Estudos &
catálogos — mãos
Dos
leitores
Luizir
Oliveira
Amigo
Soares (acho que já posso chamá-lo assim, pois nos une o mesmo
amor pela língua e pelas expressões, poéticas, sincréticas,
prosopo-péicas das nossas emoções, não é mesmo?)
Recebi
os "papé" que você ficou de enviar. Não posso expressar
suficientemente a minha satisfação ao ler Mãos. E você
ainda o chama de prefácio?!
É
uma peça literária da mais alta qualidade, como raramente tenho
tido a oportunidade de ler em dias de aridez espiritual como os que
temos vivido. Suas palavras não foram escritas para serem apenas
lidas, mas sorvidas com raro deleite. elas têm cor, cheiro, sabor.
Trazem as sensações à flor da pele. Brincam com elas. Tratam-nas
com afeição. Você respeita o seu leitor-confidente-amigo. Não
faz concessões ao mau gosto, não é gratuito, não visa apenas ao
agradar. e consegue, com mãos de mestre, conduzi-lo pelas sendas
sempre gratificantes da vida do espírito.
Lamento
estar tão distante geograficamente. Senão, acabaria por me
infiltrar nas suas reuniões, para compartilhar de alguns momentos
junto a você e outros amigos.
O
Arthur da Távola costuma encerrar seus programas dizendo que
música é vida espiritual. E que tem vida espiritual nunca está
sozinho. Concordo com ele. Mas quando é possível compartilhá-lha
com espíritos afins, o resultado é sempre mais proveitoso!
Agradeço muitíssimo sua atenção. Espero poder continuar
recebendo tudo o que você tiver pra enviar!!!
Abraços
afetuosos
Luizir
de Oliveira
Eduardo Gomes A. Maciel
Meu Querido Amigo
Feitosa!
Foi
com muita alegria que recebi o envelope enviado por você e mais
alegria ainda quando apenas percebi o conteúdo. Daí você pode
imaginar o deleite que foi lê-lo novamente.
Mas
aquela sua frase acerca do defeito gravíssimo do livro resenhado -
o de ser um só - também me lembrou do defeito gravíssimo da
escrita: não poder, por maior que seja o gênio do escritor, trazer
a presença, o magnetismo, a sonoridade de personalidade tão
singular como a sua e cujo defeito reside exatamente aí, em ser
único.
Talvez
isso explique o fato de você também conseguir reconhecer aqueles
que, como você, também são únicos.
Abraço
saudoso,
Eduardo
Ricardo
Alfaya
Caro
Soares,
Registro
com satisfação recebimento do Estudos & Catálogos - Mãos,
um trabalho em que mais uma vez combina eletrônica com
artesanato. Importante
também porque traz para o papel material do Jornal de Poesia,
aumentando com isso as chances de sobrevivência do material. Quanto
à qualidade do escrito e dos comentários dos autores, excelente,
como sempre.
Desde
o início você tem sido um dos que têm sabido melhor aproveitar os
recursos de interatividade que a Internet oferece, ao mesmo tempo
promovendo seu próprio trabalho e o de outras pessoas, com enorme
talento. Os Catálogos evidenciam essa visão de conjunto em
que se tem o seu trabalho e o dos comentaristas bem demarcados,
enquanto que, simultaneamente, ocorre a integração e
interatividade desses textos, formando um conjunto único. É muito
interessante.
Ricardo
Alfaya
Rosalice
Sherffius
Caro
Poeta,
Recebi
seu "papé" e não consegui deixar de lado até ter
degustado cada minúcia ali contida! Valeu a pena a espera. Perdão
pela minha impaciência de ter cobrado de novo.
Esse
negocio de morar assim tão longe às vezes atrapalha. Mas posso
reclamar não! especialmente com a internet encurtando estradas do
jeito que faz... Recordel - Catálogo de catálogos - cem
livros em um - Tudo verdade. E apresentado em palavras do mais
laborioso quilate! Esse seu sitio, tornado fazenda, evoluído a
latifúndio é’ a meu ver um monte de países que formam um mundo
inteiro! E neste gigante "planeta de palavras’’, vivem
tesouros incontados de historia, dignidade humana, esperança,
paciência, humildade, bom humor, e outras realidades varias porém
não absolutas, que formam a fragilidade e também o grande poder da
humanidade! E’ precioso notar como Ele e Ela vivem
lado a lado e não em posições de jugo... Há espaço para todos e
cada um tem suas tarefas delineadas.
