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Astolfo Lima Sandy

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John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Franz Xaver Winterhalter. Yeda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

Astolfo Lima Sandy


 

Bio-Bibliografia


 

ASTOLFO LIMA SANDY natural de Sobral - Ceará, autor do livro MÃO DE MARTELO E OUTROS CONTOS – editado pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Participou do ALMANAQUE DO CONTO CEARENSE – ED BAGAÇO, RECIFE, e da ANTOLOGIA DO CONTO NORDESTINO ANO 2000 - ED-MICRO, RECIFE. Recebeu o PRÊMIO BIBLIOTECA NACIONAL PARA ESCRITORES COM OBRA EM FASE DE CONCLUSÃO, com o livro A GRANDE FÁBRICA DE BRINQUEDOS. Tem publicado trabalhos em jornais e revistas; ganhou alguns concursos literários e recebeu Menções-honrosas, dentre os quais: III PRÊMIO ESCRIBA DE CONTOS - CIDADE DE PIRACICABA – SP; III CONCURSO DE CONTOS - FACULDADES OSWALDO CRUZ - SP; XIII E XIV "CONCURSO DE CONTOS DA FACULDADE DE FILOSOFIA DE JACAREZINHO” - PR; III CONCURSO LITERÁRIO AÇORIANO, GENERAL CÂMARA - RS; XXX E XXXII CONCURSO DE CONTOS ABDALA MAMERI - ARAGUARI – MG. Tem inéditos os seguintes livros: VIDRINHO DE BARBITÚRICOS – REFLEXÕES PERIFÉRICAS, QUASE MARGINAIS (CONTOS), e PEQUENA HISTÓRIA DE MENINOS (NOVELA). Edita na Internet a Revista Kromus & Kronópius:

http://geocities.yahoo.com.br/kromuskronopius
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

Astolfo Lima Sandy



Para negar o amor


Os olhos não fitam
a mão que afaga
o coração em que não pulsa
o sangue que não percorre
a veia dissecada
alma dilacerada
vísceras
artérias
olhos ávidos
distantes
a cada instante
contemplando a madrugada
sumindo
porque não houve noite
nem dia
e não surgiu a face mais visível
da lua
não mirei a tua
não devassaste a minha
não encontrei a casa
não saíste à rua
a cidade é apenas
uma suposição geográfica
esquecida no tempo
que não se move
porque já não há tempo
mensurável
e portanto não houve
e jamais haverá fim de semana
tudo uma interminável
segunda feira
mítica
insana
e o mar não mais que uma referência
na linha imaginária
inatingível
ao pensamento que se forma
e se desfaz
o que apraz
a nossa paz
porque não existe luz
não há razão
a mão não toca
a boca não sente
o beijo
teu desejo
meu desejo
de não sentir desejo
minha ânsia
teu suave riso
meu sublime pranto
a tua ida
a minha volta
o nosso encontro
a cada desencontro
para negar o amor
até as últimas conseqüências
porque não existes tu
nem existo eu
é tudo um paradoxo monumental.
 

   

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), The Grief of the Pasha

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Luciano Maia