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Adriano Eysen

adrianolittera@hotmail.com 

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia:

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 

 


Fortuna crítica & entrevista: 


Adriano Eysen Rego (1976), poeta, contista e crítico literário, é natural de Salvador. Licenciado em Letras Vernáculas pela UEFS, Especialista em Estudos Literários pela UNEB, professor de Literatura Portuguesa e Brasileira da UNEB – Campus XXII – Euclides da Cunha, Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS e membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. O autor publicou os livros: Suspiros das existências (1999 – poemas); Crepúsculo das Almas (2000 – poemas pelo MAC – Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana); Diário de um Louco (2001 – contos - MAC); Sopros (2002 – poemas - MAC) e Imagens do Sertão na poética de Castro Alves (2005/06 – ensaio - UESB). Tem artigos publicados em  revistas, a exemplo de Outros Sertões e Iararana, e jornais como A Tarde Cultural e Tribuna Feirense. Participou dos projetos Malungos (Salvador - 2005); Porto da Poesia na Bienal do Livro (Salvador – 2005); Poesia na Boca da Noite (Salvador); Caruru dos Sete Poetas (Cachoeira - 2006) e coordenou Café Literário no Congresso de Educação de Vitória da Conquista-BA (2005 – 2006).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), L'Innocence

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Victor Mikhailovich Vasnetsov, Rússia, 1848-1926, The Knight at the Crossroads

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Adriano Eysen

entrevistado

por

Cleberton Santos

  

 

Cleberton Santos: Qual a importância do Prêmio de Arte e Cultura Banco Capital nesse momento da sua vida literária?

 Adriano Eysen: Há sempre riscos em se receber um prêmio. É preciso pensar em dois aspectos essenciais: o momento da sua vida literária em que se consolida uma premiação e a forma como esse fato irá repercutir em si mesmo. Em relação ao primeiro item mencionado, penso que o prêmio se consolida em uma fase primordial para o poeta e o homem. Ambos mais maduros. Para o escritor, uma transubstanciação relevante no aspecto estético em que implica o árduo empenho da elaboração poética onde junge o labor artesanal e a força lírica que às vezes nos tenta dominar com seus sentimentos e imagens perigosos. É preciso saber lidar e tomar consciência dessa correlação de forças que fazem parte da produção poética. A poesia é sempre um tenso diálogo entre o logos e o pathos. É nesse perigoso território, fecundo de sentimentos e idéias, que atua o poeta. Para o homem, de maneira breve, diria que ter o seu primeiro livro publicado, a partir de um prêmio já consolidado no estado da Bahia e pelo qual passaram relevantes nomes do atual cenário da literatura brasileira, é se convencer de que os seus trinta anos, alguns dedicados à pesquisa e à criação, estão sendo de profundo proveito. No que diz respeito ao segundo aspecto, percebo que o Prêmio de Arte e Cultura Banco Capital é um passo inicial para uma longa trajetória, assim acredito intimamente, de relações sinuosas no complexo universo do meio literário. Uma obra tende a se firmar a partir de uma junção de qualidade e inter-relações que exigem do autor diplomacia e inteligência para se esquivar dos estilhaços que inevitavelmente serão oriundos da quase sempre tragicômica relação humana. Mas o que se torna substancial é a autocrítica das nossas atitudes enquanto ser no mundo dotado de sensibilidade e experiências, bem como o exercício ininterrupto da (re)leitura do que você produz - momento onde a estética da sinceridade deve ser, a princípio, aplicada a si mesmo.  

 

CS: Como aconteceu o processo de criação e organização do livro Cicatriz do Silêncio?

AE: A criação vem envolvida por questões às vezes inenarráveis, de forma que transcende a uma ordem lógica. O que acaba predominando é a consubstanciação da poiesis que exige do escritor contínuo trabalho e estudo. Dessa maneira, o livro Cicatriz do silêncio vai se formando ao longo de 2006 e 2007. São poemas elaborados e revisitados nesse período. Um momento impar no qual leitor e criador tecem diálogos e trocam vivências fundamentais para a permanente ampliação do saber e da percepção das coisas. Na verdade, o livro vai passando por uma fase de (re)construção em que pude questionar, em alguns momentos, a qualidade dos poemas que ali se encontravam, levando-me a um novo processo de carpintaria, modificando algumas coisas, adicionando ou subtraindo outras, enfim, uma alquimia delicada, todavia necessária para alcançar a qualidade estética e editorial que se espera de uma obra. Em meio a esse trabalho às vezes doloroso, que exige empenho por parte do escritor, é necessário ter o cuidado em relação à feitura do livro, pois uma auto-cobrança muito grande pode dar margem a uma obra interminável. Temos que perceber o momento de findar uma etapa, tendo em vista que a partir daquele término uma nova obra tende a nascer.  

