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Ilka Brunhilde Laurito 

São Paulo, SP, 10/07/1925 - Corumbataí, SP, 11/12/2012

Goya, Antonia Zarate, detalhe

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia da autora:

 

Ilka Brunhilde Laurito

 

Ticiano, Salomé

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), João Batista

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Plaza de toros

 

 

 

 

Ilka Brunhilde Laurito


 

Biografia:

 

Publicou seu primeiro livro de poesia, Caminho, em 1948. No ano seguinte licenciou-se em Letras pela Universidade de São Paulo. Vem publicando desde então contos, crônicas e literatura infanto-juvenil. Nas décadas de 1960 e 1980 trabalhou no magistério secundário e superior. Foi diretora do Departamento de Cinema e Educação da Cinemateca Brasileira, em 1962. Entre 1969 e 1975 participou em movimentos de divulgação, como Poesia na Praça, com exposição de poemas na Praça da República, em São Paulo SP. Na década de 1980 organizou o livro Casimiro de Abreu, da coleção Literatura Comentada (Abril Educação), e publicou Crônica: História, Teoria e Prática, em co-autoria com Flora Bender. Entre 1987 e 1990 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro Canteiro de Obras, e o Prêmio Jabuti de Literatura Juvenil, pelo livro A Menina que Fez a América. Em 1995 ocorreu a publicação de seu livro de crônicas Parque de Diversões. A poesia de Ilka Brunhilde Laurito é de tendência contemporânea; entre suas obras estão Autobiografia de Mãos Dadas (1958), Janela de Apartamento (1968) e Genetrix (1982). O crítico Alcides Villaça afirmou, sobre Canteiro de Obras (1985): “estes poemas têm a natureza de um múltiplo cultivo amoroso: do outro, da palavra, do espelho exigente. Porque líricos, dirigem a tudo que tocam um chamado que tem corpo, gesto e rosto; porque maduros, trabalham dolorosamente a falta de uma resposta plena, que nem o amado, nem os nomes, nem o auto-retrato pode oferecer.”

 

Fonte: Itaú Cultural

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Bathsheba

 

 

 

 

 

Ilka Brunhilde Laurito


 

Comentários sobre a poesia de Soares Feitosa:


 

Prezado SF
 

Desculpe-me o atraso desta carta. Você mandou o livro para o meu antigo endereço, mas felizmente, acabou chegando às minhas mãos. Agora falemos do seu trabalho. Não sou crítica literária. Apenas poeta que gosta de ler os livros dos companheiros de ofício (quando eles são bons como o seu), com vagar, com disponibilidade interior — o que é difícil numa cidade como São Paulo. E por estar nesta cidade, cinzenta, asfaltado, com um frio único, é que me comoveu — além dos poemas — aquele presente perfumoso que você incluiu no livro. Poema-puro que me tocou o coração.
 

É belíssimo, puxa, vindo das entranhas da terra a sua poesia. Destaco Femina, Perdidos & Achados, Strip Tease, Lágrima Súbita, O que digo entre as Flores? e esse maravilhoso poema final, Réquiem em Sol da Tarde. Há outros poemas que eu, poeta urbana com infância de paralelepípedos e asfalto — tenho mais dificuldades de penetrar. Há que lê-los quando voltar a necessidade e a disponibilidade: é uma questão de respeito para seus poemas.

 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

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Rodrigo Petronio [2003]

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Ilka Brunhilde Laurito


 

Gorjeios para um bem-te-vi
 

 

Mal amanheço
e já me viste?...
— Bem-te-vi!

Saíste do sonho
em que eu jazia
ovo, ave e ninho?...

— Bem-te-vi!

E o que viste
na floresta labiríntica
em que a única árvore vsível
é a de enigmas?...



Cantas para o sol
de graça,
pássaro altruísta?...

Eu,
eu pago o meu direito à voz.
e cobram-me:
a água,
a luz,
o ninho,
o alpiste.

Ai, bem-me-viste:
gorjeios meus
saem caríssimos.



Eu te abençôo,
irmão passarinho,
com as mãos franciscas
no espalmar das minhas:

— Bem-vistos sejam
os que só vêem
o que não é visto.

Tu não és o sabiá
que inspirou Golçalves Dias.
Nem estou em outros mares
a entoar canções de exílio.

— Bem-te-vi!
O meu chão não é lá: é aqui.
Mas teu grito me anuncia
essa terra que tu viste
e que eu não vi,
de que sou expatriada.

— Bem-te-vi,
ah, que saudade!



Eu, também,
pássaro ativo,
me cumpro o dia a dia
sobre este aplainado tronco
de exaurida seiva
a que o lavor chama de mesa
e onde canto! CANTO!
o que bem ou mal
eu vejo.
Muito mais:
o que não vejo,
bem-te-vi.
Teu olho está no bico?...
O meu, nos dedos:
são eles que percorrerm
as nervuras sensíveis
dos silêncios tangíveis
do meu grito:
    — Bem-te-vida!
 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), girl

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Carlos Gildermar Pontes

 

 

 

 

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