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Vanessa Marinho

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Poesia:


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Alguma notícia do autor:

  • Bio-bibliografia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A menina afegã, de Steve McCurry

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vanessa Marinho


 

Auto Retrato



Não esperem encontrar uma definição de Vanessa.
Somos múltiplos e como tal também o sou, quem sabe talvez eu ainda o seja mais, devido a peculiaridades geminianas.
Poderia escrever livros e livros e não chegaria ao que realmente sou, e qualquer pessoa que diga sabê-lo, acredite, estará mentindo
ninguém sabe realmente o que sou, nem eu...

As vezes sou uma garotinha, que como qualquer criança precisa de cuidados, às vezes percebo que cresci, sou mulher...
mas olhando-me no espelho retorno a menininha e em instantes sou apenas alguém que em meio a calmaria dos muitos anos passados espera a libertação...
Sou atemporal, independente de todos os tempos em mim expressos.

Sou instável, inconstante, contraditória...previsível...
Talvez estas sejam minhas virtudes ou meus algozes...
Afinal quem saberá?
Posso falar algo, pensar em outro completamente diferente e agir de encontro a ambos...
Indecisão é minha marca, odeio escolher, não sei fazê-lo e sempre temo o que poderia ter sido e não foi ao mesmo tempo em que penso que não importa se já passou...
A responsabilidade das escolhas me assusta
e ao mesmo tempo me liberta...

Tenho momentos de extrema exaltação
seguidos de mergulhos em poços obscuros...
Sou os extremos ao mesmo tempo em que sou o meio termo...
Transpasso por tudo ao mesmo tempo em que agarro-me a um ponto apenas.

Tento me esconder de tudo e de todos,
um precaução, auto-defesa,
mas escondo-me tanto por trás de cascas grossas
que me perco de mim mesma...
Sou o que sou querendo não sê-lo...
almejando tudo diferente enquanto
minha maior paixão é aceitar-me...

Tudo o que sei é que nada sei...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Vanessa Marinho


 

À espera de...quê?


O doce sabor da espera
como fel
se faz degustar.
Espero-o em minha garganta...
Almejo por encontrar...
Doce sabor
Que o absorva
e às vezes me faça lembrar...
Que sem a espera não há futuro
E sem futuro não há
o que esperar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jacques-Louis David (França, 1748-1825), A morte de Sócrates

 

 

 

 

 

Vanessa Marinho


 

Acompanha-me?


Um dia a esperança se vai
como um pássaro voando sem rumo...
Aloca-se na primeira montanha que encontra
afinal a dor é grande

Sente fome, nada tem de beber
Migalhas de pão já não mais encontra
Nem hospedagem vem lhe oferecer.

Aguarda...
Geme...
Sonha,
Inerte...treme

O sol gélido se põe
O canto do pássaro...
O alvorecer.
As nuvens de algodão
desfazem-se no doce
sabor de um novo
recomeço...

Idiota a chamaríamos
mas persistente
é seu vagar...
Sempre acompanhando
aquele que a fez voar.


 

 

 

 

 

13/07/2006