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João Barcellos
A poesia de
Soares Feitosa
Um primeiro
escrito
Soares Feitosa e sua poesia universal. Que
belo! Dá-me vontade de viver mais a Vida! A vivência literária de
Soares Feitosa (Psi, a Penúltima, Ed. Papel em Branco,
1997/Salvador/BA) é telúrico-cósmica na sua refrescante dramaturgia
pelo qual nos é dado o Saber humanizante.
Encontro nesse poeta o som vivificador de
uma
metalinguagem talvez ancestral: entre pedras, águas e animalidade,
enraizamo-nos na contemplação própria e das circunstâncias. E é tão
forte, tão social e filosófica essa poesia! Sim, que me atrevo a
dizer dela uma poética d'inovação.
Lá de Fortaleza (CE), o autor trata a vida
no quebrar das ondas do Divino Estar, faz-lhe e faz-nos eco
humanizando esse som telúrico cósmico, porque somos a Besta enquanto
queremos ser...
Psi, a Penúltima, é um talvez novo idioma
poético, metalinguagem sensorial e cibernética. Ler esse livro é
re-aprender a Vida!
[Jornal das Artes, São
Paulo, set/97]
Um segundo escrito
Soares Feitosa
o poeta
(Nunca direi que te amo)
E todos os escritos poéticos de Soares
Feitosa sabem-me a néctar encorpado na delicadeza charmosa das
vivências.
Digo, por isto mesmo, que viva o Poeta!
É raro, muito raro, em mim, não escrever
de imediato o
instante da sensação recebida pela leitura de outros escritos. Faz
tempo que venho lendo Soares Feitosa - o Poeta, e eis-me diante de
um desses instantes que me levam adiante, fazem-me saborear
longamente cada verso, cada traço poético (como aconteceu lendo
Joyce, Adélia Prado, Octavio Paz, Sá-Carneiro, Quintana)... Soares
Feitosa chega(-nos) com a fragrância de um viver profundo,
meticuloso até, e no entanto, sente-se o desprendimento nas
entrelinhas do seu existir literário.
Que viva o Poeta!, pois. Porque é desse
estádio do desenvolvimento intelectual que falo, e ao qual poucos
chegam. Sim, a Poesia sublime e profunda e perfumada de Soares
Feitosa bebe-se para se refletir à luz das chamas da lareira que
somos... quando queremos e somos Alma!
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