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Três jovens poetas goianos conversam com Soares Feitosa
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Dos
Leitores
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Izacyl
Guimarães Ferreira
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Sent: Wednesday, March 09, 2005 2:44 PM
Subject: entrevista
Mestre:
Bela
entrevista. Gostei muito do esquema dos três ouvidos. Quero
ler logo, pois nas oficinas que dou, sem nem de perto me aproximar
de seu conceito, sugiro que se leia "pra dentro e pra
fora" o texto feito
ou de outrem, que poesia é como dizem o Pessoa ("o que
em mim sente está pensando"), o Gullar ("barulho
que rumoreja ao sopro da leitura"), o Cabral ("coisa
mental") e o Tolentino ("um tremor da
linguagem"), que tem de ser captada pelos sete sentidos.
E
ABAIXO O PALAVRÃO!!! Na Venezuela, onde morei, "coño"
e "carajo" são interjeições até entre as
senhoras e senhoritas.
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Mário
Cezar Coivara
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Sent: Tuesday, March 15, 2005 1:11 PM
Subject: de partida
Parti como
quem diz:
E a flor
reside naqueles
beirais.
Eita cabra Sares. Das resposta
vertendo a sanha do punhal. Do
idioma de pássaro sem fronteiras. Em
teu encalço tem uma viola de
madeira incadescente. Pois bem cabra, aqui ouvindo antigas de
Fagner é pra lembrar que o sertão está dentro dos meus ossos,
homi, faz 15 anos que parti do sertão. Ainda lembro quando cheguei
no Tietê como uma mala veia cheia de livros. Nos pés um rastro de
fogo. Vou tomar uma, até dar gastura.
É
soares, a entrevista futucou. São assopros que vêm do teu sangue.
abraços
mario cezar
Ps:
cabra
soares.
só
leio o que a língua
pede. é pra não esculhambar o sangue. é pra deixar os ouvidos
contentes. é pra reaver o sentido que perdi dormindo entre
asfaltos. li a segunda parte da entrevista. o humor emergiu. também
vinha dos pulmões plenos e quem prefere uma buchada dinoitinha a
seguir os guetos, os clubes literários. continue a brindar num
caneco de barro sob a alvorada de torreros.
abraços
compridos, cabra!, e obrigado
mario
cezar
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Osmário
Ávila
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Sent: Thursday, March 17, 2005
10:14 PM
Subject: Re: maldiïïo das
estantes
Poeta,
Desculpe-me
o atraso. Sabe como é ? compromissos que urgem, credores que rugem,
enfim, a luta pelo pão de cada dia.
Hoje vou-me estender um pouco e roubar seu tempo que sei precioso.
Vai por tópicos, numerados, como sanduíche do McDonalds.
1.
A primeira coisa que me chamou a atenção quando acessei a sua HP
foi Castro Alves, encimando e pontificando sobre nós pobres
mortais. Isso me encheu de orgulho e olha que não sou baiano. Nunca
entendi (nem aceitei) uma frase atribuída ao Drummond em que ele
afirmava apreciar em Castro Alves o grande poeta que ele poderia ter
sido (?). Até hoje (tenho 58 anos), me soam versos lidos na
juventude e jamais esquecidos do bardo baiano. Uns tantos, chegaram
a ser mote em sessões de psicoterapia jungiana, até parecendo
neuroses noogênicas, aquelas mais renitentes e encravadas que unha
mal aparada.
Estalar de açoites
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a gritar.
2.
Quanto ao pitu que o garoto exibe, lembrei-me de uma frase do Gay
Talese em O Reino e o Poder, uma pesquisa realizada por sete
doutores de filosofia durante quatro anos e endossada por três
bispos provou que nenhuma boa mentira de pescador foi escrita desde
Moby Dick. [Clique
aqui para ver um pitu de quase metro]
3.
Obrigado pelo, sempre brilhante, Jornal de Poesia. Há na sua arte
poética qualquer coisa que comove. E não é coisa de pieguice que
isso lá não há.
Grande abraço,
Que sua inspiração dobre
E sua pena não soçobre
Osmário
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Nicolau
Saião
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Sent: Thursday, March 17,
2005 1:29 PM
Subject: Só pra dizer
Só
pra dizer, num registo rápido, como gostei da entrevista
dada aos três escritores que
consigo falaram.
Uma
delícia - de recordações, de enfoques, de senso de humor, de
apontamentos ora nostálgicos ora acutilantes...
E
tudo expresso cá numa linguagem! Numa linguagem cheia de
movimento, de plasticidade, de recursos interiores à frase!
Bem
haja, meu amigo. Nosso amigo - de todos os que amam a inteligência
e a Poesia.
O
abraço alentejano até mais não, lusitano a valer do seu
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Leônidas
Arruda
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Sent: Sunday, March 20, 2005 12:04
AM
Subject: resp
Irmão
e poeta soares feitosa:
Recebi
entrevista concedida aos jovens poetas goianos,
gostei das perguntas desses
meninos danados. Já vc foi magistral, rasgou o verbo, falou de tudo
até das igrejinhas. E nos críticos vc bateu sem dó. Alguém
precisava dizer tudo que você disse.
