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Napoleão Maia Filho 

 

Poussin, The Nurture of Bacchus

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

Napoleão Maia Filho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tiziano, Mulher ao espelho

 

Leonardo da Vinci,  Study of hands

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Napoleão Maia Filho



Bio-Bibliografia


Napoleão Nunes Maia Filho é Bacharel e Mestre em Direito Público pela UFC (Universidade Federal do Ceará) e foi Professor de Processo Civil na Faculdade de Direito do Ceará (UFC). Procurador do Estado do Ceará, Assessor da Presidência do Tribunal de Justiça, Juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará e Juiz Federal, tendo exercido por três mandatos a diretoria do Foro Federal no Ceará. Foi Desembargador Federal no Tribunal Regional Federal da 5a. Região e Professor de Processo Civil na Faculdade de Direito do Recife (UFPE). Atualmente (2007) é Ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Publicou os seguinte livros de poemas:

  • A Concha do Impossível (1998),

  • O Antigo Peregrino (2000),

  • Poemas do Amor Demasiado (2001), 

  • Estações do Peregrino (2001),

  • Lua da Tarde (2002), todos pelo Programa Editorial da Casa José de Alencar, da UFC.
     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

Napoleão Maia Filho



A Ostra


Esconde-se na sua intimidade
a cintilação da pérola furtiva
e oculta o brilho e a fecundidade
de tudo que por ela se principia.

É campo, área e vazante
úmida, fértil e macia
com as águas dóceis e murmurantes
de um túrgido rio que se anuncia.
 


[in A concha impossível,
prefácio de Francisco Carvalho,
Ed. Casa José de Alencar, UFC, CE, 1998]

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Cleópatra ante César

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Sânzio de Azevedo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

 

 

 

 

 

Napoleão Maia Filho



A Vaga


No mar a onda brilhante
susta o tempo:
é aquele instante
do longo momento
interminável e só,
quando o movimento
se faz e se contrai.

Inverte-se o líquido
o mar é o infinito
 


[in A concha impossível,
prefácio de Francisco Carvalho,
Ed. Casa José de Alencar, UFC, CE, 1998]
 

 

 

 

Ticiano, O amor sagrafo e o profano, detalhe

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Giselda Medeiros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

 

 

 

 

 

Angela Gutierrez


Diário do Nordeste, Fortaleza, Ceará, Brasil

30.10.2000


A palavra é a lei 


Napoleão Nunes Maia lança ‘‘O Antigo Peregrino’’, seu novo livro de poesias, e aproxima o poder contemplativo da literatura da racionalidade do mundo jurídico.
 

José Leomar

Napoleão Nunes Maia: poesia permeada por tristezas, resignações e lembranças da infância

A poesia como um complemento ao direito; a intuição contemplativa em sintonia com a razão analítica. Na visão do jurista Napoleão Nunes Maia Filho, essa é a jurisprudência que encerra sua atividade como poeta. ‘‘Como juiz, eu sou um romântico. E, como poeta, também trago comigo essa alta dosagem de idealismo e de romantismo que me acompanha nos julgamentos’’, explica. Juiz do Tribunal Regional Federal da Quinta Região, em Recife, e autor de cinco renomados livros sobre Direito Público e Direito Processual, Napoleão está lançando seu segundo livro de poesias, ‘‘O Antigo Peregrino’’, publicado pelo programa editorial da Casa José de Alencar.

O livro, que deverá estar sendo lançado até o início do próximo mês, dá continuidade aos temas abordados por Napoleão em ‘‘A concha impossível’’, publicado em 1998. Nele, o poeta/jurista retratava a busca espiritual e afetiva de uma pessoa desencontrada de seus ideais. O que, nas palavras do mestre Francisco Carvalho, foi descrito como ‘‘uma praia onde o homem às vezes ancora a sua nau destroçada pelos ventos da ilusão’’. ‘‘Seus poemas ‘confessionais’, escritos numa ‘forma antiga de escritura poética’, testemunham a tragédia do homem, na glória do amor ou na finitude da morte’’, destacou Carvalho no prefácio do livro.Em ‘‘O Antigo Peregrino’’, então, Napoleão retoma esse seu personagem errante e o faz encontrar um ‘‘oásis’’, uma ‘‘situação afetiva favorável’’, que, ao mesmo tempo em que lhe redime da condição de nômade, também serve de impulso para próximas buscas. ‘‘Aqui, a minha alma conspira com a minha mente e uma vida cheia de ausências se plenifica com olhares e gestos, tudo fruto do pensamento vigilante, açoitado por distâncias (e distâncias inexplicavelmente crescentes). Pode-se dizer que isso é um desperdício inexorável, um exercício interminável da esperança ou da insistência obstinada - ou qualquer outra coisa igualmente vaga e imprecisa - mas nunca se diga que é um fingimento’’, avisa o autor.

