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Débora Novaes de Castro

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia da autora:

 

Albrecht Dürer, Germany, Study of praying hands

 

A menina afegã, de Steve McCurry

 

 

 

 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

Débora Novaes de Castro


 

Bio-bibliografia


Débora Novaes de Castro (Débora de Castro) nasceu em Bento de Abreu (antiga Alto Pimenta), Fazenda Valparaíso, comarca de Araçatuba, SP, em 22 de maio de 1935 e reside em São Paulo desde os 6 anos de idade. Sua família paterna é do Vale do Paraíba, da região de Cruzeiro, SP.
 

Formação: Graduação: LETRAS e PEDAGOGIA. Pós-graduação: Entre outros, Jornalismo Cultural, Gogeae-PUC-SP - Mestrado em Comunicação e Semiótica:Intersemiose na Literatura e nas Artes, PUC-SP.
 

Verbetes: Entre outros, Directory of International Writers And Artists, Teresinka Pereira / Pedro Meléndez, Moorehead, USA, p.23, 1988; A Imigração no Brasil – As Famílias, 8a. edição, SP, s.n.p., 1991; Dicionário de Poetas Contemporâneos, Francisco Igreja, 2a. edição, Rio de Janeiro, RJ, p.90, 1991; The International Registry of Who’s Who, edição brasileira, SP, s.n.p., 1992; Enciclopédia da Literatura Brasileira Contemporânea, Vol. I, Reis de Souza, RJ, p.40, 1993; Dicionário Bibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos, Adriano Neto, p.329, 1998; Enciclopédia de Literatura Brasileira, Vol. I, 2a. edição, Global/Biblioteca Nacional/DNL/Academia Brasileira de Letras, SP, p.459, 2001; Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras (1711-2001), Nelly Novaes Coelho, Escrituras, SP, p.152, 2002.

Publicações: 15 publicações pessoais.
Antologias e Coletâneas: (no Brasil e no Exterior) como antologista, coordenou e participou das seguintes coletâneas: Canto do Poeta, Espiral de Trovas e Hai-Kais ao Sol, 1995, LivroArte, SP.
Nas Artes Plásticas: participa do ANNUAIRE DE L’ART INTERNATIONAL, 12a. edição, Paris, 1989, p. 128; Catálogo Nacional Brasileiro, edição de Júlio Louzada, vários volumes; Coleção de Postais, França, 1988/1989; Verbete no “Who’s Who” International, edição brasileira.

Pertence: entre outras instituições culturais, à ACL (Academia Cristã de Letras), SP; APEL (Academia Paulista Evangélica de Letras), SP; Conselho Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, SP; UBE (União Brasileira de Escritores), SP; UBT (União Brasileira de Trovadores), SP; Grêmio Haicai Ipê, SP; Grupo Bem-te-vi de Estudos Haicaísticos, SP; Casa do Poeta “Lampião de Gás”, SP; MPN (Movimento Poético Nacional), SP; Casas de Poetas de outros Estados e cidades brasileiras; APBA (Associação Paulista de Belas Artes), SP; Associação dos Artistas Plásticos Profissionais do Rio de Janeiro, RJ.

Distinções: Comendas, Títulos de Personalidade Cultural, Troféus e Medalhas.

Atualmente (2005), pesquisa “A poética do HAICAI no Brasil”, participa de Congressos, ministra Cursos e Oficinas.

“A terra deu o seu fruto, e Deus, o nosso Deus, nos abençoe.” Sl. 67 : 6 Amém
 

LIVROS INDIVIDUAIS

1. GOTAS DE SOL - Editora João Scortecci - S.P. - 1984/1987 - Poemas
2. SONHO AZUL - Editora João Scortecci - S.P. - 1986/1987 - Poemas
3. MOMENTOS - Editora João Scortecci - S.P. - 1986/1987/1988 - Poemas
4. SOPRAR DAS AREIAS - Editora João Scortecci - S.P. - 1984/1987 - Poemas Hai-kais
5. SINFONIA DO INFINITO - Editora João Scortecci - S.P. - 1988 - Poemas
6. ALJÔFARES - Editora João Scortecci - S.P. - 1989 - Poemas Hai-kais
7. AMARELINHA - Ed. Livroarte/João Scortecci - S.P. - 1990/1992 - Poética infanato-juvenil
8. COLETÂNEA PRIMAVERA - selecção de .Gotas de Sol - Ed. Livroarte/Scortecci - S.P. - 1992- Poemas
9. LILICO o pequeno caracol - Ed. Livroarte/Scortecci - S. P. 1992 - Prosa infanto-juvenil
10. SEMENTES - Ed. Livroarte/João Scortecci - S.P. - 1992 - Poemas Haicais
11. STELLITA a menina que plantava estrelas - Ed.Livroarte/Scortecci - S.P.- 1992 - Prosa infanto-juvenil
12. CATAVENTO - Ed. Livroarte/João Scortecci - S.P. - 1994 - Poemas
13. TILA uma coelhinha na informática - Editora Livroarte - S. P.- 1995
14. DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO - Ed. Livroarte/João Scortecci - S.P. - 1999 - Trovas
15. CHÃO DE PITANGAS - Editora João Scortecci - S.P.- 2002

