Stelo Queiroga
Uma autobiografia
Falar o quê? Falo pouco, aliás de mim sei muito pouco, da vida? Ainda menos.
Gosto mesmo é de escrever... e acho que, escrevo nada, mas gosto, gosto sim!
Sou louco por palavras acho até que estão vivas, quase as vejo em ação por
ai; dá pra ouvir o estouro de "hecatombe", ou o flanar de "diáfana",
esta então, tem que ser pássaro, azul e claro, claro! Comecei tarde a
registrar a vida, aos 45, do primeiro tempo, espero! Mas é como se já
o fizesse de há muito. Gosto de matemática, acho que por isso tenho que,
prisioneiro, rimar, medir, contar e por ai vou. A poesia que tento, é sempre
triste, dizem, acho que por isso sou feliz. Vai ver, o verso carrega a
tristeza e outras mazelas aos infindáveis rios e mares que, mentiroso,
invento. Gosto também de servir, alguns me acham tolo, às vezes até
concordo, mas gosto, me faz bem. Amo a vida, minha terra, creio em Deus
e também(menos) nos homens. Acredito na magia da poesia e seu poder de
mudar qualquer um com seu toque divino. Por isso, pequebradamente insisto,
prova disso me aconteceu num episódio em que um amigo que, pasmem, detesta
versos, rimas e congêneres, viu meus cadernos onde registro a vida... Foi
um verdadeiro desastre, magoado com os sinceros comentários, troquei uma
noite de sono por uma vingança rimada. Não funcionou pra ele, até porque
nunca o mostrei, mas pra mim foi santo remédio, ri escrevendo a "tar"
revanche, perdoei o amigo e, a partir daí, resolvi mostrar os tais escritos
pra quem quisesse ver. De Deus espero tudo, mas não me esquivo, nem canso,
da eterna busca, principalmente pelas coisas do alto. Ah, adoro críticas,
quaisquer que sejam. Sejam bem-vindos!
Pensei minha biografia/ Numa quadra, achei demais/ Não há bastante poesia/ Então lembrei
dos haikais/ Olhei meu acervo artístico/ Era pequeno prum dístico/ Talvez o meu universo/
Caiba bem num monoverso/ Sou floresta de bonsais...
(Texto redigido em 18.09.2023)
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