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João Justiniano 

joaojustiniano@terra.com.br

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Morte de César, detalhe

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


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Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michelangelo, 1475-1564, David, detalhe

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), João Batista

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

João Justiniano


 

Testamento
02-04-01


Eu quero a rosa vermelha
para enfeitar meu caixão.
Seu colorido semelha
o sangue do coração.

Meu corpo inteiro se cubra
de muitas rosas vermelhas,
pois simboliza a cor rubra
o engenho e a arte em centelhas.

Dispensadas as corroas,
orações, discursos, loas,
a rosa rubra me basta.

Quero o corpo incinerado,
mas antes disso, enfeitado
de sua beleza casta

II

Lancem-me as cinzas ao vento
Na fazenda de meus pais.
Que estas, caatinga adentro,
Levem meus sonhos de paz.

Nos milênios dos milênios,
Tempo e tempo, tempo mais,
Comunguem com os bons gênios
E o vulto dos ancestrais.

Não parem nunca e jamais
Jungidos ao elemento,
Meus sonhos de amor e paz.

Vivam nas cinzas, no vento,
Ao Lado dos ancestrais
Feitos ternura e acalento!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

 

 

 

 

João Justiniano


 

Para a moça dos correios


Para a moça dos Correios,
que eu não sei que nome tem.
Do céu os seus olhos vêm,
talvez de Vênus os seios.

Eu não uso bens alheios
e uma pergunta convém:
- Você tem marido, tem?
Ou prefere bons torneios?

Se não gera compromisso,
queria sentir o viço
de teu céu azul, profano.

E pode ficar tranqüila,
que gemendo ao som da lira,
sou João Justiniano.

 

 

 

Albrecht Dürer, Head of an apostle looking upward

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Herodias by Paul Delaroche (French, 1797 - 1856)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

João Justiniano


 

Ilusão
18-02-94


Sem vislumbrar um proveito,
sem ter qualquer esperança,
vou trabalhando a meu jeito
a ilusão, e não me cansa...

Sonhar não cansa, o perfeito
só realiza aliança
com a ilusão, e o meu jeito
é de uma eterna criança...

Eu durmo e acordo sonhando
só por isso não sei quando
vivo momentos felizes.

Tudo em mim é um instante:
Ora velho, ora ao talante
do moço finco raízes...

 

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

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Maria Maia

 

 

 

10.11.2006