LIVROS COLETIVOS

1. HAI-KAIS AO SOL - Editora Livroarte - S.P.- 1995 - Hai-kais - coordenação e participação
2. ESPIRAL DE TROVAS - Editora Livroarte - S.P.- 1995 - Trovas - coordenação e participação
3. CANTO DO POETA - Editora Livroarte - S.P.- 1995 - Poemas - coordenação e participação

 

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Débora Novaes de Castro

Um pequeno bloco de poemas


 

Cerimonial


O disco de fogo
põe-se lentamente
no fiambre da montanha.

Pessoas diferentes
vindas de todos os caminhos
enfileiram-se solitárias
para escreverem seus nomes
no Livro de Ponto
do dia.

Mas quem são aqueles
que vêm apressados
ao longe nas estradas?

Eles são os poetas
que, resistindo à centrífuga
do dia, estiveram a escorregar
sonhos na 7a. esteira
do arco-íris.
 


 

AS TRÊS GRAÇAS

Fiz-me sol.

Meu calor

engrinaldando noivas

coloriu o arco-íris

engravidou a terra.

 

Fiz-me lua.

De braços enluarados

prateei montanhas

enlacei amantes

acalentei a noite.

 

Fiz-me estrela.

Meus olhos verteram

rios iluminados

banhando insanos mundos

ungindo almas!


 

 

CERIMONIAL

 

O disco de fogo

põe-se lentamente

no fiambre da montanha.

 

Pessoas diferentes

vindas de todos os caminhos

enfileiram-se solitárias

para escreverem seus nomes

no Livro de Ponto

do dia.

 

Mas quem são aqueles

que vêm apressados

ao longe nas estradas?

 

Eles são os poetas

que, resistindo à centrífuga

do dia, estiveram a escorregar

sonhos na 7a. esteira

do arco-íris.


 

LUA MOLHADA

 

Nuns respingos

de chuva na vidraça

vi teu rosto.

Choravas.

 

Um pedaço

de lua molhada

falou-me da tua dor.

E chorei...


 

BUSCA

 

De flor em flor

de estrela à lua

por mar e terra

te hei buscado

 

sem saber, incauta,

que de tudo e em tudo

me sorrias!


 

INCOERÊNCIA

 

A tartaruga

chegou.

 

O passageiro

do avião

não!

 


 

HÁ DIAS...

 

Há dias

em que os quero longos

pra que da magia, a trama

vá trançando sonhos

urdindo fantasias.

 

Há dias

em que os quero curtos

pra que num minuto

se acabem os desenganos

e a dor do desamor

desabe como areias.

 

Há dias

em que os quero festa

pra que se dêem mãos

homens e natureza

e eu cante então certeza

de enfim saber

que existo!


 

 

EU E O PATO

 

Olhei para as estrelas

no alto... pensei na distância

entre elas e mim, que por certo

seria a mesma entre eu

e o pato.

 

Pus-me em lugar do pato

ciscando a areia... e na areia

uma formiga, que pensaria o mesmo

se conseguisse ver

o pato.

 


 

NUDEZ DO POETA

 

Essa necessidade

que sentem os poetas

de colocarem as almas

nas conchas das mãos,

numa oferenda 'inda quente

a um outro ser humano,

deu-lhes,  em graça , o Senhor

para que se torpedeiem as pedras,

para que floresçam desertos

e os céus se debrucem

em pinceladas de ouro!


 

 

NAVE COLORIDA

 

Numa pétala de flor,

embarquei meu sonho.

 

Ele sorriu na nave colorida,

tocou picos de montanhas,

povoou nuvens algodoadas

e feliz adormeceu

no coração do vento.

 

Vieram as tempestades,

descoloriu-se a nave,

o sonho aportou na vida!


 

MINHAS MUSAS

 

Busco minhas musas

no Olimpo...

 

Gotejo em seu regaço

as vitórias, os fracassos

e à névoa do seu canto

me abandono...


 

 

MADRUGADEIRA

 

Falou-me

de ti, o vento

soprando na amendoeira.

 

A concha

madrugadeira

segredou-me teus amores

e sorri.


 

 

MARÉS

 

As marés

são cheias

no calendário

das águas.

 

Minhas mágoas

águas-vivas

no calendário

dos meus

dias...


 

 

BREJEIRICE

 

Bem te vi.

Mau fado foi o teu

que não me viste.

 

Bem me viste.

Mau fado foi o meu

que não te vi.


