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Francisco Ayrton de Aguiar 

ayraguia@globo.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Mignon Pensive

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Francisco Ayrton de Aguiar


 

Carta ao Soares:

 

Prezado poeta Soares Feitosa,
 

Quero te informar com grande atraso (perdão, houve motivos justos: estava em recuperação de acidente).Poussin, The Empire of Flora
- Recebi, de tua parte, os seguintes cadernos:
- Edições Cururu:
- Estudos & Catálogos – Mãos ;
- Da Caixa Postal aos Corrós do Açude: Uma visita ao poeta Ascendino Leite;
- Da maldição das estantes ou Da Biblioteca “Cururu”.

Agradeço a remessa e o convite de engajamento no teu projeto. É claro que aceito dentro de minhas modestas possibilidades de escriba de última hora.

Por conta, te remeti, há dias, via postal, exemplares do meu modesto livro O ESCRIBA SONHADOR, para compor a originalíssima Biblioteca Cururu, cujo lema é verdadeiramente revolucionário: “Não guarde , não venda, circule-o”.

Poeta, li, reli e treli os teus cadernos acima.... Não te conheçoLeonardo da Vinci,  Study of hands pessoalmente, mas pelas leituras confesso que te achei esquisito, esdrúxulo.... saborosamente diferente dos estilos que a gente vê e lê mundo afora..!!! Quem já se viu misturar boi, ferro de gado, com mulher, catálogo, amor, obras de arte... e outros ingredientes heterogêneos...??? Catálogo de animais, de leite, catálogo de galos, manhãs e auroras. E os ferros de marcar bois ??? E serifas... Pois não é que a fonte “times new roman” imita os sinais dos ferros de marcar gado... que misturas desiguais... é uma salada de ingredientes exóticos !!! É o mesmo que cozinhar caviar com angu de milho...e o bom e interessante é que ficou gostoso de se ler e saber.

Sou inteiramente ignorante em matéria de crítica literária, mas, usando os “ismos” das classificações habituais, ouso considerar teu estilo “inclassificável”, tua literatura uma miscelânea de surrealismo caboclo ou “caboclismo” surrealista temperado com concretismo “leitista”, curtido, tão deliciosamente, com queijo e coalhada, nos currais do sertão da Vila da Telha.

Poeta, o texto que dizes ser o prefácio do livro “Recordel”, de outro poeta, Virgílio Maia, despertou em mim o desejo de conhecer tal obra: procurei na Livraria Siciliano, do Iguatemi, mas não estava a venda. Será que a Biblioteca Cururu não poderia me fornecer um exemplar para eu tomar conhecimento da obra, dentro, é óbvio, dos princípios que regem aquela Biblioteca como o nome de batráquio: “NãoRuth, by Francesco Hayez guarde, não venda, circule-o”. Se mandar pode cobrar o custo do livro e do frete a pagar que eu, o interessado, prontamente ressarcirei.

E a poesia “Femina”??? Eu lavei todos os pecados da minha alma com a beleza daquela obra prima...!!!

De resto, poeta, te digo que senti, em tuas “arrumações”, teu gênio poético nato: Poesia até no envelope que continha as remessas. Devolvo-te o primeiro verso de “À vista de ti”, em forma de interrogação: Nunca te vi, melhor que seja assim??? Creio que não.
Bem que eu gostaria de comungar com teu rol de amigos...

Saudações

F. Ayrton de Aguiar
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jornal de Tributos, o lado profissional de Soares Feitosa

 

 

 

 

 

Francisco Ayrton de Aguiar


 

Capa do livro "O Escriba Sonhador":

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), L'Innocence

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César Leal

 

 

25.04.2005