou dizer logo um bocado de besteira. Como sabes, passei a minha vida sendo colega da senhora tua mãe: fazendo partos. Por conseguinte, quando leio poesias (o que adoro fazer), só sei dizer: gostei e não gostei. Da crítica poética não entendo nada. VouRaymundo Silveira organizar as minhas abobrinhas para tentar ser o mais objetivo possível. No meu precário modo de entender:

01 - Confirmaste a tua erudição. Sente-se que estás seguro do que dizes. Tens os pés no chão. Além disso, tens duas coisas que agradam o leitor: Clareza e Bom humor.

02 - Achei a turma que te entrevistou muito fraca. Penso que não estava à altura de  entrevistar um poeta do teu nível. Limitavam-se a fazer perguntas e a dizer amém às tuas respostas. Quando malhaste o Rimbaud e o Baudelaire, por exemplo -  no mínimo um tema para render uma senhora polêmica - eles engoliram tudo caladinhos, caladinhos;

03 - Não sabia que eras contra a poesia modernista. Para mim foi uma senhora surpresa. Gosto de quase todos. Bandeira para mim é gênio. Também essa separação entre “auroristas” e “crepusculares”, me parece meio maniqueísta. Fernando Pessoa é o quê? Aurorista em “Mensagem” e Crerpuscular em “Lisbon Revisited” (segunda versão)?

04 - Não acho que deveriam ter misturado o crime hediondo de Sobral com poesia. Atos iguais àqueles me fazem sofrer, nunca surpreender. Além do mais, penso que aquilo comprometerá a atualidade futura da tua erudita fala. Vê o caso dos filhos dos desembargadores de Brasília que tocaram fogo num índio dormindo. Acho que se eles ainda não forem também desembargadores (desembargar o quê, meu Deus?), devem estar bem perto disto;

05 - O palavrão e o sexo: bem, como não sou poeta, para mim não existe palavrão ou não palavrão. Existe boa ou má poesia Prefiro um Alcides Pinto no auge da irreverência do que muitos "poetas" que não empregam o que ele emprega em seus poemas de altíssima qualidade;

06 – Esta observação é de caráter pessoal: devias ter explorado melhor a tua conversa com o nosso ex-colega de seminário, Teoberto Landim;

07 - Acerca do Paulo Coelho, concordo plenamente contigo: É um bispo Edyr Macedo que escrevinha. Mal.

08 - Para resumir: nesta entrevista, confirmaste tua erudição e eu me surpreendi com algumas das tuas teses sobre os poetas modernos. Mas, por favor, escolhe uns esntrevistadores menos acomodados.

Um abraço

Raymundo Silveira

 

 

 

 

 

 

Luis Manoel Siqueira

From: luismps
Sent: Sunday, March 20, 2005 12:18 PM
Subject: tua entrevista aos goianos

Feitosa.

Que entrevista da porra! Se eu já queria te conhecer, agoraLuís Manoel Paes Siqueira imagino uma conversa contigo numa varanda sertaneja, varando a noite! Prazer raro na vida. Guardei. Há muita coisa ali que é minha também. Curioso como temos sintonia! 

Olha, estou enviando copia deste emei pro Esmeraldo Lopes de Curaçá - Bahia. Escritor poeta de primeira linha. Manda umas coisas tuas pra ele: esmeraldolopes@uol.com.br.

Um abraço forte e arroxado.

Luis Manoel Siqueira

 

 

 

 

 

 

 

Cida Torneros

From: Pepita Raoni
Sent: Saturday, March 12, 2005 12:04 AM
Subject: Soares, eu vi!!!

Meninos, eu li...
Soares, eu vi...
Ó Deus, Senhor Deus dos enlevados
dizei-me se eu deliro ou se é verdade 
tanto Amor perante os céus?
Soares, que lindo...
Tua entrevista, ou bate-papo, ou coisa que o valha,
me deixou arrepiada, arrepiada, como uma palha,
e fiquei assim, de um galope só, fui me vindo
fui me chegando, estou mesmo aqui,
no mundo etéreo da poesia eterna,
do encanto-canto-pranto-santo...da palavra dita,
da palavra suada, da palavara sussurrada,
da palavra maldita, da palavra amada,
da palavra repetida, da palavra escrita,
da palavra que em nós, poetas, hiberna
par um dia saltar queimando o gelo...
aí, só relendo teu diálogo com essa meninada
pra compreender o sentido da rede
onde tu descansas mil anos em cada perna...
nossa, vige, me deu uma sede!!!
 
beijo
Cida Torneros- Rio de Janeiro
 

 

 

 

 

 

Aila Magalhães

From: "Aila" <hailamag@yahoo.com.br>
To: "SF Jornal de Poesia" <soaresfeitosa@secrel.com.br>
Sent: Saturday, March 12, 2005 12:38 AM
Subject: poetas e jumentos

Poeta,

Estou aqui a ler-te e rir muito de ti, andando de costas no lombo do jumento. Lembrou-me uma passagem minha pela Praia das Almas, em Bitupitá, nos meus longínquos 17 anos, quando resolvi andar de jumento e os "amigos" cutucaram o ânus (hahahaha!) do bicho. Foi uma desembestada só. E eu em cima do dito cujo, aos gritos, até que sem paciência, o bicho me jogou longe. Isso foi de noitinha. Dia seguinte, confesso não ter checado, mas imagino possuía o mesmo azul-arroxeado do Gular em semelhante localização. 

Ai, ai! Bom demais ler-te, Poeta!

Um abraço apertado.

Aila

 

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