Renato Azevedo
Estudos & catálogos — mãos de Soares Feitosa
Aqui deixo minhas singelas palavras que não chegam nem perto de agradecer o
prazer que tive em receber e ler o “Estudos & Catálogos – Mãos”. Feito um
cururu, em seus hábitos noturnos, cá estou com o papel e a caneta, em uma
tentativa não tão venenosa, mas também de poder coaxante para disseminar
voz ao mundo com palavras. É gratificante e só tenho eu que lhe agradecer
novamente o espaço dado para mostrar as palavras desse novo girino em um
meio que muitos consideram pantanoso. Quem nunca se banhou em sal sobre o
pântano de emoção e reflexão não sabe o que é pular livre feito cururu!
Nem sei se minhas pernas estão flexíveis e nadam tão bem, mas é pulando
de poça em poça que o movimento confere a prática e a sagacidade de não
se afogar. Molhar faz com certeza parte do processo, uma vez que se o
cururu sai da moita tem que estar preparado para eventuais respingos e
jatos de lama. Veneno... será realmente ruim? Ou será esse o remédio? A
crítica é normalmente amarga, então sábio é o cururu que regula abaixo da
boca, antes de proferi-la, mas que o faz com habilidade e proeza até contra
aqueles mais avantajados em sua cadeia de vida. Prefiro, claro, um cururu
viciado em sua droga sapiencial a uma raposa cerceada em quimera ignorante.
Que amam as raposas de Esopo... As uvas doces. Eu muitas vezes bato cartão
de ponto também e digo até outra hora... Pois sou mesmo da família
Bufonidae.
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