 

CS: Qual a sua relação com a nova poesia brasileira?

AE: Irei responder esta questão em três momentos que se entrelaçam. Devemos pensar no tripé escritor-leitor-pesquisador,como, outrossim, no autor-leitor para chegar, de fato, a uma reflexão sobre a nova geração da poesia brasileira.

Seguindo a ordem estabelecida acima, refiro-me à tríade como fundamental para qualquer época. Os diálogos devem ser contínuos, seja com o passado ou o presente, o que nos coloca permanentemente atentos aos velhos e novos acontecimentos literários. Há uma relevância em se manter uma dialética com a tradição não só da poesia brasileira, mas universal. O autor-leitor, por não trazer o espírito da investigação teórica, o que implica na minuciosidade das informações que lhe impulsionam a outros novos estudos, sofre, creio eu, um retardamento na sua maturação enquanto escritor. Ficarão sempre profundas lacunas que deverão ser preenchidas no futuro. O autor-leitor, como lhe é peculiar, abre mão de uma busca investigativa ao se proporcionar quase sempre a leitura que está voltada ao regozijo. Esses registros anteriores servem para ponderarmos a respeito da nova geração, uma vez que criar exige-nos empenho não só no fazer artesanal, como também contínua busca do saber, o que implica em permanentes diálogos com o pretérito e o agora. Como ledor atento, observo a seriedade de alguns e os grandes espetáculos tragicômicos de outros dos quais se sobressaem as esdrúxulas vaidades. Como acredito fazer parte do tripé escritor-leitor-pesquisador, entendo ser esse período crucial no que se refere à poesia brasileira. Há muitos livros sendo editados, ora custeados pelo próprio autor, ora por meio de concursos literários ou por editoras de médio e grande portes. Acontecimentos que ratificam a existência de poetas por toda parte do Brasil. E como é natural, temos bons e maus escritores, sobre os quais se faz necessário uma leitura cuidadosa e uma análise livre dos pré-conceitos e das pretensiosas escolas ou grupos. Há uma satisfação pessoal em tecer relações e compartilhar conquistas com uma geração que vai alicerçando seu espaço. Assim, caleidoscopicamente, acompanho a trajetória de escritores como Cleberton Santos, João de Moraes Filho, Vanessa Buffone, Rita Santana, José Inácio Vieira de Mello, Elizeu Moreira Paranaguá, Fabrício Carpinejar, Edson Cruz,  Cristina Leilane, nomes que compõem uma vasta lista onde constam outros tantos que vêm consolidando a nova poesia nacional. É sempre plausível ver uma nova geração sendo estudada fora e dentro das universidades, algumas já com obras estudadas em trabalhos de iniciação científica, bem como em grupos de pesquisa existentes na UNEB, na UEFS e na UFBA. Isso é fruto de novos tempos que requerem cautela e dedicação tanto do escritor quanto do pesquisador que se empenha a estudá-lo. A consolidação transcende os torvelinhos literários, pois no final, entre um nevoeiro de cinzas, só ficarão as boas obras; os poemas que ainda tinham algo de estranho a nos dizer.

 

CS: Quais são as vozes que ecoam na sua cabeça?

AE: Há uma polifonia de vozes que reverberam em mim. Desde os antigos poetas gregos como Homero, Safo, Calímacos, Alceu, passando pelos romanos: Lívio Andrônico, Plauto, Tibulo, Propércio, Ovídio, Horácio, Virgílio. Cito esses autores não com pedantismo, mas simplesmente para frisar que, como leitor, sou levado, ao ler Petrarca, Luís Vaz de Camões, Bocage, Cesário Verde, Fernando Pessoa, Baudelaire, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Cecília Meireles, Jorge de Lima, Vinicius de Moraes, dentre tantos outros, a visitá-los como uma forma de conhecer como se deu a transformação da poesia em diversas parte do mundo e o quanto esses poetas da antiguidade, assim como os trovadores medievais, nos legaram temas que foram e continuam a ser desenvolvidos com maestria e encantamento por diversos escritores. Para não ser enfadonho ao elencar mais uma sucessão de nomes relevantes, apenas sugiro a leitura de poetas, como a maioria, ainda pouco conhecidos do grande público, a exemplo de Sosígenes Costa, Francisco Carvalho, Gerardo Mello Mourão, Ascenso Ferreira, Casimiro de Brito, Manuel Alegre, Reynaldo Valinho Alvarez, Ildásio Tavares, Adelmo Oliveira, Antônio Brasileiro e Ruy Espinheira Filho.