 

 

MEMÓRIA

 

Do passado

guardo apenas

meus anjos doces rosados

de cabelos encaracolados

de brancas asas

delgadas.

 

Apago

da memória

as mulas-sem-cabeças

as casas mal-assombradas

os dragões, os escuros

a flecha disparada

pelos adultos.


 

 

MATINAIS

 

Espumas brancas

incensando amores

de conchas debutantes

de caramujos

ciumentos.


 

 

COSMOS

 

Universo!

Infinitos inimagináveis

teoremas indecifráveis

à espera de modernos

Pitágoras.

 


 

 

ANDARILHA

 

Caminho

dentro de mim...

 

Palmilho

o labirinto usual

de todos os momentos

possíveis e impossíveis

na descoberta da pedra

sofismal da vida.

 

Ao pensar

tê-la encontrado,

fantasmagórica miragem.

Desvencilho-me do espanto

retomo a caminhada.

 

 


 

ANJOS DE CRISTAL

 

Os eus

que em mim habitam

tocam flautas

para ninar

crianças...

 

tocam sinos

para acordar

as flores...

 

mas desfalecem

aos acordes

da meia-noite!


 

 

 

AVE-MARIAS

 

Nos entrevéns

das Ave-Marias,

olhares furtivos

de faceiras Marias.

 

Nos entrevéns

de olhares-Marias,

olhares frementes

de encontros marcados,

na hora do terço,

às Ave-Marias!

 


 

 

 

ARROZAIS

 

Bati no portal de ferro

e ele não

se abriu.

 

Esmurrei

montanhas

e minhas mãos

se feriram.

 

Chorei.

Minhas lágrimas

inundaram arrozais

preparando noivas

para as bodas!

 

 

Álvaro Pecheco

Início desta página

Luiz Paulo Santana

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Débora Novaes

12 haicais


 

1

concha perolada

descoberta pelos ventos

soprar das areias

 

 


2

varando nuvens,

levando sonhos d’ouro

cavalo alado

 

 


3

uma vela acesa

nonas sorrisos-madonas

na tela da mesa

 

 


4

não chore salgueiro

que a alegria que porfia

é um breve ligeiro

 

 


5

genuflexa a tarde

e triste a juriti insiste

o horizonte arde...

 

 


6

desfia a patativa

as notas no altar da tarde

tom melancolia

 

 


 

7

de madrugadinha

os bem-te-vis no vizinho

relógio de ponto

 

 


8

espiam faceiras

nas hastes madrugadeiras

brincos-de-princesa

 

 

 


 

9

o tempo é de mangas

as abelhas banqueteiras

polpas amarelas

 

 


 

10

Cruzeiro do Sul

verde ouro luz fruta água

sedução latina


 

11

razão e ação

se entrecozem

na nova tessitura


 

12

eu e o vento

tempo sem tempo

tempo de vento

 

Antero Barbosa

Início desta página

Leontino Filho

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Débora Novaes de Castro

Dez trovas


1

De repente vêm as trovas

num galope cadenciado,

e vão surgindo outras novas,

das águas do meu telhado.

 


2

Perdida, a ninfa dos olhos

nos vastos mares sem fim,

diz o barqueiro aos abrolhos:

- Onde a escondeste de mim?

 


 

3

A lua é toda beleza

enchendo a mata de graça,

é como uma vela acesa

na curta vida, que passa.

 

 


4

Feitiço vi nos teus olhos,

quando os pusestes em mim;

fui presa nos teus abrolhos,

e nauta num céu sem fim.

 

 


5

Aos poucos, foi-se apagando

no cadeeiro, uma vela...

na chama, bruxoleando,

os sonhos que foram dela.

 


 

6

Uma ave do sul, que é bela,

o Quero-Quero, é também

um pássaro sentinela:

avisa se chega alguém.

 

 


7

Caminhava com tal graça

a meiga e gentil donzela,

que o manequim da vidraça

enfeitiçou-se por ela.

 

 


8

Coloquei minha esperança

no cintilar de uma estrela,

para que em má temperança,

jamais eu venha a perdê-la.

 


 

9

Como flores de paineira

meu sonho desabrochou,

paina branca, arribadeira,

que a enxurrada não levou.

 

 


10

Há algo em mim esquisito,

muito, do que penso, inova;

rascunho então um versito

e vai surgindo outra trova.

 

 

Florisvaldo Mattos

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Cleberton Santos

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Débora Novaes


 

concha perolada

descoberta pelos ventos

soprar das areias

 

 


varando nuvens,

levando sonhos d’ouro

cavalo alado

 

 

 

Bernini_Apollo_and_Daphne_detail

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Luiz Paulo Santana

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Débora Novaes


 

concha perolada

descoberta pelos ventos

soprar das areias

 

 


varando nuvens,

levando sonhos d’ouro

cavalo alado

 

 

 

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Luiz Paulo Santana

 

 

 

 

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