Um
aviso sobre pendências
Poeta!
Regra geral, nunca deixo
correspondência sem resposta. Contudo, tenho enfrentado uma verdadeira
praga de vírus, formatação de computadores e
outras aflições. Pior, ando velho, cansado, esquecido
e zonzo. E estes males, com o tempo, apenas pioram. Dizem que doença
incurável, mortal.
Vivo em falta com Deus
e o mundo. Por favor, não se acanhe de cobrar resposta.
Creia-me, o nível de cordialidade deste operador é
até bastante alto. Desculpem-me as falhas.
Quando me reescrever,
por favor repita o email anterior. Fica tudo mais fácil para
relembrar. Há outro problema: os livros remetidos
para cá, mas não vem o email. Fico aqui doidim para
responder,
mas o e-mail, cadê o email? Ou o Zapp, melhor o Zapp, por favor.
O endereço postal,
aquele do correio — o carteiro, uma braçada de cartas debaixo
do braço, tocando a campainha, o cachorro pega-não-pega
— por favor, mande o endereço postal. É valioso ter
o endereço postal: o email, a gente o desativa por conta dos
vírus; ficam os leitores (e editoras!) indagando-me sobre o
poeta;
eu, com a cara para cima, igual a marido, sem saber de nada. (E o
pessoal do Nobel, se vierem procurá-lo, o que direi?). Os meus,
email e endereço postal, sobretudo o Zapp, logo abaixo.
Escreva-me. Será
um prazer receber e responder.
E, finalmente, nada de
caixas-postais! Detesto-as, com justas razões. Um grande amigo
convidou-me para um peixe à beira-rio (barrancas do São
Francisco, Petrolina, de crepúsculo, cerveja bem gelada,
vejam só!), mas quando lá cheguei, era uma caixa-postal.
Aqui
lhes conto o desassossego de comer um peixe dentro de uma caixa-postal.
Clique na foto do poeta Ascendino Leite e veja como foi.
Com o abraço,
Soares
Feitosa, o editor