Leonidas
Arruda. Abraços
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Eduardo
Lacerda
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<eduardolacerda@mandic.com.br>
To: "SF Jornal de Poesia" <soaresfeitosa@secrel.com.br>
Sent: Monday, March 14, 2005 4:01 PM
Subject: Entrevista
Amigo Soares
Estou
no momento lendo a entrevista: - Gerardo Mello Mourão é um ótimo
poeta, li um livro dele, do qual gostei muito. Perfeita sua alusão
ao mito da caverna do Platão, os nordestinos caminham muito bem por
todos os mundo, enquanto nós do sul e sudeste temos a visão muito
limitada de Brasil e de Mundo. Florestan Fernandes se deliciaria ao
estudar o Norte/Sul hoje em dia.
Também
não gosto de palavrões em poemas, mas as vezes é necessário. Saquei
em um dos últimos que fiz um "f-d-p" mas creio que é tão
necessário no poema. Bom ficará ao seu julgamento se um dia o ler.
Gosto do Poema Sujo, embora ache que o Gullar é um excelente poeta
inconstante... o que é maravilhoso, mas as vezes
me causa decepção. Gregório é muito bom... (desculpe, ao invés
de comentar sua entrevista eu estou dando palpites... risos).
Sim,
os grandes escritores são bíblicos... aliás ela é o alicerce de
nossa literatura. Ótima sua cutucada no Adorno, ele erra feio com
esta afirmação.
Choca-me
saber que não pensa o poema... por que escreve bem, e eu não sou
dado a bajulações... geralmente os que não pensam o poema
escrevem de maneira ingênua, ou mal mesmo.
Antonio
Candido, além de pessoa maravilhosa (eu jovenzinho de 21 anos na
casa do mestre... foi um dia maravilhoso...) é o maior crítico...
opinião minha. Mas adoro o Wilson Martins... aqui na USP ele não
chega a ser odiado, é mesmo desprezado. Já tirei muitas notas
baixas por citar (aqui a turma é do "op cit" e isto pode
ser bom Soares... por que não?) o Wilson.
Não
conheço muita gente que você citou... me recomende alguma coisa
destes caras. Nunca vi alguém responder sobre Paulo Coelho com
tamanhã sabedoria. Impressionado!
Não
é o meu preferido, mas adoro o Castro Alves. Laço de Fita é
maravilhoso (não o melhor, mas lindo lindo).
O
Petrônio, que não me ouça... ou que ouça... falou isso para
aparecer... é poeta menor querendo parecer... igualmente ao Joca
Reiners falando do Gabriel Garcia Márquez na Cult... essas farofas
destes rapazes de talento logo são esquecidas, ainda bem... e
não passarão alguns meses e os veremos elogiando quem ontem
falaram mal... Também aposto fichas neles... mas não nisto sobre o
Leminsky... Eu sou muito passional. Soares, eu sou humilde, sincero,
sei de minhas limitações, mas se alguém perguntar da geração
2000
diga o seu amigo Eduardo Lacerda... hahahha... eu acho que existe
geração no sentido de sentimento de mundo... sinto pelos meus
amigos que são então desta geração 2000 um sentimento, uma posição
em relação ao mundo parecida... mas é preciso um distanciamento
histórico para que se percebam isso... então talvez a geração de
2010 consiga reconhecer estes poetas e este
sentimento de mundo da geração 2000.
E
para finalizar, falando em entrevista, vou ler a que você deu ao
Rodrigo de Souza Leão, só preciso conseguir abaixar o livro e
imprimí-lo aqui nafaculdade.
Um
forte abraço
Eduardo
Lacerda
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Cláudio
Portella
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Sent: Tuesday, March 15, 2005 2:53
PM
Subject: Re: Cláudio Portella
Soares
Feitosa, meu cupincha
Ouvi
em algum lugar que a vida é o maior extrato para a literatura.
Concordo com isso. Veja o seu exemplo: sua poesia e sua prosa são
permeados pelo o seu Sertão interior, o que vem desde
sua infância. Falar em lirismo, em barroco e noutros temas mais é
somente uma temática crítica da arte literária, muitas vezes de
importância menor, já que o mais profundo do autor, o seu
"eu" é o maior significativo.
Vi,
nessa sua entrevista, justamente isso, um homem, acima do poeta,
falando de seus princípios, de suas observações, de seu
aprendizado ao longo da vida. Daí, você não tem receio em
misturar tudo em um mesmo balaio. Mistura poética com um crime
absurdo cometido em Sobral.
Só
tenho a lhe dizer isso: parabéns pela entrevista, parabéns pela
sua inteligência.
E
a vida continua, ou será a literatura continua? Pois é ela que nos
diferencia do Homem e do juízo que pensa que é homem.
Abraço
Carinhoso!
Cláudio
Portella
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