Estudos &
catálogos — mãos
Dos
leitores
Welington
Almeida Pinto
Prezado
Poeta
Recebi
e gostei do texto-prefácio do livro Recordel, de Virgílio Maia.
Além de me desperar para a obra, me resgata o cheiro bom da vida no
campo. Ah! Especialmente para um mineiro que tem no mugido da
"estrela" uma das melhores lembranças da infância na
roça. Gostoso de ler. Existe um escritor goiano, Hugo Carvalho
Ramos, que, se ainda não leu, vale a pena degustar. Morreu muito
novo mas deixou uma preciosidade da literatura sertaneja, o livro
TROPAS E BOIADAS - com certeza bem apreciado por Guimarães Rosa.
Mil
anos de vida para a Cururu (tenho um reconto infantil, A Festa no
Céu, em que uso o Sapo Cururu como protagonista - ver no site http://www.welingtonpinto.kit.net/contosinfantis
Com
a estima e o abraço,
Welington
Renato Azevedo
Caríssimo
Soares Feitosa,
Aqui
deixo minhas singelas palavras que não chegam nem perto de
agradecer o prazer que tive em receber e ler o Estaduso &
Catálogos - Mãos.
Feito
um cururu, em seus hábitos noturnos, cá estou com o papel e a
caneta, em uma tentativa não tão venenosa, mas também de poder
coaxante para disseminar voz ao mundo com palavras.
É
gratificantes e só tenho eu que lhe agradecer novamente o espaço
dado para mostrar as palavras desse novo girino em um meio que
muitos consideram pantanoso.
Quem
nunca se banhou em sal sobre o pântano de emoção e reflexão não
sabe o que é pular livre feito cururu! Nem sei se minhas pernas
estão flexíveis e nadam tão bem, mas é pulando de poça em poça
que o movimento confere a prática e a sagacidade de não se afogar.
Molhar faz com certeza parte do processo, uma vez que, se o cururu
sai da moita tem que estar preparado para eventuais respingos e
jatos de lama.
Veneno...
será realmente ruim? Ou será esse o remédio?
A
crítica é normalmente amarga, então sábio é o cururu que regula
abaixo da boca, antes de proferi-la, mas que o faz com habilidade e
proeza até contra aqueles mais avantajados em sua cadeia de vida.
Prefiro,
claro, um cururu viciado em sua droga sapiencial a uma raposa
cerceada em quimera ignorante.
Que
amam as raposas de Esopo... As uvas doces. Eu muitas vezes bato
cartão de ponto também e digo até outra hora... Pois sou mesmo da
família Bufonidae.
Um
abraço do recém-chegado amigo
Renato
Azevedo
Aparecida
Mariano de Barros
Senhor escritor
Soares Feitosa
Recebi "Estudos
&
Catálogos-Mãos", trabalho maravilhoso, trazendo-me recordações: os boizinhos da
fazenda de um tio, e, principalmente, as pescarias na companhia de
papai, nas barrancas do Rio Piracicaba. Que saudade! Um dos rios
mais piscosos, hoje poluído. Às vezes, pescaria de rodada, quando
o dourado era o rei dos peixes. Assado com batatas; o pintado, cujas
postas enriqueciam o cuscuz.
Em
todos os textos encontrei construções literárias exatas na
maneira de expressar com destreza. Tropecei em algumas palavras:
surubim, corgo, corró, mel de engenho. Este não seria o nosso
melado ou melaço paulista?
Obrigado,
Soares!
Com
admiração,
Aparecida
Mariano de Barros
José
Geraldo Neres
Estudos
& Catálogos - Mãos
por José Geraldo Neres
o
rosto da noite
à
catalogar águas
no couro do tempo
prensa
o gosto de sal
o som da poeira
no papel
nas
mãos da vida
o café forte
abre
a porta
e
espera o livro inteiro
de Virgílio Maia
Caro
amigo-poeta Soares Feitosa
Não
sabia se a melodia que brincava nos meus olhos era o "Pagode
Russo", Luiz Gonzaga na voz de Zeca Baleiro. Então tentei
trocar minhas retinas, mas as lembranças me levaram para o
"Cordel do Fogo Encantado", e também "Mestre
Ambrosio" quis tatuar sua música no meu corpo.