 

CS: Poesia é um parto dos deuses ou um labor artístico dos homens?

AE: Lembro-me neste momento um verso citado por Dante na “Divina Comédia”: “chove dentro da alta fantasia” e há um outro trecho que ele diz: “Ó imaginativa que por vezes / tão longe nos arrasta, e nem ouvimos / as mil trombetas que ao redor ressoam; / que te move, se o senso não te excita?”. Bom, trago estas imagem do autor italiano como uma maneira de registrar que o universo criador de cada poeta funciona em graus e níveis diferentes, mas há duas coisas que se amalgamam para a consolidação da obra de arte: a inspiração, ou o que poderíamos chamar de um fluxo de idéias, o que a princípio seria algo que habita o campo do indizível, esse chover dentro da alta fantasia, essas mil trombetas que ressoam, e a techné, o trabalho, enfim o labor artístico alicerçado na razão com todo um nível de conhecimento e experiências operadas pelo autor durante o processo criador.

A dinâmica da criação, onde se entrelaçam imaginação, paciência e trabalho artesanal, não é nenhuma novidade, isso já se encontra lá em Edgar Allan Poe, “Filosofia da Composição” e em Paul Valéry, “Memórias de um poema”. Porém, é válido ressaltar que são vivências pessoais, inerentes a cada um, mas que, a meu ver, nenhuma obra de arte é realizada somente no campo da técnica ou apenas de um fluxo de luzes divinas oriundas das abóbadas celestiais.        

 

CS: Como você analisa a situação da poesia no contexto da atual vida cultural baiana?

AE: É importante pensarmos em dois aspectos: um pequeno grupo de leitores e estudiosos da poesia baiana, o que certamente podemos chamar de brasileira, por motivos óbvios, e uma grande multidão de baianos que desconhecem a produção literária no nosso estado. A partir desses dois pontos podemos refletir sobre como se encontra a poesia na vida cultural na Bahia. Na verdade, são dois aspectos que não trazem nada de novo. Em relação aos ledores e pesquisadores da obra poética baiana, na sua maioria, escritores e outros tantos intelectuais que estão envolvidos diretamente com trabalhos acadêmicos e alguns poucos admiradores da poesia que se regozijam com esta arte aparentemente inútil. Somado todos, teremos uma minoria de ativistas da cultura no que se refere a este gênero. Em relação à outra parte, onde encontraremos um grande exército de indivíduos, notamos um profundo desinteresse não só pela poesia, mas pela boa arte de uma forma geral. Isso pode ser presenciado nos núcleos familiares e dentro das escolas públicas e particulares dessa, como assinalou, Gregório de Matos, “nefanda Bahia”. Educação e cultura estão intrinsecamente entrelaçadas, quando ambas não são levadas a sério, não pode existir transformação de mentalidades em prol de uma vida menos brutal. Quero dizer com tudo isso que a poesia baiana está no centro e à margem do atual contexto cultural que se propaga no estado. Ela transita em meio a essa massa surda, muda e cega e se apropria dos seus gestos mais ridículos e das suas pobrezas humanas para permanecer em sua caminhada solitária. O poeta e seus versos perambulam por entre o caos, ri e aponta outras realidades, porém continua a caminhar sem perder os seus passos e o seu rumo. A poesia existe apenas para uma minoria!!

 

CS: De onde vem sua poesia e para onde caminha seu Ser Poeta?

