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Eduardo Lacerda 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

Foto tirada por Rodrigo Leite Gouvêa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ticiano, Flora

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), L'Innocence

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

Eduardo Lacerda


 

Nota biográfica:


"Eduardo Lacerda - Graduando em Letras pela USP - Editor da Revista Literária Metamorfose, autor de "Outro dia de Folia" - sem previsão de lançamento"
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

 

 

 

 

 

Eduardo Lacerda


 

Ensaio sobre o poema “Ovo”:

 

"Paulo Eduardo Lacerda Rodrigues possui uma característica essencial à poesia: concisão. A sua seqüência de frases nominais, além de garantir ritmo, obtém, graças ao aspecto citado, densidade à linguagem produzida. Transmite-se o máximo no menor espaço possível.

Seu problema, no entanto, está na última estrofe, que quebrou um pouco da engenhosidade do poema ao torná-lo explícito. Não se deve esquecer que outra característica essencial de um texto literário é a sugestão, a construção do implícito. Como defendia Guimarães Rosa, a literatura tem de ser decifrada, descoberta, revelada. Se tudo fica claro, perde-se o encantamento. Lógico que o preço é a diminuição da quantidade de pessoas que poderiam entender a mensagem. No entanto, se um leitor não é capaz de compreende-la, então não a merece.

Além disso, a pista para a resolução do segredo do poema está muito bem dada pela reiteração da palavra “ovo”, um curioso palíndromo, ou seja, vocábulo que pode ser lido da esquerda para direita ou vice-versa. Entrar em contato constante com ele é abrir a mente para a reversibilidade do olhar do leitor. Notável, portanto, é que o próprio poema ganha praticamente o mesmo sentido quando lido da última para a primeira frase.

Toda a sua estrutura formal cria, pois, um caráter cíclico, que reforça a sua temática, a idéia de que o existir é uma sucessão de fatos, mas que no fundo revela que não saímos do lugar. É a expressão da angústia de nossa existência. No entanto, não é um texto de pessimismo niilista. Há nele um encanto realista pela vida, por pior que seja, a lembrar um pouco a fala final de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, ou então a postura de Cyro dos Anjos em O Amanuense Belmiro. É, portanto, literatura bem arquitetada."


Equipe Literatura On Line - www.lol.pro.br 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

 

 

 

 

 

Eduardo Lacerda


 

Comentário de Três jovens poetas goianos conversam com Soares Feitosa:


 

Amigo Soares;
 

(...) E estou no momento lendo a entrevista: - Gerardo Mello Mourão é um ótimo poeta, li um livro dele, do qual gostei muito. Perfeita sua alusão ao mito da caverna do Platão, os nordestinos caminham muito bem por todos os mundo, enquanto nós do sul e sudeste temos a visão muito limitada de Brasil e de Mundo... Florestan Fernandes se deliciaria ao estudar o Norte/Sul hoje em dia.

Também não gosto de palavrões em poemas, mas as vezes éLeia a entrevista! necessário... saquei em um dos últimos que fiz um "f-d-p" mas creio que é tão necessário no poema... bom ficará ao seu julgamento se um dia o ler. Gosto do Poema Sujo, embora ache que o Gullar é um excelente poeta inconstante... o que é maravilhoso, mas as vezes me causa decepção... Gregório é muito bom... (desculpe, ao invés de comentar sua entrevista eu estou dando palpites...risos)

Sim, os grandes escritores são bíblicos... aliás ela é o alicerce de nossa literatura...

Ótima sua cutucada no Adorno, ele erra feio com esta afirmação.

Me choca saber que não pensa o poema... por que escreve bem, e eu não sou dado a bajulações... geralmente os que não pensam o poema escrevem de maneira ingênua, ou mal mesmo...

Antonio Candido, além de pessoa maravilhosa (eu jovenzinho de 21 anos na casa do mestre... foi um dia maravilhoso...) é o maior crítico... opinião minha. Mas adoro o Wilson Martins... aqui na USP ele não chega a ser odiado, é mesmo desprezado... já tirei muitas notas baixas por citar (aqui a turma é do "op cit" e isto pode ser bom Soares... por que não?) o Wilson... Não conheço muita gente que você citou... me recomende alguma coisa destes caras.

Nunca vi alguém responder sobre Paulo Coelho com tamanha sabedoria... "impressionado"

Não é o meu preferido, mas adoro o Castro Alves... Laço de Fita é maravilhoso (não o melhor, mas lindo lindo)

O Petrônio, que não me ouça... ou que ouça... falou isso para aparecer... é poeta menor querendo aparecer... igualmente ao Joca Reiners falando do Gabriel Garcia Marquez na Cult... essas farofas destes rapazes de talento logo são esquecidas, ainda bem... e não passarão alguns meses e os veremos elogiando quem ontem falaram mal... Também aposto fichas neles... mas não nisto sobre o Leminsky... Eu sou muito passional.

Soares, eu sou humilde, sincero, sei de minhas limitações, mas se alguém perguntar da geração 2000 diga o seu amigo Eduardo Lacerda ...hahahha... eu acho que existe geração no sentido de sentimento de mundo... sinto pelos meus amigos que são então desta geração 2000 um sentimento, uma posição em relação ao mundo parecida... mas é preciso um distanciamento histórico para que se percebam isso... então talvez a geração de 2010 consiga reconhecer estes poetas e este sentimento de mundo da geração 2000.

E para finalizar... falando em entrevista... vou ler a que o senhor deu ao Rodrigo de Souza Leão, só preciso conseguir baixar o livro e imprimi-lo aqui na faculdade.

Um forte abraço;

Eduardo Lacerda

 

 

 

 

 

17.05.2005