Rachel de Queiroz
Biografia:
Eleita em 4 de agosto de 1977 e recebida
em 4 de novembro de 1977 pelo Acadêmico Adonias Filho.
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza
(CE), em 17 de novembro de 1910, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em
4 de novembro de 2003. Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde
Franklin de Queiroz, descende, pelo lado materno, da estirpe dos
Alencar, parente portanto do autor ilustre de O Guarani, e, pelo
lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas
no Quixadá e Beberibe.
Em 1917, veio para o Rio de Janeiro, em
companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos
horrores da terrível seca de 1915, que mais tarde a romancista iria
aproveitar como tema de O quinze, seu livro de estréia. No Rio, a
família Queiroz pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém
do Pará, onde residiu por dois anos.
Em 1919, regressou a Fortaleza e, em 1921,
matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o curso
normal, diplomando-se em 11925, aos 15 anos de idade.
Estreou em 1927, com o pseudônimo de Rita
de Queiroz, publicando trabalho no jornal O Ceará, de que se tornou
afinal redatora efetiva. Em fins de 1930, publicou o romance O
quinze, que teve inesperada e funda repercussão no Rio de em São
Paulo. Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do
país, agitando a bandeira do romance de fundo social, profundamente
realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo
contra a miséria e a seca.
O livro, editado às expensas da autora,
apareceu em modesta edição de mil exemplares, impresso no
Estabelecimento Gráfico Urânia, de Fortaleza. Recebeu crítica de
Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão
Gruls. A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha.
Em 1932, publicou um novo romance,
intitulado João Miguel, e em 1937, retornou com Caminho de pedras.
Dois anos depois, conquistou o prêmio da Sociedade Felipe de
Oliveira, com o romance As três Marias. Em 1950, publicou em
folhetins, na revista O Cruzeiro, o romance O galo de ouro.
Cronista emérita, publicou mais de duas
mil crônicas, cuja seleta propiciou a edição dos seguintes livros: A
donzela e a moura torta; 100 Crônicas escolhidas; O brasileiro
perplexo e O caçador de tatu. No Rio, onde reside desde 1939,
colaborou no Diário de Notícias, em O Cruzeiro e em O Jornal. Tem
duas peças de teatro, Lampião, escrita em 1953, e A Beata Maria do
Egito, de 1958, laureada com o prêmio de teatro do Instituto
Nacional do Livro, além de O padrezinho santo, peça que escreveu
para a televisão, ainda inédita em livro. No campo da literatura
infantil, escreveu o livro O menino mágico, a pedido de Lúcia
Benedetti. O livro surgiu, entretanto, das histórias que inventava
para os netos. Dentre as suas atividades, destaca-se também a de
tradutora, com cerca de quarenta volumes já vertidos para o
português.
Foi membro do Conselho Federal de Cultura,
desde a sua fundação, em 1967, até sua extinção, em 1989. Participou
da 21ª Sessão da Assembléia Geral da ONU, em 1966, onde serviu como
delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos
Direitos do Homem. Em 1988, iniciou sua colaboração semanal no
jornal O Estado de S. Paulo e no Diário de Pernambuco.
Recebeu o Prêmio Nacional de Literatura de
Brasília para conjunto de obra em 1980; o título de Doutor Honoris
Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981; a Medalha
Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar
(1983); a Medalha Rio Branco, do Itamarati (1985); a Medalha do
Mérito Militar no grau de Grande Comendador (1986); a Medalha da
Inconfidência do Governo de Minas Gerais (1989); O Prêmio Luís de
Camões (1993); o Prêmio Moinho Santista, na categoria de romance
(1996); o Diploma de Honra ao Mérito do Rotary Clube do Rio de
Janeiro (1996); o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (2000). Em 2000, foi eleita para o elenco
dos “20 Brasileiros empreendedores do Século XX”, em pesquisa
realizada pela PPE (Personalidades Patrióticas Empreendedoras).
Fonte:
Academia Brasileira de Letras
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