De fato, com a leitura dos versos de ‘‘O Antigo Peregrino’’, percebe-se a profunda autenticidade e a insuspeita força da poesia de Napoleão. Uma poesia que, segundo ele, é permeada por tristezas e resignações mas também por alguma religiosidade e por lembranças da infância, passada em sua cidade natal, Limoeiro do Norte. Tudo repleto de metáforas da esperança: o amor, o erotismo, o desejo, o encontro. ‘‘A fala do amor é mais no silêncio/ da voz que logo não se diz,/ é a expressão do alado sentimento/ total e pleno em si: tela e verniz// O completo, o amplo, o real e o tudo/ cabem-se como um mar verde na mão:/ o segredo é claro, enorme e mudo/ e desvenda-se apenas aos que amam’’, ele adianta logo no primeiro soneto.

‘‘Essa produção poética é escrita com a mesma paixão com que ele escreve os trabalhos jurídicos, prepara as aulas da Faculdade de Direito ou estuda as questões da Justiça Federal e até acho que isso só terminará nele quando terminar sua a própria vida’’, garante o filho Mário Henrique Goulart Maia na orelha do livro. ‘‘Sobre os temas das poesias... sei que são muitas as pessoas que os admiram, sabendo (ou não) que se trata de relatos da mais íntima verdade. Mas também há poemas que são mais lembranças da sua infância, da sua vida em Limoeiro do Norte, de onde ele parece retirar as suas principais forças, sempre me recordando, como diz, que saiu do sertão, mas o sertão não saiu dele’’.

Tão íntimas são as verdades de ‘‘O Antigo Peregrino’’ que Napoleão faz questão de destacar que os sonetos são dirigidos a uma pessoas concreta e que ela se reconhece nas narrativas. Na verdade, segundo ele, o livro é ‘‘uma reverência menor a quem fez e faz por mim o tudo que me há de mais expressivo na vida’’. Mas por falar em sonetos, ‘‘O Antigo...’’ é todo formado por essa forma poética que, segundo o autor, é extremamente difícil e demanda uma aplicação bastante precisa. ‘‘Quanto ao formato dos poemas, ... aqui se representa uma ousadia, pois a adoção do soneto faz supor que se tenha o completo domínio das suas muitas singularidades, sendo mesmo uma espécie de signo da maioridade do poeta’’, ele explica.

Vivendo atualmente em Recife, Napoleão está preparando um novo livro de poesias e um outro sobre direito, que deverão ser lançados no início do ano que vem. Com ‘‘O Antigo Peregrino’’, o juiz chega ao seu sétimo livro publicado. Os outros são ‘‘A Concha Impossível’’ (poemas, 1998), ‘‘Estudos Tópicos de Direito Eleitoral’’ (1998), ‘‘Temas de Direito Administrativo e Tributário’’ (1998), ‘‘Direito Processual - Quatro Ensaios’’ (1999), ‘‘Estudos Temáticos de Direito Constitucional’’ (2000) e ‘‘Estudos Processuais sobre o Mandato de Segurança’’ (2000). Todos os livros foram publicados dentro do Programa Editorial da Casa José de Alencar, do professor Martins Filho, definido por Napoleão como ‘‘o maior de todos os benfeitores da cultura no Ceará e um dínamo aos 98 anos’’.


 

 

 

Da Vinci, Homem vitruviano

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Nelly Novaes Coelho

 

 

 

 

 

 

02.12.2007