Quando
eu era pequena, mais ou menos uns oito anos de idade, eu detestava
sapo-cururu! Mas ali na Estância - Aldeota, eles pareciam
que eram abundantes moradores da região e não tinham nenhuma
vontade de sair! Um dia eu tinha acabado de chegar da escola e quase
pisei num enorme cururu que começou a inchar e me deu o maior susto
do mundo! Essas criaturas podem até duplicar seu tamanho quando
estão com raiva ou se sentem intimidadas. A empregada, tendo
presenciado o que aconteceu, falou "saia de perto ou o cururu
joga veneno em você", o que me fez correr dali e procurar
abrigo seguro. O problema é’ que o bicho fez residência no
jardim e não tinha como evitar passar por ele... mas eu aprendi. E
as poucos a coexistência se tornou tolerável. Hoje dou risadas ao
lembrar do acontecido... alias, relatando isto aos meus filhos, que
brincam com sapinhos como se fosse a coisa mais natural do mundo,
eles me disseram "mãe boba, você não percebia que aos olhos
daquele sapo você era mesmo um gigante?" Em termos de tamanho
físico sim, eu era muitas vezes maior que o sapo-cururu, mas aos
meus olhos de menina, eu não conseguia desrespeitar um ser assim
tão ame-drontador e tão lendário...
Sua
Edições Cururu é essencial neste mundo digital e real.
Prossiga! Obrigada pelo convite ao JP. Este fim de semana irei reler
o "papé" e, com certeza, terei muito mais a comentar.
Um
carinhoso abraço,
Rosalice
Socorro
Carneiro
Senhor Escritor
Soares Feitosa
Agradeço
sensibilizada o envio da obra literária Estudos & Catálogos
– Mãos. Parabéns pelo belíssimo prefácio em que
exalam muçambê e xique-xique cheirosos; leite espumante ao peito
da vaca, bois e o aboio cantante do vaqueiro; a sela, os animais, o
cachorro acuando quem tenta ultrapassar a soleira da porta; a lua
bonita, o dia amanhecido, o orvalho que molha os meus pés.
Inúmeras
coisas têm que ser ditas, quadros pintados da festa do sertão.
Água que jorra agora, fevereiro deste grande inverno de 2004, de
açudes sangrando, que "vai-não-vai".
Muito
obrigada mesmo por ter re-cebido esta obra de arte. Tudo isto me
traz lembranças do tempo de minha infância na casa dos meus avós.
Socorro
Carneiro
Deise
Assumpção
Caro Soares
Feitosa:
Muito
gostoso chegar em casa e encontrar o "Jornal de Poesia"
versão papel. Tem outro sabor. Obrigada.
Tomo
a liberdade de fazer duas considerações sobre seu Estudos &
Catálogos - Mãos, mesmo correndo o risco de ser repetitiva
frente aos inúmeros comentários já elencados.
A
agilidade da linguagem atrai o leitor, mas isso é apenas juro
sobressalente. Rende mesmo é a crítica forte sem ser pesada,
ironia lírica. O texto salta dos ferros em brasa, com direito a um
passeio n’Os Sertões de Euclides e pelas orações
populares, para "os meninos da cidade grande". E quando a
diferença entre os mundos se insinua e parece estabelecer juízo de
valor e enveredar para o tão decantado saudosismo dos tempos e
lugares idos, essa agilidade aproxima-os. A crítica não se faz
opondo-os, mas aproximando-os inesperadamente pela via estética. No
jogo entre as marcas de bois e o times e o arial, os dois
mundos colocam-se em pé de igualdade.
O
lirismo toma conta do texto num outro jogo: masculino versus
feminino. Mais uma vez é a linguagem que mostra a diferença
homem-mulher, valorizando um e outro. Derruba num passe poético
machismos e feminismos. Lembrou-me Eça no conto Adão e Eva no
paraíso, quando a narrativa vai justamente mostrando a função
do homem e da mulher na formação do humano. E os
"papeluchos" de oração em "letra calma"? Você
os escolheu para fechar o rol das funções da mulher. Lembrou-me a Otacília,
de Riobaldo.
Bem,
fiquemos por aqui. E aguardemos novas surpresas como Estudos
& Catálogos - Mãos.
Um
abraço,
Deise
PS:
Como posso adquirir o livro prefaciado?
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