Sem
perceber se formou a santa trindade - bailando ao som de uma rabeca
- na tarde cinza de Santo André. Nessa dança bebi palavras de
outros poetas-amigos "Graça Graúna", "Sandra Regina
S. Baldessin", "Ricardo Alfaya" e descobri outros
copos, sem medir as conseqüências; bebi o vôo de outros poetas.
Caro
amigo; obrigado pelo presente - pela viagem. Espero um próximo vôo,
ou melhor dizendo; um próximo salto "Cururu".
Um
forte abraços-poético deste amigo...
José
Geraldo Neres
Augusto
Barbosa Coura Neto
Prezado
Soares Feitosa
Sensibilizado
agradeço a remssa de Estudos & Catálogos - Mãos, que veio me
enriquecer intelectualmente. Confesso que meu dia frio foi aquecido pela
esperança de tê-lo como amigo e paredro, para conhecimento melhor da
literatura nordestina, que muito aprecio.
O
prefácio sobre o livro Recordel, de Virgílio Maia, foi deveras
enriquecedor. Senti invadir em mim uma gama intensa de saudades, pois eu
nasci no interior de Minas Gerais (Ponte Nova), ou melhor, na roça, como
diz o mineiro que não nasce na cidade, tendo a cidade apenas como
referência no registro de nascimento.
Assim
pude penetrar de coração no âmago e vivência do que o nobre amigo
prefaciou.
Quero
parabenizá-lo também pelo Joelhos & Mel. Na minha infância muitas
vezes dosei erradamente o mel e a farinha (eu era muito arado).
Esperando
a sua amizade, ainda que por espístolas, despeço-me com um forte
abraço.
Augusto Barbosa Coura Neto
Sonia
Sales
Caríssimo
Soares Feitosa
Feliz
Virgílio Maria que pode ter um tão belo prefácio no seu Recordel.
A experiência que você nos passa, sua vivência nesse sertão tão pouco
conhecido por nós da grande cidade, que temos a pretensão de tudo
conhecer, leva-nos a uma reflexão sobre a nossa pobre maneira de viver.
Do
meio desta poluição daqui de São Paulo, sonho com a alegria de tomar um
leite fresquinho ou ajudar da feitura de um queijo artesanal, e quem sabe,
trocá-lo por papel e cantes com que poderei descrever essa tentativa de
ser feliz,
Estarei
esperando ansiosa os belos versos do Virgílio Maia, autor tão admirado.
Parabéns aos dois.
Abraços
afetuosos da
Sonia
Sales
Jerônimo
Fagundes de Souza
Já
não bastava o doce de sangue de porco. Agora cantas o mel e a farinha.
Passaste dos limites.
Penso
que, no futuro, lerei teus versos sobre as delícias do jiló. Consegues
transformar o asqueroso em lírico. O revoltante em sublime. Tens o
poder da palavra, de que não disponho. E, nem por isso, me farás comer
pratos tão exóticos. Isso posso jurar. Mel me lembra vômito, de
abelha. A farinha ataca essas paredes, já tão fraquinhas, de meu estômago.
De
qualquer forma, lembrei de minha infância. Ilha de Floripa, 1975. A mãe
preparando o caldo de peixe e a farinha. O pirão. O caldo de feijão e
a farinha de rosca. O pirão. A cola de farinha de trigo. As figurinhas
Copa 70. O pião. O Bumba-meu-Boi. O Bal e a Aninha. O bonequinho do
Zorro.
Nossas
infâncias, pobres, se tocam em muitos sentidos. No Ceará, Floripa ou
no ABC...
Jerônimo.
|