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Maria Maroca

mariamaroca@yahoo.com

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha e comentário:


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

A menina afegã, de Steve McCurry

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

Maria Maroca



Bio-Bibliografia

 
 

Maria Edith Maroca de Avelar Rivelli de Oliveira é graduada em história, mestre em história da Literatura pela UFOP/MG e doutora em literatura comparada pela UFMG –MG. Ganhadora de prêmio de redação em nível municipal, quando estudante de segundo grau.

Poeta diletante (desde os 12) nada tendo publicado neste sentido, é a primeira vez que leva a público seu ”EU lírico”. Possui artigos publicados e em publicação na área acadêmica. Cronista e jornalista frustrada. Leitora assídua, cinéfila inveterada, apaixonada por vampiros.

Tendo vivido por 11 anos em Mariana, lá co-produziu dois eventos multimídia: “Terra em transe” - Cultura no Brasil nos anos 60, e “Kaos”: cultura urbana nos anos 90 ambos pela UFOP/MG em co-participação com entidades públicas e privadas.

Organizou eventos acadêmicos, participou de teatro universitário, cantora eventual, autora dos inéditos: “A Memória da Pele” poemas e do ensaio: O “Médico não é o monstro”: Modernidade, contexto e mentalidade em Drácula de Bram Stoker - a redenção da ciência.

Atualmente vivendo exílio involuntário em sua cidade natal: Ponte Nova - onde, infelizmente, muitos anos depois a cultura permanece “biscoito fino”.

Maria Maroca coordena uma lista eletrônica de discussão:
http://groups.yahoo.com/group/LITTERATURA/

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Morte de César, detalhe

Maria Maroca


TEMPO DE COLHEITA
Ao Reinaldo Marques

Et fructum fecit centuplum

Saiu a campo o pesquisador
em tempo
para a colheita.
Onde buscava campo, achou asfalto
E, chamando pela memória
ouviu televisão.

Entrou no templo
onde não buscava.
Não vendo padre,
Recebeu-o a pobreza una,
Em meio a campo seco e fé.

Perdeu-se o colhedor,
em reza e canto,
findou a pilha e o registro morto
e, de repente
“não é que choveu?”

Achou a memória.

(20/04/2001)

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

Maria Maroca



VOCÊ NUNCA VAI VER OS BURACOS
DAS RUAS DE NOVA YORK

Ao Álvaro


existem redes de solidariedade
que não se desfazem
 
entre pessoas que passaram, juntas, sede raiva amor miséria alegria Injustiça ódio tempo muito tempo: juntas - amor e dor, alegria e luto, que pensaram e sentiram juntas.
 
Mesmo que não se vejam mais.
Ainda que não pensem como antes.
 
Se me chamam, não questiono.
Estou.

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

Maria Maroca



TRESMALHAS
À Lucila N.


Existem (ouvi)
Umas mulheres acesas
De cabelos ardentes
E pele luminosa.
 
Seu olhar tem o poder
Das espadas flamejantes.
As vozes, graves, entoam abalos sísmicos.
Os gestos cabalísticos
Balouçam primitivas sombras.
 
Todos as conhecem
Os incautos as evitam.
 
Quando, raramente, deixam
Seu MISTÉRIO
Ouvem-se estranhos sons de sinos e trombetas ...
 
Vêm, desde sempre, anunciar os cataclismas e as catástrofes
Que, invariavelmente
Lhes obedecem.

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

Maria Maroca


 

IMAGEM


Às vezes sinto como se o mundo
Inteiro
Me pesasse às costas.
 
Cada parede
Cada telhado
Cada rua ou lago
Inteiro.

(
6/09/2000)

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maria Maroca



VOCÊ ME DEIXOU PARTIR
 
 
Você me deixou partir, amado meu
Como quem devolveu um bidê.
 
Ah!, obsoleto, anacrônico artefato
Entregue em casa errada;
Que Fazer ?!?
 
E assim, bidê devoluto,
resto eu, muito amado.
Na obsolescência do anacrônico,
Bidê obtuso e perdido,
Pobre elemento;
 
Pouco decorativo
Em tua fulgurante existência,
Solto, desempregado,
No entrelugar: 
 
Ante teu banheiro prolixo
E o museu de nossa história.
 
(10/04/1997)

 

   
 

 

 

 

 

 

15/09/2005