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Renata Bento

sophie_angra@hotmail.com

John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


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  • Bio-bibliografia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A menina afegã, de Steve McCurry

 

Da Vinci, Homem vitruviano

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

Renata Bento


 

Porquê o sol nasce?


Porquê o sol nasce?
Porquê a vida é assim?
Porquê eu tenho que encontrar respostas para minhas perguntas?
A alguns dias me preocupava encontrar respostas
Hoje, definitivamente, fujo delas
Porquê tenho que saber de tudo?
Essa resposta eu sei.
Simplesmente
Não preciso saber de nada
Simplesmente.
Eu.
Não quero saber de nada
Não preciso de respostas
Preciso de fatos
Atos
Porquê eu estou escrevendo tudo isso?
Para quê?
Para quem?
De, em, para, com, por
São somente
Preposições
Para que isso?
Para quê meu caro?
De onde eu vim?
Em que lugar estou?
Para que isso?
Com que isso se parece?
Estão vendo, são apenas
Preposições!
Para quê preocupações
Com meras preposições?


 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

Renata Bento


 

Dias


Os dias passam
E meus sonhos ficaram
Com você
A existir
E mudaram
Quando viu tua partida
Dias
Longos,
Ingratos,
insensatos
De angustia
Dias cinzas
Prestes a se tornarem
Azuis,
Infinitos
Com a presença
Do teu sorriso
Que apagará
Meu pranto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Bathsheba

 

 

 

 

 

Renata Bento


 

Tempo


O tempo passa
O sol adormece
A lua chega
E o dia escurece

Os anos passam
Os sonhos se vão
Por estarem só
Por estarem na solidão

As horas passam
E com isso percebo
Que a solidão
Me tira o sossego!

Passa hora
Termine logo
Acabe logo
Resolva isso agora

Corra, corra
Os sós tem pressa
Para que a espera termine
Só assim a vida começa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Renata Bento


 

Poetas


Como são felizes os poetas
 

Pois só eles amam
Só eles descrevem o amor
E vivem toda a sua dor
Felizes!
Poetas Felizes
Satisfeitos!
De falarem
De amores imperfeitos
De dias chuvosos
De dias de sol.
Poetas
Criaturas
Criadores
Bem feitores
Faladores
Pois de falar entendem mais
E de amar também
E de sofrer
Eles sofrem mais
A minha dor
A tua dor
A dor
Doida
Dor
Poeta
Dor poética.


 

 

 

 

 

26/07/2006