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Três jovens poetas goianos conversam com Soares Feitosa
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Dos
Leitores
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Vicente
Franz Cecim
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Sent: Friday, March
11, 2005 11:59 AM
Subject: Sobre Moínhos
& Gigantes/nos Jardins de Epicuro
Mano Francisco,
tua entrevista ao trio amigo me deu saudade das imagináveis
belas conversas à sombra dos Jardins de Epicuro: é a
serenidade boa e justa que tu nos transmites, querido irmão,
é teu modo sempre bonito de ser.
O
meu mais acolhedor abraço, poeta.
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Micheliny
Verunschk
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Sent: Wednesday, March 09, 2005 12:55 PM
Subject: entrevista
Poeta,
gostei da entrevista. Das fotos, não, acho-as de gosto duvidoso
embora até entenda que o fato deva estar mobilizando o Ceará,
especialmente. Na minha opinião, elas desviam o leitor da
entrevista, que é o que há de mais
importante. Sou implicante, perdão.
Concordo,
em parte com o que diz sobre o uso do palavrão, acho que ele não
deve mesmo ser banalizado. Mas discordo sobre sua não utilização.
O
palavrão é só uma palavra e de palavras é que os poemas são
feitos.
No
mais, gostei sim da entrevista.
Bjs
mis!
Micheliny
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Cida
Sepúlveda
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Feitosa,
Li
a entrevista, meus apontamentos sobre:
Gostei
da definição do nordestino; gostei muito da tese do palavrão,
de fato, se não tivessem tão vulgarizados poderiam substituir
violências irreparáveis.
Sobre
os poetas malditos – bom, espero que não me coloque em nenhuma
classe, por favor, às vezes, sou profundamente lírica.
Bíblia
– penso igual, costumo dizer que está nela o maior arsenal da
psicologia humana.
Ccostumo
dizer com frequencia que os melhores poetas são os não
escritos...
O
poema tem que ser escrito em voz alta, ainda que sem som externo
algum - maravilhoso, perfect!
Paulo
Coelho – desculpe, não consigo ler, mas tentei, para evitar que
a patrulha pró me apontasse.
abraço
Cida
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Carlos
Roberto Lacerda
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Caro
Soares Feitosa,
Acabo
de ler a entrevista que concedeu a Carlos Willian, Chico Perna e .
Você
tem um jeito muito peculiar de dizer as coisas, de tal modo que
são, pode-se dizer, agradavelmente artísticas.
Fico
contente por ter defendido, intransigentemente, o lirismo em poesia.
Dizem que sou meio seco nos poemas que escrevo. É verdade. Mas acho
que, felizmente, não abri mão do lirismo. Do contrário, me diga,
que graça teria o poema?
Grande
abraço,
Carlos
Roberto Lacerda
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Valdir
Rocha
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Sent:
Monday, March 14, 2005 3:06 PM
Subject:
Entrevista
Caríssimo Professor FEITOSA,
Sei
de três poetas que são muitíssimo bons em responder a
entrevistas: um é Você mesminho; outro é Manoel de Barros; o
terceiro é Fabrício Carpinejar. Deve
haver outros, mas, pelo que sei, Vocês três fazem a festa
dos entrevistadores de poetas.
Não
há pergunta ruim para tanta resposta gostosa, rica,
burilada e acrescentadora, que
estão sempre prontíssimos a proporcionar. Nunca têm preguiça;
estão sempre prontos a revelações; põem um bocado de graça;
outro tanto de novidade; acrescentam ficção e o que poderia ser
uma respostinha mixurura qualquer passa a ter típico sabor
literário. São respondedores autorais.
Há
uma arte da pergunta e há uma arte da resposta. Vocês dão
aula da segunda espécie.
Então
fica combinado assim: da próxima vez que Você for
fazer um cartão de visita, bota lá: ensina-se a responder a
entrevistas - preços módicos (grátis para quem souber ler ou
ouvir bem). Sua entrevista aos três jovens poetas goianos (que
devem ser parentes das três mulheres do sabonete Araxá) pode ser
dada (ou vendida) como aula inicial.
Valdir
Rocha
P.S.:
há uma menção na entrevista que tomo como uma homenagem e me é,
de verdade verdadeira. Mas há um engano (ou invenção boa e válida):
o convite que fizera há tempos era para escrever algo sobre espelho.
