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Padre Antônio Thomaz
Biografia
(*) - l868 / (+) - 1941
Demócrito Rocha, através de sua revista Ceará Ilustrado, em 1924,
lançou concurso para saber quem era o Príncipe dos Poetas Cearenses.
O padre Antônio Thomaz, sem livro de poesia publicado — colaboração
esparsa em jornais e revistas —, foi o ganhador. Consta mesmo que,
numa das cláusulas de seu testamento, pedia que seus poemas nunca
fossem reunidos. Parece que até hoje os cearenses cumprem tal
determinação, o que não tem impedido o poeta de aparecer em várias
antologias nacionais.
Mais de cem sonetos espalhados por várias publicações, o padre
Antônio Thomaz começa mesmo a estampar a sua obra dispersa em 1901,
através do jornal A República, não tendo mais parado. Não que se
empenhasse para publicar, mas porque os admiradores e amigos iam
atrás dele em busca de seus sonetos. Romantismo, eivado de
simbolismo, às voltas com a forma parnasiana, o poeta não fugiu ao
emblemático poético de seu tempo.
O padre Antônio Thomaz nasceu no dia 14 de setembro de 1868, em Acaraú. Raimundo de Menezes registra Antônio
Thomaz de Sales, filho
do professor Gil Thomaz Lourenço e Francisca Laurinda da Frota. Em
Sobral estudou as primeiras letras, latim e francês, entrando para o
Seminário de Fortaleza, onde se ordena em 1891.
Tendo feito voto de pobreza, Antônio Thomaz passou praticamente toda
a sua vida em paróquias do interior, levando vida modesta e apagada,
dedicado à missão, escrevendo versos e cuidando dos passarinhos,
como lembra Raimundo Girão. Após o apostolado, não tanto anônimo por
causa do ser poeta, Antônio Thomaz vai morar em Santana. A saúde anda
precária e se muda para Sobral e, no fim da vida, para Fortaleza,
onde morre no dia 16 de julho de 1941.
Foi sepultado na Matriz de Santana. Atendendo os amigos ao seu
pedido foi sepultado sem caixão ou lápide para marcar-lhe a
sepultura. "Quero ainda que meu corpo seja enterrado sem esquife, e
que a pedra da sepultura seja reposta no mesmo plano ficando debaixo
do chão, e que não se ponha em tempo algum, sobre ela, nome, data,
inscrição ou qualquer sinal exterior que a faça lembrada".
Esqueceu-se o poeta, no entanto, de queimar os seus versos, e vive,
lembrado e imortal, por causa deles.
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