AE: Ao longo de dez anos de poesia, pois os completei em 2008, pude refletir um pouco sobre estas duas questões. Elas que me fizeram voltar às minhas primeiras experiências, onde exercitei importantes sopros poéticos e passei a perceber gradativamente que a poesia emana do olhar sempre atento do poeta e de uma escuta que traspassa explicações lógicas, pois há uma outra margem, um outro lugar que de vez em quando podemos habitar para dele abstrairmos a seiva de cada verso. Foi exatamente nesse momento, em que denomino de estado de infância do poeta, que pulsavam os primeiros versos, o início das impressões conscientes do mundo: as primeiras dores, angústias, prazeres, devaneios, inquietudes passionais, sociais, insatisfações consigo mesmo e com a vida. Ao voltar a esse caminho percorrido há algum tempo atrás, notei que a poesia surge desse mundo de experiências várias. Muitos poetas renegaram seu primeiro livro, ou seus primeiros versos publicados, mas acredito que isso se deu e se dá por causa, principalmente, da preocupação com a crítica, todavia é preciso vê-los tão importantes quanto os que hoje são abraçados com entusiasmo pelos especialistas. Foi exatamente nesse momento renegado que habitou a chama de uma poesia que com os estudos, as leituras de outros poetas e as vivências diversas viriam a se formar os grandes poetas. Aproveito, então, para entrar no segundo ponto: meu “Ser Poeta” caminha para o desconhecido, tateando as incertezas da vida, mas acreditando que não é possível abandonar esse ofício, pois a poesia é parte integral do que sou. Há em mim, sem nenhum tipo de transe ou coisa parecida, uma força que me move e me condiciona a viver em meio a tantas atitudes vis do humano. Se um dia esse “Ser Poeta” morrer, morre comigo o sentido da vida. O poeta não é aquele que se firma diante do mundo, porém o que vence a si mesmo para se perpetuar na árdua caminhada do fazer poético. (2009)               


 

Cleberton Santos – Poeta, ensaísta, professor da rede estadual da Bahia e da Universidade Estadual de Feira de Santana. Clique aqui à página dele no Jornal de Poesia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

 

 

 

 

 

 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova, detail

 

 

 

 

 

 

 

The Gates of Dawn, Herbert Draper, UK, 1863-1920

 

  

 

Ildásio Tavares

 

Enfim, um poeta

                                                                              

Chega-me semanalmente uma catadupa de livros trazendo uma versalhada infrene, todos esperando a palavra crítica do cronista de jornal. Raros são os livros que me ofertam um pequeno número de bons poemas – nestes meus quase 50 anos de literatura, um bom poema é raro, e um poema maior mais ainda, mesmo os poetas maiores. A irregularidade de nível é uma constante, mesmo nos grandes poetas. Todo mundo escorrega e cai, um dia. Nobody is perfect.

E se um bom poema é raro, que dizer de um livro de poesia? Além de que, acabo de acusar a quase todos os vícios da irregularidade. Há poetas que chegam a ser irritantes pelo nível sempre elevado dos seus poemas. No Brasil, Cecília, Gregório, Castro Alves, Olavo Bilac, Gonçalves Dias; lá fora, Virgílio, Dante, Quevedo, Milton, Eugênio Montale, Camões, para citar alguns.

Por isso a leitura dos poemas do livro Cicatriz do silêncio de Adriano Eysen foi, para mim, um regozijo, pois, de cara, chamou-me atenção não só a qualidade estética dos poemas, mas uma regularidade irregular, pois reside muito mais no território do artesanato do que na poeticidade. Uns leves ajustes numa minoria de poemas e este jovem poeta atingirá, com plenitude, a regularidade que, ao meu ver, há de presidir a elevação de uma obra poética. Porque, também, é bom que se diga, quando o poeta escorrega muito, ou quando a queda é muito feia, é que sua lira é pesada ou está desafinada.

Adriano não. A sua poesia revela algo que acho básico num poeta, a capacidade de transubstanciar as coisas, sentimentos, olhares, pensamentos em um tapete de palavras, cujos fios interiores se entrelaçam para formar um sentido novo numa realidade preexistente, ou seja, a alquimia do verbo.

Adriano, por exemplo, sabe abrir seus poemas - e a abertura é fundamental. Vejam: 

Há pedras

nos olhos dos homens.

Neste trecho, o som duro da palavra dura é como uma terapia de choque. Ele também sabe pôr as palavras a valsar:

valsa que avança em mim

Verso em que as aliterações de v e assonâncias de a, aliadas ao ritmo ternário, criam, auditivamente, uma dança.

Também nele encontrei uma vocação inata para criar metáforas novas, e para compor uma linguagem que se insere, porém, numa tradição poética da língua portuguesa em que Adriano Eysen está tranquilamente assentado. É um erudito professor de literatura e sabe que a inspiração por si só é traiçoeira. Contudo não faz uma insossa poesia professoral. Muito pelo contrário – sua poesia trafega no campo do deleite e se situa na coalizão do sentir jungido ao pensar.

Depois de muito tempo de medíocres leituras compulsórias de poetas, medíocres que são célebres apenas em suas igrejinhas provincianas, tive o prazer de, enfim, conhecer um poeta de talento que, tenho certeza, só fará crescer, com o tempo e a experiência. 


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30.8.2009