Mas primavera também seria bem bom. Então não retifique jamais,
até porque pôde ter tomado a primavera como espelho (seu
espelho). Que coisa, hein!?
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Ronaldo
Castro
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From:
"ronaldo castro" <castro@recife.pe.gov.br>
To: "Soares Feitosa" <soaresfeitosa@uol.com.br>;
Sent:
Monday, March 21, 2005 10:44 AM
Subject: Retorno
Prezado poeta, você sim!
Sua
prosa é musica. Dá uma vontade danada de lhe escutar e de lhe
ver. Imagino caminhando contigo, subindo ladeiras, alcançando
visadas e pescando olhares de surpresa para com o mundo;
capturando entusiasmos pela beleza muda das coisas e sofrendo a
distância dos dias.
A
certeza da inclemência como herança judáica foi muito bem
colocado. Daí nosso messianismo. Essa herança messiânica é de
uma universalidade tão grande quanto o Pai ou a Mãe. O
determinismo histórico do comunismo ou mesmo o famigerado
evolucionismo é uma substituição "científica" dessa
certeza mais que factual da herança religiosa. Toda a herança
espiritual da humanidade tem uma força avassaladora e tudo o mais
é nota
de roda-pé.
Grande
idéia a de indicar a Bíblia como livro obrigatório, em qualquer
escola de literatura. Todos os estilos estão lá.
Essa
coisa da releitura dos livros me fez pensar que és muito parecido
com meu amigo o Ângelo Monteiro, que por sinal, tem também
ojeriza a essas invencionices modernistas, com exceções, é
claro.
Fiquei
na dúvida com relação a crítica ao Paulo Coelho.
Adorei a referência de rapinagem ao Boff, e a idéia de premiação
devido as divisas financeiras que esses homens nos dão.
Paulo
Coelho já o li. Tenho três livros seus (todos presenteados) mas
só li dois. Como tenho certa leitura de mitologia e simbolismo
vejo que esse autor bebe no simbolismo espiritual, nos gêneros
iniciáticos de várias tradições espirituais e recria, com
certo e polêmico trato, suas histórias de auto-ajuda. Mas qual a
genialidade?
Saiu
agora o livro "Por que não ler Paulo Coelho". Uma
zona!
O poeta Bruno Tolentino o considera um escritor muito bom. Olavo
de Carvalho disse que tentou mas não conseguiu passar das
primeiras páginas.
Concordo
contigo sobre o besteirol da poesia visual. Aqui temos um
sacerdote dessa leva chamado Jomar Muniz de Brito. O bicho se
considera multimídia. É pessimo, chato! Há coisas engraçadas,
sacações, é verdade, mas que poderiam ser usadas como motes
para um vídeo-clip também chato e previsível, como toda a pós-modernidade.
Creio
que esse tipo de poesia é covardia ou desespero. É algo mudo,
pura gesticulação. O pior é que a empáfia desses menestréis
é enorme.
Viva
a carne-de-sol e a manteiga de garrafa.
Obrigado
pelo envio.
Ronaldo
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Gustava
Dourado
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Sent: Monday, March 21, 2005 11:05 PM
Subject: Soares Feitosa conversa com três poetas
goianos
Poeta Soares,
Excelente
entrevista. Uma aula de
sabedoria e experiência. Gostei
de ver citado Orlando Tejo e a defesa magistral de nosso
Poeta Maior Antônio Frederico de
Castro Alves. Muitos puetas
por aí que só existem na mídia e na moda, só que não se
consegue ver a poesia dessa gente. Faço
esforço e não os vejo. Nem com telescópio... São
inventados e fomentados pelo dito mercado editorial... São
ídolos de pés de barro que se quebram ao primeiro vento da Verdade...
Não resistem à dura face da Real idade... Vão-se
como as moda$ de verão.
Prefiro
os poetas da eterna Primavera.
Ah!
Poeta por poeta fico com Castro Alves, Augusto dos Anjos,
Soares Feitosa, Patativa do Assaré, Pessoa, Gonçalves Dias Vinícius
de Moraes, Camões, Cabral, Bandeira, Drummonds Andrades,
Gullares, Torquatos, Faustinos... Campos, Raimundos, Severinos...
Cecilia Meireles, Cruz e
Sousa, Gerardo Mello Mourão, Cora Coralina, Manoel de Barros, Ivanildo
Vila Nova, Noel Rosa, Raul Seixas, Chico
Buarque, Zé Ramalho...e tantos outros/as...
Se
for por 10 pés lá vai...
Num
forrobodó, com mulé rendeira
Nota
10 para os nossos cordelistas e repentistas: Cego Aderaldo e
Leandro Gomes de Barros... Claro
que tem muitos outros... Não dá pra fazer lista... Lista pra quê?
Alguém
vai querer entrar na lista dos 100 piores poetas da
Academia Brasileira de Letra$ de Câmbio? Todos
querem ficar na lista dos melhores... Ainda mais se for na lista
elaborada pelos amigos ...rs
Sou
da caatinga e bebo na fonte inesgotável dessa gente
diamantina dos Sertões e das Veredas do AléMar e do Infinitom...
Obrigado!
Mestre Soares Feitosa!
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Teoberto Landim |
Sent: Wednesday, March 08, 2006 11:51 PM
Subject: Caro amigo Soares Feitosa
Caro amigo Soares Feitosa,
Felizmente nunca fui um pesquisador do
Google ou de qualquer outra via internet. Também não sou contra
quem o faça, se as condições de quem pesquisa apenas permitam essa
fonte.
Mas hoje, tive acesso a um texto seu,
do dia 05/03/2005. Trata-se de uma entrevista concedida ao poeta
goiano João Aquino.
Causou-me espanto a agressividade de
suas palavras, mesmo que veladas, a meu respeito, pondo como minhas
expressões que não fazem parte do meu comportamento, da minha
formação, do meu caráter. Sabe, caro poeta, sempre cultivei em toda
minha vida a “honestidade intelectual”, meus textos estão publicados
e neles não se lê o que você disse sair de minha boca: “...disse-me
que aquilo não valia o que o gato enterra”. Ora, Soares Feitosa,
deve ter havido algum engano, primeiro, porque não tenho nada contra
você, pelo contrário, admiro a sua inteligência, a sua poesia, e só
tenho falado bem de você. Segundo, sou um grande admirador do Wilson
Martins, sou seu leitor e por ele tenho o maior respeito. Ao
ministrar curso de crítica no mestrado da UFC sempre usei o
pensamento de WM como referência, portanto, jamais usaria de tão
vulgar expressão para desclassifica-lo, mesmo que dele viesse a
descordar.
Seu discurso, prezado amigo, quando se
refere a mim (você cita meu nome três vezes), é também ressentido,
aliás, muito ressentido, mas é jocoso também, há nele maldade:
“...Evidente que fui tomado de grande pena de meu bom amigo, colega
de classe do seminário, o Professor Teoberto Landim”. Agradeço
sensibilizado sua compaixão.. não acredito como nobre esse tipo de
sentimento... por isso não sou digno dele. Minha vida foi de luta,
muita luta, e de muitas vitórias. Será que sou professor doutor e
professor titular, por universidades sérias, também por pena dos
meus examinadores?! Será que a Universidade de Colônia também teve
pena de mim, e, em dez anos, me contratou como professor visitante
para ministrar aulas no seu curso de doutorado?! E as universidades
de Berlin, Bonn, Aachen, Hamburg também quando me convidaram para
proferir conferências?! Fiquemos por aqui.
Meu caro Soares Feitosa, como falei,
não sou digno desses seus sentimentos, não gaste, pois, seu precioso
tempo se preocupando, tendo pena de quem não merece, porque em
seguida você diz: “E o Professor Teoberto Landim? Continua meu
amigo. E cliente do meu modesto escritório”. Reafirmo a amizade
mesmo sabendo ler suas palavras venenosas. Prezo como irmãos meus
colegas de seminário, e quanto ao cliente, trata-se simplesmente de
uma questão de confiança.
Outras coisas são questões
conceituais, interpretações, pontos de vista. Depois do
descentramento da verdade, hoje se permite dizer que não há uma
verdade, mas, versões da verdade, fica difícil se defender este ou
aquele ponto de vista como verdade absoluta, sem levantar polêmica.
Por isso, meu caro amigo, eu respeito o pensamento dos colegas,
mesmo que deles não concorde. Isso é o que faz a história da
inteligência, e o desenvolvimento das mentalidades.Portanto, meu
velho amigo, aceito que descordes de mim, mas não concordo como
dizes e o que dizes a meu respeito. Então em nome da velha amizade,
por justiça e não por pena, espero que repenses sobre o seu texto,
que muito me magoou.
Um abraço,
Teoberto Landim
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